Tradição do século 19, barcos voltaram à ativa graças a inverno rigoroso.
Eles deslizam com lâminas e velas puxadas pelos fortes ventos.
Barcos de gelo deslizam no rio Hudson congelado, nos EUA (Foto: Stan Honda/AFP)
Ventos fortes sopravam ao longo do Rio Hudson, nos Estados Unidos,
enquanto marinheiros colocavam seus barcos no gelo. As velas
chicoteavam furiosamente enquanto as longas lâminas deslizavam sobre o
rio congelado. Eles comemoravam o fato de, finalmente, um inverno gélido
ter criado condições para a navegação no gelo naquela região.
Casal Frank e Katie-Jean Wall navega com seu cão
Sancho no rio gelado (Foto: Stan Honda/AFP)
"É simplesmente incrível. É só você e o vento”, diz Michael Soldati.
"Em um piscar de olhos você pode atingir 48 km por hora. Dá pra sentir o
poder do vento nas velas”, descreve.Sancho no rio gelado (Foto: Stan Honda/AFP)
No último fim de semana, mais de uma dezena de barcos desse tipo – chamados de iates de gelo – deslizavam por uma parte larga desse rio com vista para as Catskill Mountains, a cerca de 160 km da cidade de Nova York.
Muitas dessas embarcações peculiares foram feitas manualmente por uma pessoa só. As duas maiores, de cerca de 15 m de extensão, são barcos do século 19 remodelados.
Passeio gélido e cheio de solavancos
Iate de gelo no rio Hudosn (Foto: Stan Honda/AFP)
O termo “iate de gelo” não é bem representativo, já que os barcos não
são luxuosos nem espaçosos. Os passeios são gélidos e cheios de
solavancos. A estrutura de madeira tem apenas uma cabine de comando e um
timão na parte traseira.Em um desses iates, chamado de Jack Frost, Richard Lawrence se sentou para operar o timão, enquanto sei filho Kevin puxava as cordas com urgência para içar as velas.
Viajando pelo gelo com velocidades em torno de 64 km por hora, pai e filho tinham que gritar para ouvirem um ao outro com o barulho do vento. No início dos anos 1970, Richard ajudou seu pai e outro homem a recondicionar o barco antigo.
Segundo John Sperr, do Hudson River Ice Yacht Club, navegar em barcos de gelo é uma tradição que vem do século 19, quando o inverno atraía milhares de pessoas para a região para ver as corridas desse tipo de embarcação. "Essa é nossa missão atualmente, tentar manter esses velhos iates funcionando. Não queremos coloca-los em um museu, onde nada acontece com eles”, diz Sperr.
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