MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 22 de janeiro de 2023

Mourão diz que Lula quer “alimentar crise” com demissão do comandante do Exército

 



 (Romério Cunha/VPR/Flickr)

Exército não pune ninguém sem investigar antes, diz Mourão

José Carlos Werneck

O senador eleito e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou ao jornal “Folha de S.Paulo” que a decisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de demitir o general Júlio César de Arruda do comando do Exército foi “péssima” para o País.

O general Arruda, nomeado por Lula ainda durante o governo Bolsonaro, assumiu em 30 de dezembro de 2022, o que faz dele o chefe da Força Terrestre que menos tempo passou no cargo desde o fim do regime militar: foram apenas 23 dias. Ele será substituído pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

SEM INVESTIGAÇÃO – Na entrevista, Mourão afirmou que Lula quer alimentar uma crise com as Forças Armadas e, especialmente, com o Exército, ao demitir o comandante da tropa.

“Se o motivo foi tentativa de pedir a cabeça de algum militar, sem que houvesse investigação, mostra que o governo realmente quer alimentar uma crise com as Forças e em particular com o Exército. Isso aí é péssimo para o país”, enfatizou.

Segundo a caserna, a demissão do comandante se deu por uma série de fatores, como a recusa de Arruda em permitir prisões no acampamento em frente ao Quartel General do Exército após os ataques na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro, e sua resistência em exonerar o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como “coronel Cid”, que era ajudante de ordens de Bolsonaro.

NOVO COMANDANTE – Julio César de Arruda foi substituído pelo comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que foi ajudante de ordens do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Durante o processo da chamada redemocratização do País, apenas dois comandantes do Exército chegaram a ficar menos de um ano no cargo, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro: Paulo Sérgio Nogueira, que chefiou a força por pouco mais de 11 meses, entre 20 de abril de 2021 e 31 de março de 2022, e Freire Gomes, que o sucedeu por 9 meses, até 30 de dezembro, quando foi substituído por Arruda.

Outra passagem meteórica no comando da Força foi durante o período militar. O general Dale Coutinho foi nomeado à chefia do então Ministério do Exército no início do governo do presidente Ernesto Geisel, em 15 de março de 1974, e ocupou a posição por menos de dois meses, por ter falecido em 27 de maio.

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