São Paulo, maio de 2023 – A
endometriose é uma doença que afeta muitas mulheres em idade fértil,
mas também pode se manifestar na adolescência, causando dor e
desconforto. É uma condição em que o tecido que reveste o útero, chamado
de endométrio, cresce fora dele, em outros órgãos da pelve, como os
ovários, as trompas, o intestino e a bexiga. Esse tecido reage aos
hormônios do ciclo menstrual, sangrando e inflamando a cada mês, o que
pode causar dor, aderências e até mesmo infertilidade.
Segundo
o médico credenciado Omint, Mariano Tamura, ginecologista e obstetra, o
diagnóstico da endometriose é feito por meio de uma avaliação clínica
detalhada, com anamnese, exame físico e exames complementares. “Os
exames de imagem mais utilizados são a ultrassonografia transvaginal com
preparo intestinal e a ressonância magnética pélvica, que podem
identificar os focos de endometriose e sua localização. Mas mesmo com
diversos meios disponíveis, esse diagnóstico é muito difícil e pode
demorar até 8 anos para ser feito”, explica.
O
principal sintoma da endometriose é a cólica menstrual intensa, que não
melhora com analgésicos comuns e que interfere nas atividades diárias.
“É preciso ficar atento também a outros sintomas, que podem incluir dor
pélvica crônica, dor durante ou após a relação sexual, sangramento
menstrual excessivo ou irregular, dor ao urinar ou evacuar, fadiga,
alterações de humor e queda na qualidade de vida”, comenta Tamura.
Adolescência
O
diagnóstico da endometriose na adolescência é um desafio, pois muitas
vezes os sintomas são confundidos com os desconfortos normais da
menstruação ou com outras doenças. Além disso, há um atraso entre o
início dos sintomas e a busca por ajuda médica, o que pode levar a um
agravamento da doença.
Para
que o diagnóstico seja mais rápido, o auxílio da família é importante e
pode fazer toda a diferença. “A mãe pode ajudar muito a filha,
principalmente buscando informações confiáveis sobre a doença e
compartilhando-as com a filha. Isso pode ajudar a esclarecer dúvidas,
desfazer mitos e reduzir o estigma em torno da endometriose”, diz o
médico ginecologista e obstetra, também credenciado à Omint, Rubens
Paulo Gonçalves Filho.
Ainda
segundo o médico, o apoio emocional e a compreensão de suas
dificuldades é algo extremamente necessário, já que a endometriose pode
afetar a autoestima, o humor e a qualidade de vida da adolescente. “A
mulher, por sua natureza, é muito tolerante à dor, então quando ela
sente uma dor que chega a ser incapacitante, como pode ser a da
endometriose, isso precisa ser investigado o quanto antes, para que
soluções sejam tomadas com celeridade”.
O
tratamento da endometriose na adolescência depende da gravidade dos
sintomas, da extensão da doença e do desejo de engravidar no futuro. O
objetivo do tratamento é aliviar a dor, controlar o crescimento do
tecido endometrial e preservar a fertilidade. “Medicamentos para
suprimir a ovulação e reduzir os níveis de estrogênio no organismo, como
os anticoncepcionais, são os mais utilizados para controle da doença,
já que a endometriose não tem cura. A cirurgia laparoscópica pode ser
indicada para casos de dor refratária ao tratamento medicamentoso, de
endometriose profunda ou de comprometimento de órgãos vitais, e deve
preservar ao máximo a função dos órgãos afetados”, complementa Tamura.
Os
médicos garantem também que o incentivo à adoção de hábitos saudáveis,
como alimentação equilibrada, exercícios físicos e sono regular, podem
ajudar a aliviar os sintomas e a prevenir complicações da endometriose.
Além disso, o acompanhamento psicológico pode ser indicado.
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