Bonner engoliu o erro sem dizer “desculpem a nossa falha”
Carlos Newton
Há alguns anos, ao dar uma entrevista, William Bonner teve um momento de rara veracidade e revelou que o Jornal Nacional era feito para telespectadores tipo Homer Simpson, o personagem do desenho animado criado por Matt Groening. Na época, a declaração foi comentadíssima, porque mostrou a verdade sobre o jornalismo da TV Globo.
De lá para cá, devemos reconhecer que a emissora dos irmãos Marinho melhorou muito no conteúdo jornalístico, não há dúvida, mas o editor-chefe apresentador não mudou nada, jamais procurou aprofundar-se no Jornalismo, funciona como se chamasse William Homer.
FAKE NEWS – É da autoria dele a maior fake news dos últimos tempos, ao abrir a entrevista com Lula da Silva dizendo que o candidato do PT “não deve nada à Justiça”. Caramba! De onde o apresentador Homer tirou essa informação?
Foi um erro clamoroso e uma total irresponsabilidade alardear que Lula foi inocentado em todos os processos na Justiça brasileira, uma fake news que candidato do PT repetiria prazerosamente no debate da Band sem ser contestado por nenhum candidato.
Todavia, nas ações penais em que foi condenado pelo ex Juiz Sérgio Moro e pela juíza Gabriela Hardt, houve apenas a anulação formal dos processos. Ou seja, as ações permanecem plenamente ativas com acusações por corrupção e lavagem de dinheiro. Ou seja, Lula ainda é réu na Justiça brasileira. Não foi absolvido naqueles processos e William Homer espalha fake news para o eleitorado brasileiro.
DIFERENÇAS BRUTAIS – Há uma enorme diferença entre ser absolvido e ter um processo anulado por vício de incompetência ou por uma duvidosa suspeição do Juiz, sobretudo quando sabemos o teor absolutamente político dessas estranhas decisões do Supremo. Repita-se, ad nauseam, ou até William Homer entender: Lula continua a responder na Justiça por corrupção e lavagem de dinheiro
Incrivelmente, na entrevista ao JN, Lula confessou ter recebido informações antecipadas da Polícia Federal sobre operação daquela instituição na residência de seu irmão, antes da diligência policial ocorrer. Isso configura um grave crime de prevaricação, no mínimo, sem falar em eventual quebra de sigilo funcional.
É claro que, de posse da informação privilegiada, o irmão do presidente da República destruiu ou ocultou provas para obter proveito próprio e obstruir as investigações.
PRÁTICA HABITAL – O mais grave é que talvez essa fosse a prática do governo Lula. Também nas operações contra políticos poderosos ou empresários amigos certamente a rotina era a mesma, qual seja, comunicar previamente o presidente Lula acerca das medidas cautelares a serem adotadas?
Não é de se estranhar que o Ministro da Justiça de Lula fosse um renomado advogado criminalista cuja banca de advocacia faturou muitos milhões de reais na época.
Mais ainda, sabe-se que até mesmo a nomeação do delegado Paulo Lacerda passou pela intermediação do criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que o convidou pessoalmente para o cargo, a pedido de Lula e do Ministro da Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário