Quatro capitais tiveram protestos liderados por dissidentes de sindicatos.
Benefícios são pontuais; alguns casos foram considerados abusivos.
Belém, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, São Luís e Teresina tiveram as greves lideradas pelos sindicatos locais; já em Goiânia, Salvador, São Paulo e no Rio de Janeiro, grupos de rodoviários dissidentes que não concordaram com o acordo firmado entre sindicato e patrões começaram a paralisação. Veja, abaixo, como foi cada movimento grevista e os resultados:
Quem fez a greve: trabalhadores de quatro empresas do transporte público de Manaus, liderados pelo sindicato dos rodoviários.
no Centro de Manaus
(Foto: TV Amazonas/Reprodução)
Duração: a paralisação começou no dia 7 de maio e terminou no dia 8, após uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ser expedida pedindo o afastamento de toda a diretoria do sindicato dos rodoviários.
Resultado: nenhum acordo foi fechado e nenhuma reivindicação foi atendida. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), um novo acordo é negociado há dois meses com os trabalhadores, mas ainda sem sucesso. O sindicato das empresas alega que aguarda os sindicalistas entrarem com o Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para a convenção 2014/2015. As propostas para a convenção são de 6% de reajuste salarial, 7,18% na cesta básica, 10% no vale refeição e 16,67% no lanche, o que resultou uma proposta de reajuste médio de 9,96%.
Quem fez a greve: grupo dissidente do sindicato dos rodoviários de Salvador.
desta quarta-feira, 28 (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Duração: a paralisação começou no dia 26 de maio e terminou no dia 28.
Resultado: após o início da greve e 100% da frota ficar parada, o sindicato voltou atrás e decidiu apoiar os dissidentes e a paralisação. Uma nova assembleia foi realizada e rodoviários e patrões chegaram a um acordo: reajuste de 9% no salário, aumento de R$ 12,23 para R$ 14 no vale alimentação e a redução da jornada de trabalho de 7 horas para 6 horas e 40 minutos, com um intervalo de 20 minutos. A categoria definiu a formação de uma comissão permanente de negociação para tratar da implantação de um plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e também do desconto incidido para os trabalhadores referente ao vale alimentação.
Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-CE), em Fortaleza.
Motivo: motoristas e cobradores fizeram paralisação em protesto contra a violência. A manifestação começou após os trabalhadores serem informados de que um motorista e um cobrador haviam sido esfaqueados durante um assalto na noite de quarta-feira (28). Segundo o presidente do sindicato, a categoria espera uma providência dos órgãos de segurança para conter os casos de violência.
Duração: a paralisação começou no dia 29 de maio e ainda segue neste sábado (31).
Resultado: na noite de sexta-feira (30), o sindicato decidiu que fará assembleia neste sábado (31) para apresentar propostas de reajuste salarial aos empresários do setor de transporte público.
Quem fez a greve: motoristas do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), que não representa legalmente a categoria na capital.
terminais em Goiânia (Foto: Reprodução/
TV Anhanguera)
Duração: a paralisação começou no dia 15 de maio e terminou no dia 17, após uma audiência de conciliação.
Resultado: Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, os representantes do Sindicoletivo, Setransp e Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte), representante legal dos motoristas, não chegaram a um acordo. Uma nova reunião foi marcada para o dia 4 de junho, para que seja estabelecido um novo acordo entre empresas e sindicatos.
Quem fez a greve: Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Coletivo (Stett) de Cuiabá.
Várzea Grande. (Foto: Reprodução/ TVCA)
Duração: a paralisação começou no dia 20 de maio e terminou no dia 24 após uma assembleia.
Resultado: eles tiveram o aumento salarial de 7,15%, chegando ao piso de R$ 1.800, além dos empresários se comprometerem a aumentar a comissão salarial de R$ 220 para R$ 230 a partir de janeiro de 2015. Os motoristas também vão ganhar protetor solar, terão os demais benefícios mantidos, além de vale alimentação no valor de R$ 100 a partir de julho deste ano.
Os profissionais não tiveram o salário descontado nos dias em que ficaram em greve, mas o sindicato foi multado em R$ 30 mil pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) por descumprir a liminar que determinava que pelo menos 70% da frota deveria circular na capital.
Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) de São Luís.
(Foto: reprodução/ GloboNews)
Duração: a paralisação começou no dia 22 de maio e ainda segue neste sábado (31). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho, não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelos rodoviários.
Resultado: após assembleia do sindicato realizada na tarde de quinta-feira (29), os rodoviários mantiveram a paralisação de 100% da frota de ônibus em São Luís, até que saia a decisão do Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão.
Na quarta-feira (28), a primeira audiência do dissídio coletivo instaurada pela Justiça, a pedido dos rodoviários, acabou sem acordo no TRT-MA. No início da reunião, a desembargadora Solange Passos Cordeiro ouviu os dois sindicatos e o município - foram três horas de negociação, sem consenso. Agora, será realizada uma audiência de instrução pelo Tribunal Regional do Trabalho, ainda sem previsão para ocorrer.
Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado do Pará em Belém.
Regional do Trabalho (Foto: Reprodução/
TV Liberal)
Duração: a paralisação começou na noite de 7 de maio e terminou na tarde de 8 de maio, após uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho.
Resultado: trabalhadores decidiram aceitar a proposta dos empresários de 7% de reajuste salarial, além do vale alimentação no valor R$ 425. Com o acordo, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém se comprometeu a não descontar o dia de paralisação da folha de pagamentos dos trabalhadores.
Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro) em Teresina.
passageiros a sair de ônibus em Teresina
(Foto: Catarina Costa/G1)
Duração: a paralisação começou no dia 23 de maio e terminou no dia 26 de maio, após o Tribunal Regional do Trabalho determinar que 50% da frota circulasse durante a greve sob pena de multa de R$ 10 mil por dia em caso de desobediência.
Resultado: categoria aceitou a proposta feita pelos empresários de 7,5% de reajuste e conseguiu ainda alterar a data-base para janeiro. A pedido dos trabalhadores, serão retiradas as multas de trânsito aplicadas pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) durante o movimento grevista. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) também prometeu abonar as faltas dos trabalhadores durante os dias parados.
Quem fez a greve: rodoviários dissidentes do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) do Rio de Janeiro.
(Foto: Reprodução/ GloboNews)
Duração: a paralisação de quarta-feira (28) foi a terceira no mês. A primeira vez foi de surpresa, no dia 8, por 24 horas. Menos de uma semana depois, os grevistas fizeram paralisação de 48 horas, nos dias 13 e 14.
Resultado: em audiência de conciliação realizada na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no dia 12 de maio, as partes não chegaram a um acordo, determinando o prosseguimento da ação, com abertura de prazo para manifestação das partes e do Ministério Público do Trabalho.
No dia 13 de maio, a desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos concedeu liminar que determinava a manutenção em serviço de pelo menos 70% do efetivo total do quadro de rodoviários do município do Rio de Janeiro, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento, contra o sindicato dos trabalhadores.
A sessão de julgamento da greve interposto pelo Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) contra o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros foi então marcada para a próxima segunda-feira (2).
Quem fez a greve: grupo de rodoviários dissidentes do Sindicado dos Motoristas e Cobradores de São Paulo.
parados na quarta-feira (21)
(Foto: Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo)
Duração: a paralisação começou no dia 20 e terminou no dia 22 de maio.
Resultado: acordo entre o sindicato e as empresas de ônibus foi mantido e o reajuste será de 10%. O Tribunal Regional do Trabalho multou sindicatos das empresas e dos motoristas e cobradores em R$ 200 mil. Além da multa, os dias não trabalhados devem ser compensados pelos funcionários.
Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb).
durante toda a quarta-feira, 28
(Foto: Beatriz Bucciano/RBS TV)
Duração: a paralisação foi de 24 horas no dia 28 de maio.
Resultado: uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas foi marcada para a próxima segunda-feira (2), às 15h, na sede do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina.
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