MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Bebês dividem o mesmo leito na maior maternidade pública do Piauí


Imagem foi feita por uma médica e publicada nas redes sociais.
Na mesma maternidade um curto circuito deixou o local sem energia.

Patrícia Andrade Do G1 PI

Uma médica usou as redes sociais para publicar fotos que mostram bebês dividindo o mesmo leito na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. As imagens foram feitas na Sala RN da unidade de saúde. O espaço recebe os recém-nascidos, mas neste caso estava atendendo crianças que não puderam ser encaminhadas para a UTI Neonatal por falta de vagas. A Evangelina Rosa é a maior maternidade pública do estado.
Em uma das imagens é possível ver dois recém nascidos no mesmo berço (Foto: Reprodução)Em uma das imagens é possível ver dois recém nascidos no mesmo berço (Foto: Reprodução)
Segundo a pediatra, que não quis ter a identidade revelada, é comum a falta de espaço para receber os bebês. No plantão em que fez as imagens, a médica disse ter chorado ao ver as crianças no mesmo leito.  A pediatra relatou ainda que na quarta-feira (11) o hospital ficou sem energia, o que provocou um caos na unidade.

“Aconteceu o atraso de várias cesarianas. O problema da maternidade não é isolado. Há muito tempo a unidade sofre com a falta de leitos e também material. Falta uma organização do poder público. O problema aqui não é a falta de profissionais, mas estrutura. Todos sabem que essa maternidade foi feita de forma provisória e até hoje a Unidade Materno Infantil não foi construída. Aqui morrem bebês dentro e fora da barriga da mãe por falta de atendimento”, disse a pediatra.

Uma funcionária da maternidade, que também não se identificou, relatou ao G1 que o problema com a falta de energia é antigo. Ela revelou que a unidade conta com apenas um gerador e que este mantém em funcionamento apenas a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nessa quarta-feira (11), um curto circuito provocou a queima de um disjuntor e até esta quinta-feira (12) vários setores ainda estavam sem energia elétrica.
Ainda segundo a funcionária, já chegou a faltar energia elétrica durante uma cirurgia e os médicos tiveram que utilizar uma lanterna de celular para continuar o procedimento. O fato ocorreu no dia 1º de setembro.
No mês passado, um residente do curso de medicina da Universidade Estadual do Piauí utilizou o seu perfil em uma rede social para publicar imagem em que os médicos usam lâmpada de emergência durante um procedimento cirúrgico.
Médicos usaram uma lâmpada de emergência para realizar procedimento cirúrgico (Foto: Reprodução/Facebook)Médicos usaram uma lâmpada de emergência para realizar
procedimento cirúrgico (Foto: Reprodução/Facebook)
O Conselho Regional de Medicina no Piauí (CRM) recebeu as denúncias e solicitou a abertura de uma sindicância para apurar as irregularidades na maternidade.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) convocou uma reunião de urgência para discutir os problemas da maternidade. De acordo com o diretor da Unidade de Descentralização e Organização Hospitalar da Sesapi Pedro Leopoldino, a direção da unidade terá que apresentar justificativas para a situação.

“Não há justificativa para que uma unidade gestora não tenha contratado um grupo de gerador para a maternidade e mais ainda que faltem insumos como luvas para o hospital. Vamos cobrar da direção uma resposta”, disse.

Pedro Leopoldino também disse que a licitação para a construção do Hospital Materno Infantil sairá em breve. Em janeiro, o Governo do Estado já havia assegurado R$ 56 milhões para a nova unidade, que deverá desafogar a demanda da Maternidade Dona Evangelina Rosa. 

Atualmente a Evangelina Rosa conta com 248 leitos obstétricos. Além destes, ainda há 167 leitos neonatais. É a maior maternidade do estado e responsável por 63% dos nascimentos ocorridos na cidade de Teresina. Apresenta em média 1200 internações por mês das quais 900 são partos.

A maternidade é ainda campo de estágio dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Estadual do Piauí (UESPI) dos cursos: medicina, enfermagem, nutrição, assistente social, odontologia, fisioterapia e enfermagem.

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