Os dois se conheceram pela internet; um ficará na casa do outro.
Cidade-sede será palco de sete jogos, dentre eles a decisão do Mundial.
Gabriel Barreira
Do G1 Rio
Assistente
fotográfica Elisa de Paula exibe a passagem comprada para Buenos Aires:
ela vai passar os 15 primeiros dias do Mundial fora da cidade natal
(Foto: Gabriel Barreira/G1)
Na contramão de quase
um milhão de turistas
— estrangeiros e brasileiros — esperados em junho e julho no Rio, a
assistente de fotografia Elisa de Paula está de saída da cidade.
Disposta a fugir do clima de "carnaval fora de época" de uma Copa do
Mundo e os prometidos protestos, ela anunciou em redes sociais a vontade
de ir para Argentina. Ofereceu o quarto do apartamento que divide com
três amigos na Zona Norte e, em troca, pediu abrigo do lado de lá do Rio
da Prata. Depois de trocar alguns e-mails com o "hermano" Augustín
Payva, fechou negócio e já está de malas prontas para Buenos Aires. Um
ficará na casa do outro.
"Vou fugir da Copa como fugi do carnaval. A cidade fica muito lotada e tudo fica caro", diz.
Mas não foi só o desinteresse pelo futebol e o desejo de voltar ao país
vizinho que motivaram a jovem de 24 anos. O caos nos aeroportos, o
temor de protestos violentos (sobretudo da truculência policial, segundo
ela) e a comoção nacional pelas ruas influenciaram a decisão.
De malas prontas: jovem de 23 anos promete não
assistir a jogos da Copa (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Pela internet, ela mobilizou os amigos que fez na Argentina na primeira
estada no país vizinho e começou a procura por algum aficcionado por
futebol que quisesse aproveitar a Copa do Mundo em uma das cidades-sede.
Depois de trocar alguns e-mails com o músico, teve certeza de que
encontrou a pessoa certa — o saxofonista só precisou prometer que vai
deixar de lado o instrumento musical quando estiver na casa.
Durante 15 dias, ela vai morar na casa do argentino, com o namorado e
um amigo, e ele no quarto dela. Se alugasse o cômodo de sua casa e
revertesse o lucro para a hospedagem durante a viagem, ela calcula,
acabaria saindo no lucro. Mas não achou justo cobrar os preços
excessivos cobrados pelo mercado imobiliário. "Ele ficou muito feliz com
a troca. Estava louco para conhecer o Rio e não poderia vir se tivesse
que pagar", disse.
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