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A natureza humana foi dotada por Deus de
qualidades, aptidões e apetências ordenadas e tendentes a um fim supremo,
absoluto e eterno.
Tomemos uma criança. Ela nasce constituída de
corpo e alma, com ideias, desejos e sensibilidade. Que formação ela deve receber
para a educação de seu caráter e de sua personalidade?
Apesar
de o Batismo apagar a nódoa do pecado original, não elimina contudo as más
tendências com que toda criança nasce, tendências estas que a acompanharão até o
seu último suspiro: "Militia est vita hominis super terram", isto
é, a
vida do homem sobre a terra é uma luta (Jó, 7, 1).
De
onde a necessidade imprescindível de toda criança ser educada sobretudo pelos
pais, dever ao qual eles nunca deveriam furtar-se.
Analisando-se uma criança, vê-se que sua principal
tendência está voltada para Deus, que ao criá-la dotou-a com o senso do “ser”.
Este senso a faz sentir confusamente que, embora única, ela não se encontra
sozinha no universo, onde existem outros seres que lhe são semelhantes, a
começar pelos pais.
Portanto, se ela e todas as coisas existem, haverá um
ente dotado de perfeições infinitas – Deus – que é a razão de sua existência e
de cuja glória participam todos os seres criados.
Mesmo
sem fazer essas considerações, a criança possui uma ideia de Deus, porque todo
ser tem unidade, bondade, beleza e verdade.
Se
Deus criou assim os homens, o que fazem os inimigos de Deus – o demônio e seus
sequazes – para truncar os planos divinos? Procurarão circundá-los de
contradições, incertezas, instabilidades, egoísmos, ideias de fruição. E na
criança, sem jogo de palavras, tentarão trincar o cristal límpido da inocência
primaveril por meio do qual ela contempla e ama a Deus nas coisas boas,
verdadeiras e belas.
Procurarão ainda colocar no seu próprio ser, no íntimo
que a governa, a fim de impedi-la de atingir o fim para o qual foi criada, a
aflição, a torcida, os caprichos, as intemperanças, enfim a desordem. Para quê?
Para que ela renegue a sabedoria divina fechando sua alma à contemplação; para
que não possa admirar, por exemplo, a beleza de uma planta, de um pássaro, de um
rio cristalino, de um magnífico pôr do sol, e de relacionar tudo isso com a
outra vida que é eterna.
A criança quando chora é porque sente falta de
algo; quando ri é porque está feliz, seja pela presença da mãe, seja pelo
carinho do pai ou pela aproximação de seus irmãozinhos. Assim ela se desenvolve
em todo o seu processo humano, tal como se observa numa semente que desabrocha,
cresce, produz flores e frutos. Essa maturação se dá no sadio, reto e virtuoso
processo humano de uma criança.
Mas ai daquele que a escandalizar! “Melhor
lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse
nas profundezas do mar”.
O que
me motiva a escrever estas linhas é minha indignação diante da escandalosa
quantidade de livrinhos da rede pública de ensino para a (de)formação das
crianças brasileiras, desde o maternal, passando pelo jardim de infância e
continuando mais além, estimulando-as à fruição de sensações, de experiências
desconhecidas do mundo infantil, numa palavra, habituando-as desde a mais tenra
idade ao mundo da prostituição, ao mundo todo posto no pecado, conforme ensinou
Nosso Senhor.
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Seria este um conúbio espúrio do demônio com o governo do PT com vistas a
implodir a família enquanto instituição, não permitindo que os pais eduquem seus
filhos no caminho do bem, do verdadeiro e do belo, mas, pelo contrário,
obrigando-os a percorrer um caminho inverso ao desejado pelo Divino Salvador
quando disse “deixai vir a Mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos
Céus”?
(*) Sacerdote da Igreja do Imaculado
Coração de Maria- Cardoso Moreira-RJ e colaborador da
ABIM. |
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