Gostaríamos
de oferecer como fonte para pautas sobre a Campanha Janeiro Branco –
presente em países como Brasil, Angola, Japão, Colômbia, Estados Unidos,
Portugal e Holanda e que colocou a Saúde Mental na pauta nacional – a
Prof.ª Wilma Bolsoni, terapeuta formada na Barbara Brennan School of
Healing (BBSH), na Flórida (EUA), com pós-graduação em Bases da Medicina
Integrativa pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert
Einstein. Wilma é Head da Flow School, frente criada pela Ânima educação
para questões de saúde mental, autoconhecimento e desenvolvimento
humano em prol de promover soluções integradas como segurança
psicológica e tratamento humanizado no local de trabalho. Abaixo, tópicos que a Profa. Wilma pode abordar em entrevista · Contexto e Tendências - A
fragilidade na saúde mental de profissionais e a população em geral, já
vinha apresentando índices de crescimento antes da pandemia. Durante
esse período, que já dura quase 3 anos, o processo acelerou e os
problemas emocionais aumentaram significativamente.
- O
agravamento do desequilíbrio mental e emocional da população em geral,
não reduzirá nos próximos anos. Entenda o porquê, o que vem por aí e o
que podemos fazer.
· Dados sobre saúde mental no Brasil: - 86% dos brasileiros sofrem de algum tipo de transtorno mental;
- O Brasil é o 1º país do mundo em ansiedade e 1º da América Latina em depressão;
- 76% dos profissionais brasileiros sofrem de estresse e 32% chegam ao Burnout (esgotamento);
- No
Brasil, onde 65 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho, a
taxa de desemprego bate os 10% e 30% dos jovens não têm emprego formal
- Pesquisa
da McKinsey mostra que cerca de um terço da força de trabalho
brasileira considera deixar seus empregos nos próximos 3 a 6 meses,
motivada principalmente pela falta de oportunidades de desenvolvimento e
por uma remuneração inadequada. Esse movimento pode gerar um impacto de
10 a 15% sobre as receitas das empresas, decorrente de custos de
recrutamento, desenvolvimento e perda de produtividade.
- A
pesquisa, feita com 15 mil funcionários de 15 países de todos os
continentes e realizada entre fevereiro e abril de 2022, mostra que a
Síndrome de Burnout é um fenômeno global: um em cada quatro funcionários
pesquisados relatou ter tido sintomas de Burnout “com frequência” ou
“com muita frequência” (e mais de dois terços, “às vezes”). Essas altas
taxas foram observadas em todo o mundo e em grupos demográficos variados
e são coerentes com as tendências globais.
· “The Great Resignation” – sentido, propósito e felicidade em pauta: - “A
Grande Resignação”, é um movimento de massa, onde os funcionários se
demitem voluntariamente de seus empregos buscando mais significado,
qualidade de vida, realização pessoal e profissional.
- Surgiu no início de 2021 durante a pandemia do COVID-19 e gradualmente começou a se apresentar no Brasil.
- Salário e plano de carreira não são mais suficientes para reter talentos na organização.
- No
país, mais de meio milhão de pessoas pedem demissão todos os meses,
segundo dados de 2021 e do primeiro semestre de 2022 de uma pesquisa
encomendada pela revista Você S/A ao estúdio de inteligência de dados
Lagom Data. Esse número é o dobro do registrado nos anos anteriores à
pandemia.
- Entre
os principais motivos que levam à demissão voluntária no Brasil
destaca-se a busca por realização pessoal e profissional: horários
flexíveis, carga horária variável, benefícios que incluem saúde mental,
segurança psicológica no ambiente de trabalho, programas pró qualidade
de vida.
- Segundo
levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
no Brasil, entre julho de 2021 e julho de 2022, foram registrados 6,5
milhões de pedidos de demissão de trabalhadores com carteira assinada.
· Opções que tocam apenas a superfície do problema: - Estima-se
que nove em cada dez empresas em todo o mundo oferecem alguma forma de
programa de bem-estar (Charlotte Lieberman, "What Wellness Programs
Don't Do for Workers", Harvard Business Review). A maioria das
empresas oferece benefícios de bem-estar, tais como ioga, aplicativos de
meditação, campanhas de bem-estar, planos para incentivo ao exercício
físico e treinamentos sobre como administrar o tempo e a
produtividade. Quando o profissional adoece, as empresas tendem a focar
em intervenções individuais para aliviar os sintomas, em vez de abordar
os fatores organizacionais que levam seus funcionários ao Burnout.
- Por
mais louváveis que sejam esses esforços, esse tipo de intervenção tende
a fazer com que, por um lado, a empresa superestime o impacto dos
programas de bem-estar e benefícios e, por outro, subestime o papel
crítico do ambiente de trabalho na redução dos níveis de Burnout e no
apoio à saúde mental e ao bem-estar dos funcionários.
- Existem
ainda circunstâncias ligadas aos contextos globais, coletivos e
geracionais que adicionam complexidade ao problema, desafiando tanto os
profissionais de saúde quanto os de Recursos Humanos, na criação de
soluções mais efetivas.
· Qual a saída? - A
solução não é simples e nem imediata, mas precisa urgentemente entrar
para a pauta estratégica das empresas para começar a ser implementada.
- Vejo três frentes que precisam ser abertas para que o problema seja enfrentado com mais sucesso:
1. Cultura Organizacional - Desestigmatizar o tema Saúde Mental;
- Garantir segurança psicológica;
- Criar canais de comunicação efetivos;
- Treinar lideranças
2. Planos de bem-estar - Viabilizar jornadas de trabalho mais saudáveis;
- Fornecer suporte, autocuidado e bem-estar;
- Planos de incentivo e acesso a um estilo de vida mais saudável;
- Informação sobre saúde, autocuidado e estilo de vida.
3. Investimento no indivíduo - Promover acesso a programas de autoconhecimento.
- Promover rituais de reconexão dos indivíduos com seus valores, papéis e propósitos.
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