MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 8 de novembro de 2014

Jovem arrecada mais de R$ 6 mil e compra cadeira de rodas para irmão


Estudante iniciou campanha para ajudar irmão com paralisia cerebral.
Cadeira foi encomendada esta semana e deve ser entregue em dezembro.

Tácita Muniz Do G1 AC
Gustavo cadeirante (Foto: Tácita Muniz/G1)Gustavo com a irmã Jéssica, durante a campanha em outubro (Foto: Tácita Muniz/G1)
Após pouco mais de dois meses de campanha, a estudante de pedagogia da Universidade Federal do Acre (Ufac), Jéssica Ingrede Ferreira da Silva, 23 anos, conseguiu arrecadar mais de R$ 6 mil, valor suficiente para comprar a cadeira de rodas adaptada para o irmão mais novo Gustavo Ferreira de Menezes, de 11, que tem paralisia cerebral desde o seis meses de vida. Com constantes espasmos devido à paralisia, Guga, como é conhecido, se machucava em cadeiras comuns. Em Agosto deste ano, a irmão iniciou a campanha e divulgou nas redes sociais.
O sorteio das rifas foi realizado no dia 12 de outubro, Dia Das Crianças. Cada rifa foi vendida por R$ 3, na compra de duas, o preço ficava em R$ 2,50 cada.
Intitulado como Cadeira Para o Guga, a iniciativa contou com a venda de rifas de uma cesta de chocolate e também com doações de pessoas que conheciam a história de Gustavo, através do Facebook da irmã. Dos mais de R$ 6 mil arrecadados, segundo Jéssica, mais de três foram provenientes das vendas de rifas, o restante foram amigos ou pessoas que se comoveram com a história da criança.
"Fizemos o pedido da cadeira esta semana, mas só deve chegar em dezembro. Ela custou cerca de R$ 2 mil e o restante do dinheiro vai ser usado para fraldas, remédios e a criação de uma poupança para ele. Muitas pessoas ajudaram e o Guga está muito ansioso pela chegada da cadeira. Como não fala, ele se comunica com os olhos e soltando beijos. Está contando os dias para ir passear na cadeira nova", conta.
A cadeira adaptada é feita sob medida, evitando que a pessoa se machuque com os frequentes espasmos ou fique desconfortável, possuindo um apoio acolchoado para a cabeça.
Sobre os resultados da campanha, a estudante diz estar feliz e surpreendida. "Eu não esperava tanto. Com isso, consegui perceber que ainda existem muitas pessoas solidárias que se importam com o próximo. Este é um sonho realizado, que as pessoas que nos ajudaram, direta ou indiretamente, fazem parte. Tudo que fiz foi para ele. Pra mim, é uma felicidade poder conquistar isso".
Jéssica usou as redes sociais constantemente para divulgar a campanha. Ela destaca o que espera para o futuro do irmão. "Quero o melhor para ele. Sei que ele tem suas limitações, mas quero que conquiste tudo o que deseja. Porque mesmo que não consiga falar, ele consegue se expressar com gestos e sempre quero vê-lo feliz. Para isso, vou estar ao lado dele sempre. Uma motivação", pontua, emocionada.
Gustavo cadeirante (Foto: Tácita Muniz/G1)Gustavo, em outubro, segurando a rifa da campanha para a compra da sua cadeira de rodas
(Foto: Tácita Muniz/G1)
Entenda o caso
Aos seis meses, Gustavo Ferreira de Menezes teve uma infecção no ouvido que lhe ocasionou uma encefalite. Com o passar dos anos, a infecção se agravou, as convulsões ficaram mais frequentes e o garoto foi diagnosticado com paralisia cerebral.
Devido aos espasmos, a cadeira de Guga deveria ser adaptada. A partir de fevereiro, a irmã teve a ideia de vender rifas e fazer uma campanha através das redes sociais para divulgar a iniciativa, nomeada como Cadeira Para o Guga. Após pouco mais de dois meses, Jéssica arrecadou mais de R$ 6 mil, superando a meta que seria em torno de R$ 2 mil.
Gustavo continua o tratamento no Dom Bosco, acompanhado por fonoaudiólogo, faz fisioterapia, estimulação precoce e terapia ocupacional  por três vezes na semana.
Paralisia cerebral
O neurologista Leonardo Diel explica que a paralisia cerebral vem em decorrência, geralmente, de uma meningite na fase infantil, mais recorrente entre os 4 a 6 meses de vida. Logo após, a criança passa a apresentar um quadro de não desenvolvimento mental.
"As paralisias, se você for se aprofundar e buscar na história, sempre têm um histórico de meningite ou também pode ser ligada a genética, ainda não se definiu muito isso entre os especialistas. Sempre se desenvolve entre 4 a 6 meses de vida e a criança para de emitir sons, de tentar se comunicar e acaba tendo um retardo mental", esclarece.

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