Coronel do Exército diz: Investimentos secando e mídia promovendo o pessimismo tendem a conferir legitimidade ao afastamento da Presidente
Manifestações mostram que a oposição antes
descrentalizada já esboça centralização e maior organização. Veja aqui
como ocorreu a INTERVENÇÃO MILITAR na TAilândia.
Texto de Gelio Fregapani.
COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO 209, de 12 de novembro de 2014 - No nosso País: Impeachment?, Perspectivas, Esperanças e desesperanças e Separatismo / No Mundo: Shale Gás, Estado Islâmico e Gayzismo .

Aparentemente
derrubar um Presidente filiado ao maior partido do Congresso não seria
fácil, mas não se trata apenas dos 48% dos votos da oposição, mas também
da “rebelião” do PT e da base aliada na Câmara, apavorada com os
desdobramentos da Operação Lava-Jato que tudo indica, tem potencial
para implicar uma centena de deputados do governo e uns quantos da
oposição.
Muito do que está impulsionando o
“impeachment” tem intenção de forçar a Presidente a brecar as
investigações, coisa que ela não conseguiria fazer e talvez, nem deseje
já que nunca se afinou muito com a turma do Zé Dirceu. Somando os
“rebelados” com boa parte da oposição que prefere afundar o País a ficar
por mais quatro anos fora do governo, fica fácil prever que haverá
embates no Congresso, como também na opinião pública, pois a sabotagem
da economia pela oligarquia financeira, com os investimentos secando e a
mídia promovendo o pessimismo, tende a conferir legitimidade ao
afastamento da Presidente. O STF até poderia tentar barrar um
impeachment, mas a falta de credibilidade faz com que, mesmo com
legalidade, lhe falte legitimidade.
Nem tudo ficaria bom. Um processo de
impeachment poderia demorar meses para tramitar. Os negócios seriam
paralisados por conta da incerteza à espera do desfecho, afundaria ainda
mais a economia e poderia trazer outros efeitos colaterais
inconvenientes para a politicalha, incluindo convulsões sociais e o
“quem” assumiria o governo, que acabaria nas mãos dos militares, os
únicos com credibilidade. Só neste caso os corruptos teriam o que
merecem.
Perspectivas
A suspeita de fraude vinha de antes da
eleição e se fundamentava pelo passado partidário de influentes pessoas
do TSE, de qualquer forma, a intensa campanha ampliou a suspeita,
deixando prever que uma derrota não seria aceita pela oposição. Salta
aos olhos a analogia com a situação política de 1930.
Afinal, teria havido fraude? Certamente.
Provavelmente tem havido fraudes em todas as eleições em nosso País. É
claro que fraudes muitas vezes podem não ter sido decisivas, mas sempre
houve e talvez tenham sido reduzidas na medida em que se aprimoraram os
métodos de fiscalização. A eleição está terminada. Preocupante é que
poderá acontecer no futuro próximo, pois parece evidente que as
dificuldades do novo período governamental serão imensas. Para
reconquistar o apoio da população Dilma terá que reiniciar para valer
faxina que uma vez ensaiou e interrompeu em nome da “governabilidade”,
mas isto jogaria os sanguessugas aliados e partidários nos braços da
oposição, o que resultaria em impeachment certo. Poderia ela talvez
apoiar-se nas Forças Armadas pedindo-lhes apoio (intervenção a pedido de
um dos três poderes, conforme a Constituição), mas como faria isto
enquanto apóia a revanchista Comissão da “Verdade”? Ela teria que
enfrentar com força e firmeza as invasões do MST e dos movimentos
indigenistas, teria que dar um basta no excesso de ambientalismo que
trava o progresso, mas como faria isso contra as proprias bases de seu
partido? E com as dificuldades econômicas causadas pela queda de preços
das nossas commodities somadas as dificuldades impostas pelas
oligarquias financeiras internacionais, que fará a economia declinar e
aumentará o nível de desemprego? Isto provavelmente colocará a
população contra o Governo reforçando o setor da oposição que não aceita
acordos.
Enquanto isto, com o governo enfraquecido
e o País convulsionado, as pressões estrangeiras para a tomada dos
recursos naturais e até mesmo para a independência das áreas indígenas
terão reforçadas as condições para desmanchar o País que juramos
defender.
