MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 21 de janeiro de 2023

O auge da histeria climática

 

BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

A ecoinsanidade das elites define a abertura de uma mina de carvão como um 'crime contra a humanidade'. Brendan O'Neill, da Spiked, para a Oeste:


Aloucura dos ativistas da pauta verde está chegando ao auge. Nesta semana, Caroline Lucas, do Partido Verde, uma das principais figuras políticas da pauta ecológica do Reino Unido, se referiu à construção de uma nova mina de carvão como um “crime contra a humanidade”. Vamos pensar nisso. No passado, assassinatos em massa, extermínio, escravização e deportação forçada de um povo eram considerados crimes contra a humanidade. Agora, a construção de uma mina em Cumbria, no noroeste da Inglaterra, que vai gerar 500 novos empregos e produzir 28 milhões de toneladas de carvão por anos, é tratada nesses termos. Talvez os chefes da mina de carvão devam ser mandados para (o Tribunal Internacional de) Haia. Talvez os homens que vão extrair o carvão devam ser obrigados, junto com figuras do Estado Islâmico, a assumir responsabilidade por seu comportamento genocida.

Não podemos deixar passar os comentários insanos de Lucas. Precisamos refletir sobre como chegamos a uma situação em que uma figura política conhecida, festejada pela grande mídia, pode comparar a mineração de carvão a crimes de extermínio. Foi no Guardian — onde mais? — que Caroline Lucas fez seus comentários acalorados. Na quarta-feira, quando o governo deu sinal verde à movimentação da mina, a primeira nova mina de carvão na Inglaterra em 30 anos, Lucas escreveu que a coisa toda era “realmente terrível”. Essa “mina de carvão retrógrada e péssima para o clima” não passa de um “crime climático contra a humanidade”, afirmou ela.

Caroline Lucas, do Partido Verde da Inglaterra e do País de Gales 

É mesmo? Sinto muito por ser tão pedante, mas não é um crime extrair carvão da terra. Se fosse, os líderes da China — onde são produzidos 13 milhões de toneladas de carvão por dia, para colocar os 2,8 milhões de toneladas por ano da mina de Cumbria em perspectiva — estariam apodrecendo na prisão. Não vejo a hora de ver Lucas decretando a prisão de Xi Jinping. Com certeza não se trata de um crime contra a humanidade. O termo chegou ao uso popular durante os julgamentos dos nazistas em Nüremberg. Ele se refere a um ato maléfico de tamanha enormidade que pode ser considerado uma agressão contra toda a humanidade. Terra chamando Caroline Lucas: extrair carvão para fazer aço — que vai ser a finalidade básica da mina de Cumbria — não é uma afronta à humanidade. Mas vou dizer o que é uma afronta: falar da queima de carvão nos mesmos termos usados para tratar da queima de seres humanos. Isso, Caroline, é deplorável.

A vulgarização do Holocausto

O discurso apocalíptico desgastado de figuras como Lucas causa dois males. Primeiro, ele demoniza da forma mais histérica esforços totalmente normais e, na verdade, bons. A mina de carvão de Cumbria vai gerar centenas de empregos bem remunerados. E vai ajudar a reduzir a dependência do Reino Unido de carvão importado. São coisas positivas. Devem ser celebradas. Claro, para Lucas e outros ecologistas de classe média, o fato de as comunidades locais em Cumbria terem recebido de braços abertos a mina é só uma prova da “nostalgia” pelo passado e de que elas foram “seduzidas” por um plano que na verdade vai lhes trazer “sofrimento”. Condescendente? As classes trabalhadoras de Cumbria que não veem a hora de começar a minerar são um exemplo de racionalidade em comparação com o pessoal do Guardian que está gritando loucamente que o carvão é um crime contra a humanidade.

