(Marcelo Jabulas)
O mercado segue uma lógica simples: venda o que o consumidor quer comprar. Não tem conversa. E nos dias de hoje quem manda no mercado de automóveis são os SUVs. Todo mundo quer ter SUV.
E se o amigo fizer uma busca em nossos conteúdos do HD Auto, irá perceber que o utilitário domina nossa produção. Não que gostamos de SUV (muito pelo contrário), mas é o que temos para avaliar. Em 2022, poucos foram os testes que não foram de SUV ou picapes. E o Honda City Hatchback é uma dessas gratas excessões.
Aliás a chegada do modelo é uma grata surpresa. Ele foi apresentado no final de 2020, junto com o sedã, e lançado no primeiro trimestre deste ano. A versão dois volumes tem como missão substituir o Fit, que deixou de ser produzido após três gerações.
O modelo não barato. Oferecido em duas versões: EXL (R$ 120 mil) e Touring (R$ 129.400), ele é disparado o hatch compacto mais caro da praça. Mas nem por isso tem sofrido rejeição. De março até julho, foram 8.949 unidades licenciadas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Com uma média de 1.600 unidades mensais, ele não pretende descambar líderes como HB20, Onix, Argo, Polo 208, mas ajuda a Honda a reduzir o custo de produção do City sedã. Isso porque os dois modelos compartilham praticamente tudo. O que muda de fato são os painéis laterais da carroceria, lanternas e tampa do porta-malas. O resto é praticamente o mesmo carro.
E como o sedã já vendeu outras 14,7 mil unidades, desde janeiro, o montante suaviza os custos operacionais da japonesa.
E para consumidor, vale a pena? Vale por quatro motivos: motor, conteúdos, acabamento e praticidade. Não é barato, mas ele dá um banho nos concorrentes em todos os sentidos.
Raio-x Honda City Touring 1.5
O que é?
Hatch compacto de quatro portas e cinco lugares
Onde é feito?
Produzido na unidade de Itirapina (SP)
Quanto custa?
R$ 129.400
Com quem concorre
O City Hatchback Touring concorre no topo do segmento de hatches compactos, como Onix, HB20, Argo, Yaris e 208
No dia a dia?
O
City HB é um carro interessante, ele oferece praticamente o mesmo
comportamento da versão sedã, mas sem a necessidade do porta-malas
destacado. Esse hatch chegou para suceder o Fit, inclusive ganhou a
modularidade dos bancos, como o monovolume. Ele permite diferentes
configurações, que garantem muito espaço para bagagem, sem limitar a
lotação.
No uso cotidiano, o modelo chama atenção pela qualidade da construção e acabamento, que bem superiores aos demais hatches do mercado. É um carro que entrega uma posição agradável ao volante, boa visibilidade e ajustes que permitem que motoristas de diferentes estaturas se acomodem bem.
Chama atenção o pacote de conteúdos, principalmente pelo sistema Honda Sensing. Trata-se de um pacote de assistentes que inclui conta com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem de mitigação de colisão (quando o carro percebe o risco de colisão e amplifica a força da frenagem), monitor de permanência em faixa com correção de trajetória, além de ajuste automático de facho dos faróis.
Destaque para o ajuste dos faróis. Testamos o carro na rodovia durante a noite e a precisão impressiona. Se o sensor captar qualquer luz em sentido contrário irá reduzir a intensidade do facho.
A cesta de equipamentos ainda inclui com ar-condicionado digital, multimídia (com Android Auto, Apple CarPlay, assim como câmeras de ré e lateral), vidros e retrovisores elétricos, assim com quadro de instrumentos parcialmente digital, bancos em couro, rodas de liga leve aro 16, faróis Full LED e neblina.
Motor e Transmissão
O
City é equipado com o novo motor 1.5 de 126 cv e 15,8 kgfm de torque.
Esse motor é o mesmo utilizado no HR-V turbo, mas sem o
sobrealimentação. Por outro lado conta com injeção direta de
combustível, que faz dele bastante satisfatório.
A unidade será combinada com a transmissão automática do tipo CVT, com emulação de sete marchas. O casamento é perfeito e faz desse carro bastante ágil, pois as relações se ajustam muito rápido quando há necessidade de torque.
Como bebe?
Abastecido com gasolina, o City registrou média de 10,7 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada
Suspensão e freios
O
City Hatchback é um hatch superior a seus rivais, mas nem por isso
conta com suspensão de médio. Ele utiliza McPherson no eixo dianteiro e
eixo de torção, na traseira. O acerto é bom e garante um comportamento
interessante nas curvas, sem deixar que o carro oscile. Ao mesmo tempo
garante o conforto à bordo. Com os freios é a mesma história, disco (na
frente) e tambor (atrás).
Palavra final
O
City Hatchback é um carro que chega para se posicionar num segmento que
as fabricantes perderam o encanto, mas ainda tem lenha para queimar.
Ele custa o preço de um SUV compacto e oferece mais conteúdos que os
jipinhos da moda, mas com comportamento dinâmico bem mais interessante.
Para quem pode tirar R 130 il da carteira e torar num carro, é uma
boa escolha.
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