A diretora da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça,
Amarílis Tavares, lamentou hoje (3) a ocorrência de manifestações que
pedem intervenção militar no país. “Falta conhecimento mais profundo
sobre nosso passado autoritário, sobre como os direitos das pessoas, de
uma sociedade inteira, foram violados”, avaliou, durante participação em
congresso internacional no Teatro da Universidade Católica de São Paulo
(Tuca), que ocorre até quarta-feira (5), com o tema Memória: Alicerce
da Justiça de Transição e Direitos Humanos. A avaliação é referente ao
protesto que concentrou, no último sábado (1º), aproximadamente 1,5 mil
pessoas, conforme estimativa da Polícia Militar (PM), na Avenida
Paulista. Além da intervenção militar, os manifestantes pediam o
impeachment da presidenta Dilma Rousseff, reeleita para mais um mandato
no domingo (26). Embora considere um equívoco qualquer pedido de retorno
ao período autoritário, Amarílis reconhece que esse tipo de expressão
ocorre porque o país vive um ambiente democrático. No segundo dia de
congresso, palestrantes de diversos países da América Latina debateram a
necessidade de avanços nos processos que levem à verdade, à reparação e
à memória de períodos de exceção. A ideia majoritária é a criação de
uma consciência social que reivindique o fim definitivo desses fatos.
“Preservar a memória coletiva é uma forma de criar uma barreira contra
esses crimes”, disse a pesquisadora argentina Maria José Guembe, do
Centro de Estudios Legales e Sociales. Além de criar um ambiente interno
de estabelecimento da verdade histórica, ela considera que relatos
desse período de exceção nos países latinos deve ser compartilhado entre
as nações. POLITICA LIVRE
Camila Maciel, Agência Brasil
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