Órgãos públicos temem que área sofra desbarrancamento em pouco tempo.
Equipamento foi achado recentemente ao longo do complexo, em Porto Velho.
Órgãos
públicos realizaram inspeção à máquina descoberta recentemente na
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho (Foto: Halex
Frederic/G1)
Diversos órgãos públicos estaduais e municipais realizaram uma inspeção
nesta terça-feira (10) a um maquinário descoberto recentemente a cerca
de 200 metros do Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), em
Porto Velho. O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia
alega que o equipamento está localizado em uma área de grande risco de
desmoronamento e recomendou às entidades de defesa que tomem medidas a
fim de preservar o objeto. Segundo o MPF, ainda será feito estudo do
espaço e não há previsão para os trabalhos começarem na região.
Maquinário fica próximo ao local onde houve
desbarrancamento de terra no início do ano
(Foto: Halex Frederic/G1)
A peça foi descoberta após um desbarrancamento que aconteceu próximo ao
restaurante Café Madeira, o qual a Defesa Civil interditou em janeiro
deste ano, com risco de desabamento. A Defesa Civil disse que atualmente
a margem direita do Rio Madeira está desprotegida.desbarrancamento de terra no início do ano
(Foto: Halex Frederic/G1)
De acordo com o arqueólogo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Rondônia (Iphan), Danilo Curado, o instituto realizou uma vistoria há 19 anos em todo o trecho da EFMM no perímetro da capital e afirma que o equipamento foi descoberto na época, mas não foi tombado como patrimônio estadual por conta do elevado grau de deterioração.
O arqueólogo não soube precisar qual era a atuação da máquina na época de construção da ferrovia.
Danilo diz que a melhor alternativa é retirar o maquinário do local, mas com condições. "É necessário retirar o equipamento daqui, mas é mais importante que haja um trabalho de contenção da terra e então, se tirá-la daqui, ela talvez possa ser inserida entre os bens tombados", explica.
O coordenador da Defesa Civil, coronel José Pimentel, afirmou que existe uma possibilidade de estudo em relação a retirada da máquina, entretanto, requer uma contenção para proteger o local e não danificar a peça.
Equipamento foi descoberto após desbarrancamento
próximo ao local; Iphan não soube informar o que é
a peça (Foto: Halex Frederic/G1)
"Segundo técnicos, essa contenção tem que vir de baixo para cima para
que não ocorra deslizamento. Isso nos leva a entender que será
necessário a ajuda, não só do município, como também da concessionária
[Santo Antônio Energia], já que é um enrocamento de grande porte",
avalia.próximo ao local; Iphan não soube informar o que é
a peça (Foto: Halex Frederic/G1)
Após a vistoria, a procuradora de república Gisele Bleggi comentou que será feito um plano de ação com as instituições envolvidas - Exército, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e Ministérios Públicos Estadual e Federal - no projeto de recuperação do equipamento.
"Verificamos que não é tão simples assim. Metade da máquina está soterrada e vai ser preciso realizar uma obra de engenharia de médio porte. Não se pode retirar imediatamente a máquina pode ocasionar em um desbarrancamento, comprometendo a segurança e integridade de pessoas que habitam e trabalham próximas ao local", afirma Bleggi.
Enrocamento na margem direita do Rio Madeira
está desprotegida, afirma coordenador da
Defesa Civil (Foto: Marcela Ximenes)
Desbarrancamentosestá desprotegida, afirma coordenador da
Defesa Civil (Foto: Marcela Ximenes)
O coronel José Pimentel, coordenador da Defesa Civil, declarou que os desbarracamentos na margem direita do Rio Madeira é uma situação pontual. Pimentel afirma que foi feita uma vistoria na sexta-feira (6) em toda parte central de Porto Velho e foi verificado que a força exercida pela energia do rio fez com que o enrocamento fosse desestruturado.
"Não só pelo fator adverso, que é o fenômeno do 'terras caídas' [erosão fluvial comum na região amazônica], mas também como pelo turbilhonamento das usinas e abertura de comportas que provocam o banzeiro [ondas formadas pela força da correnteza do rio], fizeram aquelas pedras rolarem", explica o coronel.
O representante da Defesa Civil informou que a faixa de desbarrancamento na margem direita do Rio Madeira começa no Bairro Triângulo vai até ao Bairro Balsa, onde está localizada a obra da ponte sobre o Rio Madeira, o que seria uma distância de aproximadamente três quilômetros. Já a margem esquerda do rio, o coronel afirma que o enrocamento será feito apenas na área onde está a Comunidade São Sebastião.
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