Esperanças
Se o País conseguir se equilibrar até lá,
já a partir do segundo semestre de 2015 começarão a entrar em
funcionamento grandes obras como a transposição do São Francisco; as
Hidrelétricas de Belo Monte, de Jirau e de Santo Antônio; a expansão de
metrôs, dezenas de pontes, grandes trechos da Ferrovia Norte Sul;
ampliação e modernização de vários aeroportos e de portos, de
plataformas de petróleo e até a refinaria Abreu e Lima, que, se
controlada a roubalheira, será a mais moderna do país.
O futuro senador Antonio Reguffe (DF)
prometeu na campanha que não usaria o carro oficial com motorista se
eleito. Como deputado já não tinha assessorias e não aceitou receber
auxilio Moradia nem os 14° e 15° salários.
A editora Capax Dei lança o magnífico livro “Como se Constrói uma Nação” Vale a pena ler.
Desesperanças
Prisioneiro da base parlamentar, governo tende a caminhar para a mesmice. Enquanto
no plenário do Senado, o senador Aécio Neves fez duro discurso
condicionando a aceitação do diálogo à apuração e punição dos crimes do
Petrolão, numa reunião dos dirigentes do PT e PSDB, ficou combinado
assim: “Vamos excluir os agentes políticos e os citados nas delações
premiada. Todo mundo concordou, e os grandes acusados, mais envolvidos
no Petrolão sairão livres da CPI. Nem ouvidos serão, sejam eles do
Governo ou da Oposição. Punição? – Não, pizza.
De juros e encargos da dívida em 2013 o
nosso Brasil pagou R$ 156 bilhões. Com os juros dos mais altos do
mundo, só em 2014 pagamos R$ 825 bilhões credores da dívida, o que
equivaleu a 51% dos gastos públicos até 9 de setembro de 2014.
É infantil acreditar que juros altos
controlem a inflação,eles apenas encarecem a produção. Ainda temos a
remessa de lucro, que em 2013 alcançou quase US$ 40 bi. Não pode dar
certo, pois não sobra recurso algum para investimento. As despesas com o
assistencialismo e mesmo com a corrupção desenfreada se eclipsam diante
do montante de jurosNossas veias estão abertas. A fortuna que sai do
Brasil anualmente está impedindo que a maior parte da riqueza gerada
pelo nosso trabalho e pela generosidade do nosso solo (incluindo as
jazidas minerais, que dão “uma safra só”) seja empregada no
desenvolvimento humano e social, que deveria ser o verdadeiro objetivo
da atividade econômica.
Noventa e seis quilombolas reivindicam
área maior do que Sergipe na Amazônia, cada quilombola teria uma área de
45 parques Ibirapuera, A área reivindicada pertence ao parque ecológico
do Jaú, portanto é uma área inútil enquanto for vedada a exploração
econômica. Só para comparar, na Raposa/ Serra do Sol, cada índio dispõe
de “apenas” meio Ibirapuera.
É um festival de absurdos, mas ao menos
nenhum quilombola falou , até hoje, em independência como uns quantos
índios incitados pelas ONGs o fazem.
Ainda nos anos 80, a jornalista belga
Cláudia Andujar maquinou a farsa da nação ianomâmi e o governo federal
desencadeia uma operação secreta de espancamento de garimpeiros para
contentar as pressões anglo-americanas. Já neste século a rendição do
governo às exigências estrangeiras foi ainda mais grave, pois retirou a
força os brasileiros que secular e legitimamente e cultivavam a terra na
Raposa-Serra do Sol e para a criação dessa reserva utilizou laudos
fraudulentos conjugados à violência terrorista. Agora, temos nova farsa
em estado de gestação: a nação Cué-Cué Marabitanas entre a ianomâmi e a
S. Marcos, (esta colada na Raposa), em conjunto abrangendo praticamente
toda a fronteira Norte. O arco indigenista de 3.000 km de extensão se
fecha sobre a Amazônia, exatamente sobre a área mais mineralizada do
mundo.
O que se pode deduzir da
manobra indigenista, com pleno apoio da Funai e do Cimi e de milhares de
ONGs, tanto nacionais quanto estrangeiras, o problema no norte de
Roraima e Amazonas é muito mais grave do que imaginamos. Estamos
ameaçados de perder um território precioso e enquanto isto ficamos
discutindo reeleição ou não e financiamento público de campanhas
políticas.
Brasil, desperta!
