Nos últimos quatro anos, 26 usinas fecharam as portas no Estado de São Paulo, que responde por cerca de 60% da plantação da cana no Brasil
Somente em Sertãozinho, duas usinas encerraram as atividades e uma está em recuperação judicial
(Paulo Fridman/Corbis/VEJA)
A situação se agravou em 2008, com a crise financeira internacional, que reduziu a oferta de crédito para as empresas brasileiras e estrangeiras. A falta de gestão em grande parte das empresas e o congelamento dos preços da gasolina também prejudicaram competitividade do etanol, afetando em cheio as usinas paulistas. O Estado de São Paulo responde por cerca de 60% da plantação da cana-de-açúcar no Brasil. Nos últimos quatro anos, 26 usinas encerraram as atividades na região.
Sertãozinho (SP) é um dos principais centros de tecnologia e produção de álcool e açúcar do país, com histórico de crescimento de 10% ao ano entre 2003. Mas das sete usinas instaladas na cidade, duas fecharam e uma está em recuperação judicial. Sem encomendas dos produtores de etanol, 500 metalúrgicas extinguiram 10 mil postos de trabalho e reduziram o faturamento pela metade.
“Caímos do 4º para o 54º lugar no índice Firjan de desenvolvimento municipal, que mede a qualidade de emprego, renda, saúde e educação entre 5 mil municípios. A cidade ainda é muito dependente da cana”, afirma o secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni, em entrevista ao jornal.
O cenário também é desfavorável para os cerca de 2 mil pequenos fornecedores de cana-de-açúcar das usinas de Sertãozinho. A seca deste ano reduziu a produtividade de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo de até 90 toneladas por hectare para 71 toneladas por hectare. Com menos matéria-prima, parte dos produtores de etanol encerrou a safra antecipadamente, em outubro, em vez de novembro.
O diretor da Canaoeste, Manoel Ortolan, explica que muitas empresas estão vendendo ou arrendando parte de suas terras para grupos internacionais para evitar novos endividamentos. “Esperamos que o governo anuncie o aumento de 25% para 27,5% da adição de etanol na gasolina em 2015. Seria uma alta de 1,2 bilhão de litros.”
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