MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 31 de maio de 2014

Maio teve paralisação de ônibus em 11 capitais; veja motivos e resultados


Quatro capitais tiveram protestos liderados por dissidentes de sindicatos.
Benefícios são pontuais; alguns casos foram considerados abusivos.

Do G1, em São Paulo
Rio greve ônibus circulam (Foto: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)Ônibus ficam lotados durante paralisação no Rio (Foto: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
As greves de ônibus atingiram 11 capitais brasileiras neste mês de maio. Os rodoviários cruzaram os braços e reivindicaram reajuste salarial, benefícios e melhores condições de trabalho, como o fim da dupla jornada de motoristas que acumulam a função de cobradores. Em alguns casos, funcionários obtiveram benefícios pontuais. Em outros, houve greves consideradas abusivas pela Justiça. Em algumas cidades, a greve ainda continua.
Belém, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, São Luís e Teresina tiveram as greves lideradas pelos sindicatos locais; já em Goiânia, Salvador, São Paulo e no Rio de Janeiro, grupos de rodoviários dissidentes que não concordaram com o acordo firmado entre sindicato e patrões começaram a paralisação. Veja, abaixo, como foi cada movimento grevista e os resultados:
Amazonas


Quem fez a greve: trabalhadores de quatro empresas do transporte público de Manaus, liderados pelo sindicato dos rodoviários.
Dezenas de coletivos ficaram parados no terminal por mais de uma hora no Centro de Manaus (Foto: TV Amazonas/Reprodução)Dezenas de coletivos ficaram parados no terminal
no Centro de Manaus
(Foto: TV Amazonas/Reprodução)
Motivo: retaliação da categoria contra o desconto em folha de pagamento em decorrência de uma greve que ocorreu no dia 1º de junho de 2013. Além do desconto, eles cobravam ainda pagamento de vale alimentação do primeiro turno, pagamento de férias, entrega de folha de ponto e contracheque, repasse do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Duração: a paralisação começou no dia 7 de maio e terminou no dia 8, após uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ser expedida pedindo o afastamento de toda a diretoria do sindicato dos rodoviários.
Resultado: nenhum acordo foi fechado e nenhuma reivindicação foi atendida. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), um novo acordo é negociado há dois meses com os trabalhadores, mas ainda sem sucesso. O sindicato das empresas alega que aguarda os sindicalistas entrarem com o Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para a convenção 2014/2015. As propostas para a convenção são de 6% de reajuste salarial, 7,18% na cesta básica, 10% no vale refeição e 16,67% no lanche, o que resultou uma proposta de reajuste médio de 9,96%.
Bahia


Quem fez a greve: grupo dissidente do sindicato dos rodoviários de Salvador.
Ônibus coletivos não deixaram garagens na manhã desta quarta-feira (28) (Foto: Reprodução/TV Bahia)Ônibus coletivos não deixaram garagens na manhã
desta quarta-feira, 28 (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Motivo: trabalhadores discordaram da decisão do sindicato, que aceitou uma proposta feita por empresários. Os patrões ofereceram  9% de reajuste, com aumento de também 9% do vale alimentação sem discussão sobre a jornada. Já os dissidentes queriam 12% de reajuste salarial, R$ 17 no vale alimentação e jornada de 6 horas e 40 minutos, com mais 20 minutos de descanso.
Duração: a paralisação começou no dia 26 de maio e terminou no dia 28.
Resultado: após o início da greve e 100% da frota ficar parada, o sindicato voltou atrás e decidiu apoiar os dissidentes e a paralisação. Uma nova assembleia foi realizada e rodoviários e patrões chegaram a um acordo: reajuste de 9% no salário, aumento de R$ 12,23 para R$ 14 no vale alimentação e a redução da jornada de trabalho de 7 horas para 6 horas e 40 minutos, com um intervalo de 20 minutos. A categoria definiu a formação de uma comissão permanente de negociação para tratar da implantação de um plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e também do desconto incidido para os trabalhadores referente ao vale alimentação.
Ceará


Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-CE), em Fortaleza.
Motivo: motoristas e cobradores fizeram paralisação em protesto contra a violência. A manifestação começou após os trabalhadores serem informados de que um motorista e um cobrador haviam sido esfaqueados durante um assalto na noite de quarta-feira (28). Segundo o presidente do sindicato, a categoria espera uma providência dos órgãos de segurança para conter os casos de violência.
Duração: a paralisação começou no dia 29 de maio e ainda segue neste sábado (31).
Resultado: na noite de sexta-feira (30), o sindicato decidiu que fará assembleia neste sábado (31) para apresentar propostas de reajuste salarial aos empresários do setor de transporte público.
Goiás