Petrobrás
A campanha pela nossa autonomia no campo
do petróleo foi das mais polêmicas da história A partir. de 1947 o país
dividiu-se entre aqueles que achavam que o petróleo deveria ser
explorado por uma empresa estatal brasileira os que defendiam que
deveria ser explorado por empresas privadas, estrangeiras ou
brasileiras. Os nacionalistas argumentavam que se o Brasil não criasse
uma empresa estatal, aquele produto estratégico para o desenvolvimento
econômico, seria oligopolizado pelas grandes corporações internacionais.
Pelo país afora os debates se ascenderam. A campanha nacionalista foi
liderada pelo escritor Monteiro Lobato.
Em 1953 encerrava-se uma CPI que
desvendou centenas de assassinatos, ligações ocultas da ESSO com
políticos e as propinas pagas a colaboradores que a ajudaram a ocultar
por duas décadas a descoberta do petróleo. A ESSO recebera fortunas para
pesquisar o petróleo no solo brasileiro. Mapeou o petróleo do
Recôncavo, mas negou a sua existência por 20 anos. Os nacionalistas, a
favor do monopólio estatal, foram taxados de comunistas pela grande
imprensa que defendia os interesses privatistas, mas mesmo assim a
oficialidade do Exército mostrou-se simpática a estatização do
petróleo,. Finalmente, depois de uma batalha parlamentar de 23 meses, o
Senado terminou por aprovar a criação da Petrobrás, sancionada por
Vargas em outubro de 1953.
Sob ataques, a Petrobras: quase
virou Petrobrax . FHC encaminhou ao congresso a alteração do estatuto
da Petrobras para possibilitar a posse de um presidente estrangeiro
(Reischtull), que colocou cerca de 35% das ações da Petrobras a baixos
preços na bolsa de Nova Yorque, fazendo um início de
“desnacionalização" . Entre 1996 e 2002 a Petrobras teve a terrível
baixa nos quadros de funcionários. Cerca de 15 mil profissionais
experientes, pressionados por ameaças de demissões, saíram
em desligamentos voluntários, desmontando a estrutura organizacional.
Forçada pelo genro David Zilbersztajn ( presidente da ANP) " a
Petrobras teve que entregar para a ANP os mapas do petróleo que a
empresa lutou mais de 40 anos para obter e a investiu bilhões nas
descobertas e os mapas foram dados de graça para as companhias
estrangeiras, que compraram os blocos a preços de banana nos leilões dos
blocos petrolíferos. Mais um pouco de tempo daquele governo a Petrobrás
teria o mesmo destino da VALE – a desnacionalização.
Durante os governos do PT diminuiu
significativamente as desnacionalizações, mas iniciou a era das grandes
corrupções e gestão deficiente. Entretanto, a Petrobrás tem avançado e
ainda há muito idealismo em seus quadros. Na gestão de Graça Foster,
contra as expectativas, alguns dos malfeitos vão sendo corrigidos. A
exposição das milionárias corrupções claro que lhe abalou a
credibilidade, mesmo assim tem seguido avante.
A guerra contra a Petrobrás tem sido
contínua, mas ao que pesem os superfaturamentos, fez muitos
investimentos para se preparar para o pré-sal. Ultrapassará a atual
crise e as extrações de Petróleo devem se quadruplicar nos próximos três
anos. É importante que não se permita a desnacionalização,
especialmente agora que estamos próximos da vitória.
Incoerência
Não se comemora a Revolução de 30,
movimento popular que rompeu com o atraso da política do café com leite.
Proíbe-se comemorar a Revolução de 64, um movimento popular legítimo
que elevou o nosso País a uma potência. Certamente se comemorará a
Proclamação da República, uma traiçoeira sedição militar que vergonhosa e
ilegalmente acabou com o melhor governo que já tivemos e lançou o nosso
País no caos, causando diversas revoluções e rebeliões, inclusive
genocídios.
Contudo, serve para lembrar que nenhum
governo se sustenta sem ao menos o consentimento de suas Forças Armadas.
Fiquem cutucando a onça com as falsidades da Comissão da “Verdade”e
vejam o que acontecerá..
Separatismo
É assustadora a força pela implosão do País – Brasil.
