Os aparelhos 'de caixa' são fabricados em dois dias.
'Em qualquer caixa ele funciona e pega o mundo inteiro', afirma o inventor.
Com uma pequena oficina localizada nos fundos de sua casa, quando a saúde ajuda, ele confecciona um tradicional rádio de caixa, de amplitude modulada (AM). “O radio sempre salvou nossa vida, pois nos momentos mais difíceis que a gente atravessou eu recorria à fabricação do aparelho, vendia e conseguia sustentar a minha família”, conta. Guido tem Mal de Parkinson.
Na pequena oficina nos fundos de casa, Guido criou dezenas de aparelhos de rádio, que embalaram e continuam a embalar os dias, tardes e noites de muitos vilhenenses. Muitos elementos que compõem os rádios produzidos por Guido são de fabricação própria. “Ele faz o chassi, a caixa, os vidros ele corta e manda por os números e todo o resto. A única coisa que ele não faz é transistor e resistência. O resto ele faz tudo”, explica Renata Zolinger, esposa de Guido há 53 anos.
Para montar um rádio, Guido explica que demora, em média, dois dias. “Porque o material está todo separadinho e é só colocar. O que demora mais é os fios aqui na faixa. Tem que pegar ondas médias lá, tem que pegar ondas médias aqui, tem que pegar Rádio Nacional nesse e também naquele. Qualquer um que montar tem que ser faixa completa”, detalha.
Eu nunca mostrei pra ninguém o jeito que eu faço"
Guider Zolinger, inventor
Os rádios produzido por Guido operam em amplitude modulada (AM), e dependendo da faixa selecionada , bem como o horário, é possível sintonizar emissoras de vários lugares do planeta. “Em qualquer caixa ele funciona e pega o mundo inteiro”, reforça.
As emissoras mais pedidas durante a encomenda dos rádios são as AM locais, como a Planalto e a Rádio Vilhena, além da Rádio Nacional de Brasília. Também é possível sintonizar rádios de São Paulo, Rio de Janeiro e de outras localidades do Brasil.
(Foto: Andréia Machado/G1)
O agricultor João da Silva é morador do município de Chupinguaia foi um dos felizes compradores do radio fabricado por Guido. João conta que comprou o Canta Brasil há cinco anos e o aparelho nunca deu problema. “É muito bom o rádio, além de ser bonito lembra o rádio que minha mãe tinha na casa dela, esses aparelhos de hoje em dia são todos de plásticos e quebram logo, por isso eu quis comprar o que seu Guido fabrica”, diz João.
Já o comerciante José da Costa, que é morador de Cerejeiras, conta que um dos motivos que fez ele adquirir um aparelho de rádio fabricado por seu Guido foi o fato do rádio conseguir sintonizar estações do mundo todo. “É muito bom poder ouvir estações de rádios da Itália, sem falar nas brasileiras como a Rádio Nacional, não é todo aparelho que consegue fazer isso”, argumenta José.
A jornalista Patrícia da Veiga, que atualmente vive em Goiânia, conta que comprou o rádio fabricado por Guido quando era professora na Universidade Federal de Rondônia, em Vilhena.
“Eu comprei o rádio fabricado por diversos motivos. O primeiro e mais importante é que eu gosto de ouvir rádio e fiquei encantada com a ideia de ter um aparelho em casa que capta ondas tropicais. Isso me lembra a minha infância na fazenda, ouvindo Rádio Nacional de Brasília. Com o rádio que o senhor Guido fez pra mim, posso ouvir até rádios da Colômbia. É muito útil. O segundo motivo é que na época eu era professora de radiojornalismo e precisava conhecer tudo sobre rádio. Claro que eu não aprendi a fabricar um rádio, mas achei fascinante acompanhar sua fabricação”, diz Patrícia.
Qual o endereço do Sr Guido?
ResponderExcluirQuem tiver, por gentileza, me envie. ayresbr@hotmail.com
Alguém consegue o esquema elétrico deste rádio?
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