Por Ricardo Haag
Desde jovens, somos condicionados a escolher qual carreira seguiremos logo após a graduação no ensino médio. De fato, muitos descobrem sua real vocação ainda na escola. Mas, uma grande parcela das pessoas não possui essa resposta em uma idade ainda tão precoce, oscilando entre diferentes vagas em busca daquela que lhes tragam felicidade e reconhecimento. Cada vez mais, a mudança de carreira vem se tornando um desejo recorrente entre os mais diversos cargos e gerações de profissionais – impulsionando uma mudança que, nem sempre, vale a pena ser feita.
As justificativas para essa transição variam e se diferenciam em uma linha tênue se tratando dos motivos profissionais e pessoais. No primeiro caso, a falta de oportunidades em determinados segmentos é fator de desânimo para muitos, exigindo uma luta constante para driblar a lei da oferta e demanda do mercado. Esse é o caso, como exemplo, da dificuldade de contratação de profissionais da área de TI, um dos setores mais demandados por trabalhadores qualificados e, ao mesmo tempo, um dos que mais sofre em sanar este empecilho por inúmeros fatores externos, como a baixa qualificação.
Além das questões mercadológicas, a falta de habilidades interpessoais no dia a dia da rotina empresarial é um dos maiores fatores a favor do aumento do índice de mudança de carreira. No menor sinal de insatisfação com a empresa atual ou problema enfrentado, é comum observar aqueles que preferem trocar de emprego constantemente, escapando destas situações ao invés de tentar lidar com elas da melhor maneira possível, amadurecendo e fortalecendo sua jornada dentro da companhia.
Independentemente da geração, essa ansiedade em explorar e testar algo novo, característico daqueles mais jovens, apresenta os dois lados da moeda – afinal, ao mesmo tempo em que essa curiosidade pode impulsionar a descoberta de oportunidades excelentes, pode também gerar uma impaciência significativa ao ponto de não aprenderem a lidar com as adversidades no ambiente de trabalho e, assim, não consigam permanecer em uma vaga por muito tempo. Um comportamento que, raramente, será visto nos gestores ou diretores de qualquer empresa, uma vez que precisaram de um mindset completamente oposto para conquistarem suas posições.
Em uma pesquisa feita pelo Work Trend Index em 2021, cerca de 63% dos entrevistados afirmaram que já realizaram alguma mudança em suas carreiras, junto com 48% que ainda gostariam de conquistar esse objetivo ao longo do ano. Seja visando uma transição interna na mesma área de atuação ou para uma outra completamente diferente, o segredo do sucesso para a reconstrução profissional dependerá, essencialmente, de um planejamento intensamente cuidadoso.
Escolher uma trilha profissional diferente requer uma dose de autoconhecimento e de coragem importante. É preciso saber onde se deseja chegar e o que é necessário para atingir tal linha de chegada – caso contrário, nenhuma outra opção será suficiente ou trará a felicidade desejada. Infelizmente, hoje são poucos os que compreendem o futuro que desejam para suas carreiras, se tornando reféns de um cenário que, não necessariamente, poderia ser tão nublado.
É fato que lidamos com um mercado passível de mudanças constantes, desvalorizando e agregando renome a todos os cargos frequentemente. Estamos em um cenário incontestavelmente desafiador, mas que não deve ser utilizado como argumento para instabilidade decisória. Ao invés disso, pesquisar a fundo todos os pontos que envolvem os setores interessados – desde o dia a dia daqueles que trabalham neste segmento até os maiores desafios de crescimento, oportunidades e as possíveis trajetórias profissionais a serem trilhadas.
Qualquer mudança de carreira deve ser uma decisão pensada racionalmente, não se deixando levar por picos de emoções derivadas de insatisfações ou receios. O planejamento deve estar presente a todo momento, buscando compreender os requisitos técnicos e comportamentais exigidos para progredir na área desejada e, acima de tudo, incorporando um toque de humildade para começar do zero e com paciência. A maior abrangência possível destes elementos de conhecimento fará toda a diferença para evitar qualquer passo errado que comprometa sua carreira, aumentando as chances de, finalmente, se satisfazer em seu trabalho.
Ricardo Haag é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Sobre a Wide:
Com mais de 30 anos somados de recrutamento especializado e mais de 20 mil entrevistas realizadas, o propósito da Wide, empresa de recrutamento e seleção de alta gerência, é construir legados, seja o das empresas contratantes, o dos candidatos e o seu próprio.
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