Motociclistas têm uma relação difícil com o pedágio. Mesmo com carros as pessoas se sentem incomodadas por ter de reduzir a velocidade, “mirar” a cabine e achar a carteira para o pagamento. Imagine de moto!
O menor dos problemas é entregar o dinheiro na cabine e receber o troco, se houver. Uma vez que motociclistas devem usar luvas, o manuseio de cédulas ou de moedas é naturalmente complicado, e as motos com porta-objetos de fácil acesso são raríssimas.
Mas a primeira razão do perigo é o próprio piso das praças de pedágio: como não há cabine exclusiva para motos, o chão é quase sempre muito escorregadio por conta de vazamentos de óleo dos veículos maiores. Por menor que seja o tempo de parada de um carro ou caminhão na cabine de pedágio, a combinação de motor quente e parada abrupta promove o pinga-pinga de óleo que se concentra exatamente na área do pagamento.
Contra essa armadilha você pode adotar uma estratégia simples, mas efetiva, que é colocar seus pneus no “trilho” dos pneus dos veículos maiores. Atenção: com os pneus da moto na área menos suja, a tendência é que o motociclista seja obrigado a colocar ao menos um dos pés na meleca. Para driblar esse inconveniente, o primeiro passo é observar onde há menos sujeira, e apoiar apenas o bico ou o calcanhar do calçado, de modo a estabelecer a menor área possível de contato. Outro estratégia que esse piso escorregadio exige é uma aproximação bem lenta, buscando fazer a desaceleração da moto da maneira mais suave e gradual possível, evitando freadas ou reduções de marchas bruscas.
Não há cobrança automática
Infelizmente, as companhias que exploram os sistemas de cobrança automática de pedágio ainda não disponibilizaram sistemas para uso em motos, o que sem dúvida simplificaria a vida dos motociclistas e aumentaria a segurança de todos os usuários das estradas. Tais empresas alegam já ter desenvolvido um “tag”, o emissor que vai no veículo e emite o sinal que abre a cancela por radiofrequência, adequado para motocicletas, resistente à maior vibração e à intempérie. Porém, até agora, e apesar da inquestionável segurança que isso proporcionaria, tal tecnologia ainda não está acessível.
Passagem apertada ou cheia de obstáculos
Em algumas rodovias, motocicletas estão isentas do pagamento, mas a passagem pelo pedágio é inevitável e, muitas vezes, cones ou outros tipos de sinalização de solo e barreiras físicas são colocados no local selecionado para a passagem de motos, em geral, na extrema direita. Frequentemente, o modo como essas áreas de retenções são feitas dificultam a passagem de quem tem motos de grandes dimensões ou mesmo motocicletas nem tão volumosas assim, mas dotadas de bolsas laterais ou alforjes.
O que fazer? Mais uma vez, atenção e paciência são atitudes corretas. Um olho na pista à frente em busca de manchas de óleo, um olho no retrovisor para ver se não há alguém vindo muito animado: assim a passagem pelo pedágio vira apenas uma pequena chatice, e não um grande problema capaz de estragar a viagem.
E, se tiver de pagar, informe-se sobre a quantidade de pedágios na rota e separe a quantia correspondente. Alguns motociclistas fazem ainda melhor: separam moedas no valor exato de cada pedágio e as fixam com fita adesiva, formando “bolinhos” de moedas que aceleram a operação. Quem não tem essa paciência, senso de organização ou, simplesmente, tempo para fazer isso deve ao menos estabelecer um método, como colocar dinheiro trocado num bolso específico da jaqueta. Menos operações de abre-fecha zíper e botão ajudam a diminuir o tempo de passagem em um local que não é muito seguro para motocicletas.
*Foto: Ardilhes Moreira/Arquivo G1 e GloboNews.
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