Marcelo Godoy
Estadão
Quatro dias antes de ser demitido do comando do Exército pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o general Julio César de Arruda defendeu o reconhecimento do resultado das urnas como peça fundamental para a democracia.
Disse ainda que tinha certeza de que estavam mantidos a coesão, a disciplina e os valores da Força Terrestre, ameaçados por extremistas. O discurso foi feito em uma reunião com todos os oficiais generais, na quarta-feira passada. Ela foi por videoconferência.
VIDEOCONFERÊNCIA – Os generais receberam o convite para a reunião por videoconferência na sexta-feira anterior, dia 13. Era a primeira vez que o comandante se manifestava após os ataques à sede dos três Poderes, ocorrida no dia 8, em Brasília.
Foi depois desta reunião da quarta-feira, que o comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, fez seu discurso com a tropa formada no quartel general do Comando Militar do Sudeste (CMSE), em São Paulo.
Na fala, ele defendeu publicamente o reconhecimento do resultado das urnas.
DISSE O NOVO COMANDANTE – “Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna”, disse o então chefe do Comando Militar do Sudeste.
Ribeiro Paiva foi anunciado como novo comandante do Exército neste sábado, 21, substituindo o general Almeida. A única diferença entre o discurso de Tomás e o de Arruda, segundo testemunhas, é que o de Tomás foi feito em público e, depois, divulgado no canal do YouTube do CMSE, enquanto o do general Arruda permaneceu reservado.
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