MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Lúcio Vieira Lima revela problemas de relacionamento entre o PT e PMDB

Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
O PMDB começa mostrar suas garras e não estará tão brando como foi no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PMDB). Mesmo dono da cadeira da vice-presidência, essa ocupada por Michel Temer (PMDB) há quatro anos, alguns setores tratam a atual conjuntura não mais com olhar governista.
A questão ficou evidenciada pelo deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), principal cacique peemedebista da Bahia. Em entrevista a revista Veja, o irmão do ex-ministro Geddel afirmou que ‘não há mais espaço para o governo tratorar’ e sugeriu que sua agremiação não ocupe funções dentro do governo petista.
Questionado pela revista da motivação da insatisfação do PMDB com o governo, o parlamentar alegou que mesmo com a defesa da reedição da aliança, essa defendida por Temer, havia um clima de que a sigla não era ouvida pelo governo e não participava efetivamente das construções diretas de políticas públicas e suas execuções.
“No primeiro mandato, o PT ficava com o bônus, e o PMDB, com o ônus. Nós éramos chamados apenas para aprovar projetos, e, depois, eventuais bônus das políticas públicas eram atribuídos ao PT. Foi alertado ao Temer que a aliança estava trazendo prejuízos, e isso foi refletido nas eleições”, afirmou.
Na continuidade da resposta, o político exemplificou que o desempenho do PMDB nas eleições foi prejudicado por conta da estrutura. “Apesar de o partido ter eleito sete governadores, efetivamente saiu prejudicado: diminuiu a bancada na Câmara e importantes candidatos a governador da cúpula do partido perderam a eleição, como o Eduardo Braga (AM), o Henrique Alves (RN) e o Eunício Oliveira (CE). O PMDB estava apoiando um projeto hegemônico do PT, um projeto que só cuidava do crescimento deles”, complementou.
Em outro momento, o baiano recomendou que o PMDB não assumisse ministérios e cargos na gestão petista e justificou tal posição pelo anúncio atual de candidatura própria a presidência em 2018, o que, segundo ele, atrapalharia os planos futuros.
“Só existe uma candidatura de situação ou de oposição. Se nós estivermos ocupando cargos no governo, não poderemos ter uma candidatura de oposição. A única opção que teria é uma candidatura do governo, mas o PT não costuma abrir mão para outros partidos”, lembrou à Veja.
No ensejo da recomendação dos cargos, o fisiologismo apontado como prática do PMDB também foi comentado pelo peemedebista. Segundo ele, a sigla é tida como “símbolo” por ser a maioria agremiação do Congresso.
“Não estou dizendo que não pratique isso, mas que todos os partidos praticam igualmente. Isso não é do PMDB, e sim da vida partidária do país, até porque os governos querem que isso continue porque é interessante para eles (...). Por isso que eu defendo que o PMDB não tenha nenhum cargo e que não use a presidência da Casa para indicar ministros”, disse.
Quando perguntado pela revista se o estilo combativo o auxiliou para sair com o título de deputado mais votado da Bahia na disputa pelas cadeiras da Câmara Federal, o político alegou que o estilo ajudou, mas que existem diversos fatores que o conduziram ao patamar.
“É um mosaico, um conjunto de fatores. O jeito combativo ajuda, sim, porque a população identifica que tem alguém para lutar por ela. Eu também busco dar uma atenção especial ao eleitorado. Eu usei muito as redes sociais para interagir com as pessoas”, discorreu.
“Eu tenho um jeito que é muito acessível. Eu procuro me comportar como um cidadão comum, então eles me veem efetivamente como um representante deles”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário