'Façam alguma coisa pelo amor de Deus', diz tio da vítima.
Alunos fecharam a Avenida Ceará, em Rio Branco, por 30 minutos.
Alunos do ensino médio e fundamental do Colégio Meta protestaram contra violência na capital acreana
(Foto: Aline Nascimento/G1)
Alunos e colaboradores do Colégio Meta, em Rio Branco,
se reuniram na manhã desta terça-feira (4) e fecharam a Avenida Ceará,
uma das principais da capital, por 30 minutos, para protestar contra a
onda de assaltos que vem ocorrendo nas redondezas do colégio, que fica
localizado no bairro Abrahão Alab. Nesta segunda-feira (3), um estudante
de 17 anos foi baleado durante um assalto enquanto esperava o avô
buscá-lo. De acordo com a família, a vítima teve que passar por cirurgia
e teve alguns ossos da mão fraturados, mas se encontra estável.(Foto: Aline Nascimento/G1)
Um amigo da vítima, que não quis ser identificar e também sofreu o assalto, conta que eles saíram do colégio para comer em uma lanchonete próxima ao local. Ele e outros quatro amigos estavam na esquina, quando dois homens de moto chegaram anunciando o assalto. Por ter sido a quarta vez que foi abordado somente este ano, a vítima que levou o tiro reagiu e, ao desviar da arma para não ser atingido no rosto, acabou levando um tiro na mão direita.
"O cara chegou apontando a arma e pedindo nossos celulares. Ele acabou revidando, porque esta é quarta vez que ele é assaltado aqui nas proximidades. O assaltante bateu na cabeça dele e apontou a arma para o rosto, para se defender, ele colocou a mão na arma e acabou sendo atingido", conta.
O diretor da escola, Manoel de Jesus, conta que os assaltos ao redor da escola têm sido constantes e exige um posicionamento do governo sobre o número de casos que são registrados naquela área.
Alunos do Colégio Meta pediram segurança em protesto (Foto: Aline Nascimento/G1)
"Eles ficam nas proximidades das escolas particulares porque veem
nossos alunos como uma vítima em potencial. Queremos políticas públicas
que nos passem uma sensação de segurança, todos os dias temos casos de
alunos nossos que são agredidos ao sair da escola. Queremos o
policiamento escolar, que não é garantido para escolas particulares,
polícia comunitária e uma prontidão maior no atendimento da polícia",
destaca.O dono do Meta, Evaristo Luca, disse ainda que a manifestação é uma forma de chamar atenção das autoridades para os assaltos que têm ocorrido na região. "Estamos solidários ao aluno e também à comunidade. Não podemos aceitar que um aluno esteja trancafiado, ele tem que ter tranquilidade para andar pelas ruas como cidadão", diz indignado.
O tio da vítima, Henrique Bergson agradeceu aos estudantes e ressaltou ainda que, se não fosse pela o ato instintivo de se proteger com as mãos, o sobrinho poderia estar morto. "Espero que depois desta manifestação façam alguma coisa, pelo amor de Deus, pela minha família e por vocês que estão na escola", desabafa.
Local onde aluno foi baleado ficou com manchas
de sangue (Foto: Aline Nascimento/G1)
Bergson disse ainda que o estudante teve que fazer uma cirurgia na mão
direita. "Alguns ligamentos foram rompidos e ele deve fazer
fisioterapia", diz. O estudante também era músico, participa de quatro
bandas e dá aulas de música em uma igreja. O tio diz que ele está
receoso de não poder mais tocar e realizar as atividades que estava
acostumado.de sangue (Foto: Aline Nascimento/G1)
Testemunhas, que não quiseram se identificar, confirmaram a presença constante de motoqueiros naquela área durante a saída dos alunos. Além disso, ressaltaram a falta de segurança no local.
O secretário de Segurança Pública, Reni Graebner, se reuniu com a direção do Colégio Meta nesta terça-feira (4). De acordo com ele, a área realmente possui uma 'mancha criminal' com bastante ocorrências. Ele informou que a polícia já identificou a motocicleta que foi usada pelos assaltantes e garantiu que o policiamento será reforçado. Graebner disse também que pretende colocar o policiamento escolar á disposição naquela área.
"Conseguimos identificar o proprietário da motocicleta, o filho dele parece que tem antecedentes criminais, ainda hoje nós devemos identificar o condutor da moto. Já existe uma suspeita", garante.
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