Só insensatos duvidam que a união faz a
força. Quanto mais dividido um país, mais fraco ele fica. Os ambiciosos
sempre usaram a estratégia de dividir os povos a conquistar Quando o
nosso Brasil, vítima da predação comercial, exportava suas mercadorias
sob direção das casas comerciais britânicas e tinha as finanças externas
e a infra-estrutura controladas por bancos e empresas estrangeiras, não
havia pressões para separatismos, mas ao aparecer, com capitais
nacionais, a promissora industrialização depois da Revolução de 1930,
começa o fomento ao divisionismo, que aumenta a cada passo que damos em
direção a soberania, com ligeiros intervalos como quando precisaram de
nossa aliança na II Guerra e na Guerra Fria.
A partir do colapso da União Soviética,
desnecessário o nosso apoio, surge outro tipo de pressão: as gigantescas
reservas indígenas para se tornarem independentes a longo prazo,
visando agora o roubo das fantásticas jazidas minerais de seu
subsolo. Mais de 10% do território já está dividido em áreas indígenas
fugindo ao espírito de integração. Reavivam-se línguas pré colombianas
no esforço para afastar os diferentes grupos da comunidade nacional
Esses são os antecedentes do presente
tsunami de ambição que leva os pró-imperiais de hoje a fomentar a
divisão entre as regiões Norte / Nordeste e o Sul, atribuindo a uns as
misérias do País e ao outro o papel de explorador, quando elas provêm
do modelo dependente, adotado, quando a política passou a favorecer os
cartéis transnacionais entretanto, um exame de nossa História mostra que
o separatismo não vingará. Separatismo porque votam mal? Quem não vota
mal neste nosso Brasil A gauchada mesmo, volta e meia, coloca um
“comunopetista” no governo do estado. Mas lá , Caxias conclamou
“Marchemos ombro a ombro e não peito a peito” e quando o estrangeiro
ofereceu auxílio aos Farroupilhas recebeu como resposta: “O primeiro
soldado de vossas tropas que atravessar a fronteira, fornecerá o sangue
com que será asnada a paz de Piratini com os Imperiais. Acima do nosso
amor à república colocamos o nosso brio, a integridade da Pátria.
Analisando com profundidade concluímos
que as oligarquias financeiras internacionais sabem que não conseguirão
separar o Sul do Norte/Nordeste e as pressões visam mesmo é enfraquecer a
união nacional para tornar mais palatável a independência indígena.
Isto e o acovardamento oficial desarmando as pessoas de bem formam um
eficiente conjunto de Operações Especiais capazes de nos amputar a parte
do território com as mais ricas jazidas. Eles não conseguirão seus
intentos.
Que Deus nos inspire na luta pela nossa integridade
No Mundo
Os EUA fizeram recentemente uma venda de petróleo bruto para
a Coréia do Sul. Muitos viram o fato como indício de que o shale gás
seria um sucesso, que os EUA seriam novamente exportadores de
petróleo. Entretanto, talvez seja apenas uma operação de guerra
comercial para baixar o preço e quebrar a economia da Rússia, Irã,
Venezuela e de outros exportadores que lhe são hostis, mesmo com
sacrifício momentâneo. Quem sabe?
O Estado Islâmico (ISIS) já demonstrou
que não será facilmente dominado. Com seu barbarismo sem limites nos dá
ímpeto de nos aliarmos aos EUA em uma nova Cruzada, mas temos algumas
indagações: Como podem os terroristas do Estado Islâmico (ISIS) vender
petróleo no mercado internacional, tão controlado por Washington? Haverá
alguma aliança secreta entre eles? O que há por trás disto tudo?
Como todos sabem, o comunismo (ou
marxismo) tem como alvo central a extinção da propriedade privada. Na
leitura marxista, a família tradicional monogâmica (homem, mulher e
filhos) é a causa do surgimento da propriedade privada, é o que Engels
escreveu em seu livro "A origem da família, da propriedade privada e do
Estado.” Em consequencia, para eles, a instituição da família deve ser
destruída.
Deu para perceber a origem do “gayzismo”
militante? Não é bem coisa de gays, esses preferem a privacidade. É
coisa de comuna mesmo.
Gelio Fregapani - Militar
da Reserva, ex -coordenador do Grupo de Trabalho da Amazônia da
Agencia Brasileira de Inteligência. Atuou na Serra Pelada e foi
Secretário de Segurança em Roraima. Foi Assessor de Assuntos
Estratégicos da Universidade Pan-Amazônica.
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