MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 21 de agosto de 2022

Estratégia de Bolsonaro para reconquistar seus antigos eleitores de 2018 tem um teto

 



Bolsonaro desembarca em Vitória para cumprir agenda de campanha

Bolsonaro perdeu muitos eleitores e está correndo atrás

Bruno Boghossian
Folha

Os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro na última eleição representam hoje a principal chance que o presidente tem de se manter vivo na disputa deste ano. Depois de perder quase metade desse apoio ao longo do governo, o capitão voltou a avançar sobre o grupo. Os números do Datafolha indicam, no entanto, que a recuperação tem um limite que pode inviabilizar a reeleição.

Na virada do ano, Bolsonaro tinha cerca de 50% dos votos dos brasileiros que estiveram com ele em 2018. O presidente teve uma primeira onda de crescimento em maio, quando Sergio Moro saiu da corrida. Agora, 63% desses eleitores estão dispostos a repetir a dose no primeiro turno.

PERTO DO TETO – Apesar da alta, o número indica que um terço dos bolsonaristas da campanha passada continua distante do presidente. Além disso, o resultado sugere que ele pode estar próximo de um teto de recuperação.

Entre os brasileiros que estiveram com Bolsonaro na última disputa, 21% dizem que não votam nele “de jeito nenhum”. Esse índice já foi maior, mas ainda é considerado desastroso — uma vez que o presidente não consegue recuperar um de cada cinco eleitores que já demonstraram afinidade com seu projeto.

Uma notícia ainda pior para Bolsonaro está do outro lado da arena: 19% dos entrevistados que declaram ter votado em Bolsonaro em 2018 estão com Lula no primeiro turno de 2022. A adesão desse grupo ao petista parece sólida, já que o percentual se mantém no mesmo patamar desde dezembro do ano passado.

VIRAR OS VOTOS – Os dados apontam que Bolsonaro obteve o retorno de eleitores que estavam indecisos ou flertavam com candidaturas alternativas de direita, mas também viu uma fatia considerável se aninhar com seu principal adversário. Virar esses votos é uma tarefa quase impossível.

A desconexão dos eleitores com o Bolsonaro de 2022 é tão significativa que uma parte deles não vota no presidente nem para evitar uma vitória de Lula. Nas simulações de segundo turno, 23% dos bolsonaristas de 2018 escolhem o petista.

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