por Juliana Braga /Folhapress

O crescimento de Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas da região
Sudeste alimentou em seus conselheiros políticos a esperança de que o
presidente passe a ser mais pragmático.
Nas últimas semanas, esses conselheiros vêm se frustrando com a
insistência de Bolsonaro em atacar as urnas, o sistema eleitoral e,
ainda, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal
Superior Eleitoral). Eles acreditam que tal comportamento dificulta o
crescimento, mas o presidente segue na mesma toada, apesar dos apelos.
Com os números apontando empate técnico na região, a aposta desses
aliados é de que o presidente comece a ver que a melhora de seu
desempenho partiu, principalmente, das soluções políticas, como a
moderação do discurso para o eleitorado feminino e a aprovação da PEC
que abriu caminho para o Auxílio Brasil turbinado.
Eles acreditam ainda que, ao começar a vislumbrar com mais clareza a
possibilidade de reeleição, o mandatário se torne mais cauteloso nos
comentários para evitar deslizes fatais. Isso deve reduzir a influência
da ala ideológica da campanha.
Bolsonaro empatou tecnicamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) nas intenções de voto para os dois turnos no estado de São
Paulo, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (11).
A preferência dos eleitores no atual mandatário no primeiro turno
oscilou de 32% para 35% em relação ao início de julho, enquanto o
petista permaneceu com 37%. A diferença entre eles, portanto, diminuiu
de 5 para 2 pontos percentuais, dentro da margem de erro.
A estratégia do comitê eleitoral de Bolsonaro é concentrar, justamente, nos votos da região Sul e Sudeste, para resgatar o que chamam de "bolsonaristas arrependidos". A menos de dois meses das eleições, a avaliação é de que não vale desperdiçar tempo tentando conquistar um voto já consolidado em Lula no Nordeste, por exemplo.
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