Policiais utilizaram arma de choque não letal para conter manifestantes.
Segundo PM, grupo jogou balão de tinta e pedras durante protesto.
Segundo Carvalho, os policiais utilizaram arma de choque não-letal para conter os ativistas. Pessoas vestidas com roupas pretas e que se autodenominam anarquistas, conhecidas como black blocs, enfrentaram policiais e chegaram a ser algemadas e enfileiradas deitadas no chão. O tenente-coronel disse que, em princípio, somente o homem que fez bunda-lelê seria detido, mas outros reagiram e, por isso, também foram conduzidos à delegacia. Ainda de acordo com Carvalho, alguns manifestantes arremessaram pedras e balões de tinta contra os policiais.
Momento de confronto entre polícia e manifestantes em Belo Horizonte. (Foto: Alexandre Rezende/ G1)
Houve reação contra as detenções ocorridas. Alguns manifestantes foram
para a porta da 3ª Área Integrada de Segurança Pública. No local, houve
nova confusão e policiais usaram balas de borracha para dispersar o
grupo. A PM não divulgou o número de feridos nos dois momentos de
confronto.
Manifestantes foram enfileirados no chão e
algemados pela polícia (Foto: Pedro Ângelo/ G1)
Militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e da Tropa de
Choque da Polícia Militar (PM) acompanharam o protesto. A tradicional
passeata do Grito dos Excluídos, realizada no Dia da Indepedência, teve
início por volta das 11h no Viaduto Santa Tereza e depois de percorrer
algumas ruas se encontrou com outro protesto na Praça Sete. Os
manifestantes seguiram na caminhada que protestava contra a corrupção e
diversas outras causas, como a violência contra a mulher, a impunidade
de crimes e o descaso com a população jovem. O ato foi encerrado na
Praça da Liberdade.algemados pela polícia (Foto: Pedro Ângelo/ G1)
Black blocs fazem barreira usando madeira
(Foto: Alexandre Rezende/ G1)
Durante a manifestação, um grupo de ativistas que vestia preto seguiu
na frente dos demais com uma barreira de madeira. Em diversos momentos,
houve diálogo entre o comandante de Policiamento Especializado e
participantes. O tenente-coronel contou que todos os que estavam
mascarados foram identificados ainda na Praça Sete. Segundo ele, eram
cerca de 30 pessoas. Carvalho afirmou ainda que, durante o trajeto,
policiais foram insultados.(Foto: Alexandre Rezende/ G1)
Em um certo momento do protesto, houve furo a um bloqueio policial na Avenida Afonso Pena. O momento foi de tensão, com a PM se organizando em linhas na via. O grupo de manifestantes seguiu lentamente em direção ao militares. Em instantes, os manifestantes de preto, uma minoria entre grupo que estava na Praça Sete, correu em direção ao bloqueio policial. A PM abriu a passagem, e os manifestantes comemoraram o furo.
O comerciante Marco Duarte, de 21 anos, participou do ato e disse que foi revistado três vezes por policiais. Ele denuncia que alguns policiais o “agrediram verbalmente” e que houve “constrangimento desnecessário”.
Policial atira em jovem com os braços levantados
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Um cinegrafista da TV Globo flagrou o momento em que um policial atira
contra um rapaz de braços levantados. Em seguida, ele se abaixa e é
imobilizado. A polícia informou que todas as denúncias de excesso por
parte dos militares será investigada pela Corregedoria de Polícia.(Foto: Reprodução/TV Globo)
Bandeiras do protesto
A concentração no Viaduto Santa Tereza reuniu jovens, adultos, crianças e idosos. Manifestantes confeccionaram cartazes e faixas e levantaram bandeiras de partidos políticos, associações e grupos diversos. Dentre as reivindicações, mais educação, saúde, distribuição de renda, democratização e desmilitarização da Polícia Militar.
Parte dos manifestantes se concentrou debaixo do Viaduto Santa Tereza, de onde saíram em passeata
(Foto: Alexandre Rezende/ G1)
Os manifestantes também pediram o reconhecimento dos mortos na Síria e
paz no país. Na Praça da Estação, em um ato simbólico, o grupo se reuniu
em uma ciranda. Cruzes negras feitas em madeira foram colocadas ao
centro da ciranda. O ato lembrou vítimas das chacinas de Felisburgo, em
que cinco sem-terra foram assassinados em 2004 em Minas, e a da
Candelaria, em que oito jovens foram mortos policiais no Centro de Rio
de Janeiro.(Foto: Alexandre Rezende/ G1)
Cruzes negras feitas em madeira relembraram
vítimas da violência. (Foto: Luiza Andrade/ G1)
Entre os nomes e causas, também foram lembrados Luis Felipe, que morreu
no viaduto da Avenida Antônio Carlos em protestos anteriores, em Belo
Horizonte; Irmã Dorothy, ativista ambiental e religiosa que foi
assassinada aos 73 anos no estado do Pará; Padre Gisley, assessor
nacional do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) que foi assassinado aos 31 anos em Brasília.vítimas da violência. (Foto: Luiza Andrade/ G1)
Durante a ciranda, um ativista que se identificou como Welington vestia roupas pretas e carregava uma enorme bandeira sem brasão ou quaisquer dizeres. Ele explicou que "assumiu o luto pelo Brasil" e que protestava a favor de investimentos na educação, saúde, e contra o desvio de dinheiro público.
A caminhada seguiu pacificamente pelas ruas Guaicurus, São Paulo e Afonso Pena, até chegar à Praça Sete, onde o grupo se encontrou com outros manifestantes que já se concentravam no local. Num certo momento, houve embate verbal entre um grupo que defendia o uso de bandeiras de partidos e causas e outro que era contra a manifestação partidária. Ouvia-se de um lado os dizeres “Bandeira na mão, liberdade de expressão”, e do outro, “Sem partido”.
Manifestantes mascarados foram questionados por militares, o que gerou momentos de discussão e revide durante o protesto. “E vocês, porque não têm o nome estampado na farda?”, disse um manifestante. Ele conversava com um policial, que respondeu que os militares não estavam identificados para a proteção deles. Ainda segundo o policial, o uso da máscara não foi proibido, mas a recomendação é que elas não sejam usadas para a proteção dos próprios manifestantes.
Jovens pintaram os rostos em protesto à decisão
da PM de tornar obrigatória a identificação
(Foto: Luiza Andrade/ G1)
'Máscaras' pintadasda PM de tornar obrigatória a identificação
(Foto: Luiza Andrade/ G1)
Na passeata do Grito dos Excluídos, que seguiu do Viaduto Santa Tereza até a Praça Sete, jovens pintaram os rostos e cobriram as cabeças com panos artísticos, em protesto à decisão da Polícia Militar de tornar obrigatória a identificação.
Já na concentração da Praça Sete, alguns jovens cobriram seus rostos com camisas e máscaras. Eles foram questionados por agentes da PM e precisaram se identificar durante os protestos.
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