Quem fez a greve: motoristas do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), que não representa legalmente a categoria na capital.
Motoristas impedem saída de ônibus para terminais da Grande Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Motoristas impedem saída de ônibus para
terminais em Goiânia (Foto: Reprodução/
TV Anhanguera)
Motivo: dissidentes não concordavam com o aumento de 7% no salário, de R$ 60 no vale alimentação e afirmavam que o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Passageiros de Goiânia (Setransp) não convidou a categoria para discutir o reajuste. Eles queriam aumento de 15% no salário e de R$ 125 no vale alimentação.
Duração: a paralisação começou no dia 15 de maio e terminou no dia 17, após uma audiência de conciliação.
Resultado: Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, os representantes do Sindicoletivo, Setransp e Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte), representante legal dos motoristas, não chegaram a um acordo. Uma nova reunião foi marcada para o dia 4 de junho, para que seja estabelecido um novo acordo entre empresas e sindicatos.
Mato Grosso


Quem fez a greve: Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Coletivo (Stett) de Cuiabá.
Greve de motoristas de ônibus de Cuiabá e Várzea Grande. (Foto: Reprodução/ TVCA)Greve de motoristas de ônibus atingiu Cuiabá e
Várzea Grande. (Foto: Reprodução/ TVCA)
Motivo: rodoviários queriam um novo piso salarial de R$ 1.800, ao invés de R$ 1.680, além de aumento no valor da gratificação paga juntamente com o salário, de R$ 220 para R$ 250. Empresários ofereciam apenas reajuste salarial, para R$ 1.758
Duração: a paralisação começou no dia 20 de maio e terminou no dia 24 após uma assembleia.
Resultado: eles tiveram o aumento salarial de 7,15%, chegando ao piso de R$ 1.800, além dos empresários se comprometerem a aumentar a comissão salarial de R$ 220 para R$ 230 a partir de janeiro de 2015. Os motoristas também vão ganhar protetor solar, terão os demais benefícios mantidos, além de vale alimentação no valor de R$ 100 a partir de julho deste ano.
Os profissionais não tiveram o salário descontado nos dias em que ficaram em greve, mas o sindicato foi multado em R$ 30 mil pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) por descumprir a liminar que determinava que pelo menos 70% da frota deveria circular na capital.
Maranhão


Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) de São Luís.
GNews - Greve de rodoviários no Maranhão (Foto: globonews)Greve de rodoviários no Maranhão
(Foto: reprodução/ GloboNews)
Motivo: inicialmente os rodoviários pediram 16% de reajuste salarial, além aumento do vale alimentação para R$ 500 por mês, inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação de plano odontológico. Na primeira reunião realizada com os empresários, eles diminuíram o percentual de reajuste para 11%, mantendo os pedidos de benefícios, mas nada foi acordado. Durante as negociações, o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) não apresentou propostas.
Duração: a paralisação começou no dia 22 de maio e ainda segue neste sábado (31). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho, não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelos rodoviários.
Resultado: após assembleia do sindicato realizada na tarde de quinta-feira (29), os rodoviários mantiveram a paralisação de 100% da frota de ônibus em São Luís, até que saia a decisão do Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão.
Na quarta-feira (28), a primeira audiência do dissídio coletivo instaurada pela Justiça, a pedido dos rodoviários, acabou sem acordo no TRT-MA. No início da reunião, a desembargadora Solange Passos Cordeiro ouviu os dois sindicatos e o município - foram três horas de negociação, sem consenso. Agora, será realizada uma audiência de instrução pelo Tribunal Regional do Trabalho, ainda sem previsão para ocorrer.
Pará


Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado do Pará em Belém.
Ônibus seguiram em comboio para o Tribunal Regional do Trabalho. Belém (Foto: Reprodução/ TV Liberal)Ônibus foram em comboio para o Tribunal
Regional do Trabalho (Foto: Reprodução/
TV Liberal)
Motivo: os rodoviários queriam reajuste de 12% no salário e vale alimentação no valor de R$ 500. Já os empresários propuseram aumento de 7% dos salários, além de aumento no vale alimentação de R$ 385 para R$ 425.
Duração: a paralisação começou na noite de 7 de maio e terminou na tarde de 8 de maio, após uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho.
Resultado: trabalhadores decidiram aceitar a proposta dos empresários de 7% de reajuste salarial, além do vale alimentação no valor R$ 425. Com o acordo, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém se comprometeu a não descontar o dia de paralisação da folha de pagamentos dos trabalhadores.
Piauí


Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro) em Teresina.
Motoristas em greve protestam e obrigam passageiros a sair de ônibus em Teresina (Foto: Catarina Costa/G1)Motoristas em greve protestam e obrigam
passageiros a sair de ônibus em Teresina
(Foto: Catarina Costa/G1)
Motivo: motoristas e cobradores pediam 10% de reajuste salarial e mudança da data-base de maio para janeiro. Já os empresários propuseram 7,5% de reajuste.
Duração: a paralisação começou no dia 23 de maio e terminou no dia 26 de maio, após o Tribunal Regional do Trabalho determinar que 50% da frota circulasse durante a greve sob pena de multa de R$ 10 mil por dia em caso de desobediência.
Resultado: categoria aceitou a proposta feita pelos empresários de 7,5% de reajuste e conseguiu ainda alterar a data-base para janeiro. A pedido dos trabalhadores, serão retiradas as multas de trânsito aplicadas pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) durante o movimento grevista. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) também prometeu abonar as faltas dos trabalhadores durante os dias parados.
Rio de Janeiro


Quem fez a greve: rodoviários dissidentes do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) do Rio de Janeiro.
GNews - Greve de ônibus no Rio (Foto: globonews)Greve de ônibus no Rio de Janeiro
(Foto: Reprodução/ GloboNews)
Motivo: grupo dissidente rejeitou o acordo firmado em março entre o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) e o Rio Ônibus (representante das empresas), que estabeleceu aumento de 10% no salário retroativo a abril, além do salário-base do motorista passar para R$ 1.950. Os rodoviários dissidentes pedem aumento de 40% – passariam a receber quase R$ 2,5 mil – e cesta básica no valor de R$ 400 – era de R$ 100 e subiu para R$ 140. Outra reivindicação é o fim da dupla função, onde motoristas também trabalham como trocadores.
Duração: a paralisação de quarta-feira (28) foi a terceira no mês. A primeira vez foi de surpresa, no dia 8, por 24 horas. Menos de uma semana depois, os grevistas fizeram paralisação de 48 horas, nos dias 13 e 14.
Resultado: em audiência de conciliação realizada na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no dia 12 de maio, as partes não chegaram a um acordo, determinando o prosseguimento da ação, com abertura de prazo para manifestação das partes e do Ministério Público do Trabalho.
No dia 13 de maio, a desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos concedeu liminar que determinava a manutenção em serviço de pelo menos 70% do efetivo total do quadro de rodoviários do município do Rio de Janeiro, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento, contra o sindicato dos trabalhadores.
A sessão de julgamento da greve interposto pelo Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) contra o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros foi então marcada para a próxima segunda-feira (2).
São Paulo


Quem fez a greve: grupo de rodoviários dissidentes do Sindicado dos Motoristas e Cobradores de São Paulo.
Terminal Parque D. Pedro com filas de ônibus parados, na região central de São Paulo, nesta quarta-feira (21) (Foto: Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo)Terminal Parque D. Pedro com filas de ônibus
parados na quarta-feira (21)
(Foto: Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo)
Motivo: trabalhadores questionavam o acordo feito entre o sindicato e as empresas de ônibus, que foi de 10% de reajuste salarial, vale mensal de R$ 445,50 e participação nos lucros e produtividade de R$ 850, entre outros benefícios.Os dissidentes queriam ao menos 30% de reajuste, R$ 25 de vale refeição ao dia e R$ 1.600 de participação nos lucros.
Duração: a paralisação começou no dia 20 e terminou no dia 22 de maio.
Resultado: acordo entre o sindicato e as empresas de ônibus foi mantido e o reajuste será de 10%. O Tribunal Regional do Trabalho multou sindicatos das empresas e dos motoristas e cobradores em R$ 200 mil. Além da multa, os dias não trabalhados devem ser compensados pelos funcionários.
Santa Catarina


Quem fez a greve: Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb).
Ticen permaneceu fechado durante todo o dia (Foto: Beatriz Bucciano/RBS TV)Terminal de Florianópolis permaneceu fechado
durante toda a quarta-feira, 28
(Foto: Beatriz Bucciano/RBS TV)
Motivo: segundo o sindicato, a mobilização ocorre pela manutenção de posto de trabalho, pois cerca de 350 cobradores das nove empresas seriam induzidos a demissão voluntária, devido à automatização das catracas. A prefeitura garantiu que não haveria demissões, mas o sindicato quis ter outras garantias e optou pela greve.
Duração: a paralisação foi de 24 horas no dia 28 de maio.
Resultado: uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas foi marcada para a próxima segunda-feira (2), às 15h, na sede do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina.

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