A segunda coisa ruim que esse tipo de conversa causa é a minimização de crimes reais contra a humanidade. Lucas não é a única ativista verde que faz uso de obscenidades da História para tentar dar algum peso moral à sua fúria burguesa contra a modernidade. O arcebispo da Cantuária certa vez comparou a mudança climática ao Holocausto (ele pediu desculpas depois). Esses ativistas usam livremente termos como “ecocídio”, como se derrubar árvores fosse a mesma coisa que matar pessoas. Jornalistas pedem a punição daqueles que exploram a natureza no Tribunal Penal Internacional ao lado daqueles que cometem “crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio”. Os irritantes membros do Insulate Britain comparam aqueles que “ficam em silêncio” sobre a mudança climática àqueles que ficaram “passivos indiferentes à ascensão do nazismo e ao aumento da perseguição que culminou no Holocausto”.


Uma conversa tão prepotente sobre genocídio é um insulto aos milhões de pessoas que perderam a vida em genocídios de fato. Ela também é obviamente pensada para aumentar a histeria sobre a mudança climática. É uma tática cínica de insuflar o terror. Os ambientalistas estão usando uma linguagem cada vez mais extremista para tentar instaurar o pânico nas massas e fazê-las mudarem de comportamento. Aliás, é notável que estejamos ouvindo cada vez menos sobre a “mudança climática” e cada vez mais sobre “emergência climática”, ou até “apocalipse climático”. O dicionário Oxford afirma que a linguagem sobre o clima está mudando para refletir “uma ideia de urgência muito real”. O grupo Extinction Rebellion chegou a protestar do lado de fora da redação do New York Times exigindo que o jornal use “emergência climática”, em vez de “mudança climática”. Especialistas em linguística celebram essa nova gramática da catástrofe com base no fato de que ela ajuda a “a transmitir ao público a mensagem de uma ameaça cada vez mais urgente”.

A histeria ecológica é uma ameaça à razão

Em resumo, a manipulação da linguagem ajuda a manipular o pensamento. Se as pessoas puderem ser convencidas de que estamos rumando a um apocalipse climático — o que claramente não é o caso —, elas talvez comecem a se comportar de maneira mais ecorresponsável. O objetivo de inflamar o terror ambiental é reprimir a dissidência. Questione qualquer aspecto da ideologia eco, e você será acusado de facilitar o Armageddon. Quando se refere à mineração de carvão como um crime contra a humanidade, Caroline Lucas implicitamente condena todo apoiador da iniciativa como um participante moral dessa tirania. Uma linguagem tão falsa e inflamada transforma em criminosas as pessoas que consideram a mineração de carvão algo bom. Deixamos de simplesmente ter um ponto de vista diferente do dos ambientalistas e nos tornamos defensores vergonhosos dos inflamadores inomináveis do apocalipse. Nossas palavras, assim como aquela mina de carvão, devem ser fechadas.


O impacto do terror ambiental é grave. Ele está apavorando os mais jovens, criando uma doença chamada “ansiedade climática”, que está deixando as pessoas “tristes”, “assustadas”, “ansiosas” e se sentindo “indefesas”. Está colocando a subsistência das pessoas em risco. Se as coisas fossem como os ambientalistas querem, centenas de pessoas em Cumbria estariam sem trabalho. Ou veriam uma crise na agricultura em toda parte, do Canadá à Irlanda, passando pela Holanda, enquanto os governos criam regras rigorosas e ridículas sobre o uso de nitrogênio. Acredita-se que 3 mil fazendas holandesas vão sucumbir. Ou vamos considerar o impacto empobrecedor que a histeria ecológica tem em países como o Sri Lanka e no restante do Sul global, enquanto a inflamação do terror das elites ocidentais é globalizada, em detrimento do crescimento e do desenvolvimento. É de fato irônico que os divulgadores de elite da insanidade ecológica falem de crimes contra a humanidade, dado o impacto palpavelmente nocivo que suas políticas têm na humanidade do Sul.

A controvérsia sobre a mina da Cumbria de fato demonstra como a ideologia do ambientalismo é antagônica aos interesses das classes trabalhadoras. Em resumo, o que temos aqui são membros privilegiados das classes que trabalham no computador gritando “apocalipse” porque 500 pessoas arrumaram emprego em uma indústria de que não gostam. Não existe uma prova mais evidente de que a histeria ecológica é uma ameaça à razão, à discussão racional e ao direito das pessoas comuns de trabalharem e serem autônomas.
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