Mercado de aeronaves durante a Agrishow é aquecido, dizem empresas.
Pessoas do agronegócio são as preferidas das marcas expostas na feira.
Leandro Mata
Do G1 Ribeirão e Franca
Piloto do helicóptero diz que comprador tenta gastar menos tempo com viagens (Foto: Leandro Mata/G1)
Nem só da venda de máquinas para o campo vive a Agrishow em
Ribeirão Preto
(SP). Em meio a tratores, colheitadeiras e plantadeiras, há quem
procure também por helicópteros. A busca por conforto, autonomia e,
principalmente, economia de tempo durante as viagens foram os fatores
que fizeram um empresário da cidade desembolsar R$ 6 milhões por uma
aeronave durante a feira. O modelo é o segundo adquirido pelo comprador,
que é dono de uma indústria de filtros para usinas de cana-de-açúcar.
Com direito a champanhe no estande da empresa, o negócio milionário foi
comemorado entre vendedores e o novo proprietário do helicóptero. Uma
das 'clientes' da marca é a presidente Dilma Rousseff, que no ano
passado adquiriu para o uso em viagens um modelo que não teve o preço
divulgado.
Desta vez, em Ribeirão Preto, o comprador pediu para que seu nome fosse
mantido em sigilo, mas o piloto dele, Paulo Canini, garantiu que a
aplicação da máquina é no trabalho diário. "A gente atua no mercado de
usinas, então a gente visita essas usinas para vender os nossos produtos
e o helicóptero agiliza isso. Já usamos [o helicóptero] há 3 anos e
compramos agora o segundo. Hoje é uma ferramenta de trabalho, não serve
para o luxo. Para nós é 90% trabalho e 10% lazer", diz Canini.
Além da empresa de helicópteros, outras seis representantes de
aeronaves comercializam produtos na Agrishow. Os exemplares ficam
expostos ao público em frente aos estandes e enchem os olhos dos
visitantes.
Estande expõe aeronaves para atrair compradores
em Ribeirão Preto (Foto: Leandro Mata/G1)
Leonardo Fiusa, diretor comercial de uma das empresas que comercializa
aeronaves executivas na feira, afirma que trazer jatinhos para a feira é
certeza de bons negócios. "Nós estamos participando pelo oitavo ano
consecutivo. Temos clientes por causa do relacionamento criado aqui e
que acabou gerando um negócio lá na frente.”
Fiusa comercializa 19 modelos de aviões entre jatos, aeronaves anfíbias
com motores de pistão, turbo hélice, além de outros seis exemplares de
helicópteros. O preço das unidades - sem somar os impostos, que fazem o
preço subir de 16,5% a 18% - ficam entre US$ 150 mil e US$ 26 milhões.
Os veículos, segundo ele, são adquiridos em sua maioria por fazendeiros e
empresários do setor do agronegócio.
"São clientes que têm necessidade de deslocamento entre áreas rurais. O
grande benefício é o ganho de tempo. Tem clientes que gastavam dias
entre uma fazenda e outra de caminhonete. De avião são apenas horas",
afirma o diretor.
Aviões enchem os olhos dos visitantes da feira em
Ribeirão Preto (Foto: Leandro Mata/G1)
Philipe Figueiredo, que é diretor de vendas de uma revendedora de
aeronaves americanas com sede em Belo Horizonte (MG), também afirma que
os aviões funcionam como ferramentas de trabalho e servem para otimizar o
tempo dos proprietários. Nos últimos três anos, a empresa dele
comercializou 11 unidades durante a Agrishow.
“Certa vez nós fizemos um cálculo para um cliente do Nordeste, de uma
região que não é atendida pelas linhas aéreas comerciais. Se ele
comprasse um avião, ele economizaria 30 dias [gastos em transporte] em
um ano”, exemplifica Figueiredo.
Sem a taxa de importação, traslado e impostos, nos Estados Unidos os
aviões vendidos pela empresa custam de US$ 810 mil a US$ 7,3 milhões, o
equivalente entre R$ 1,6 milhão e R$ 14,6 milhões.
Avião que está à venda na Agrishow custa US$ 1,4 milhão nos EUA (Foto: Leandro Mata/G1)
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