Mesmo em minoria no Congresso Nacional, a oposição afirmou
ontem que vai continuar tentando instalar uma CPI para investigar a Petrobras
e, para isso, conta com o PSB do governador Eduardo Campos (PE), aliado do PT
até o ano passado e futuro adversário de Dilma Rousseff nas eleições de
outubro. Os quatro senadores do partido de Campos serão decisivos no Senado,
onde são necessárias 27 assinaturas para que a CPI seja criada.
A oposição e os senadores "independentes" reúnem
23 parlamentares, por isso esperam racha definitivo da bancada socialista com o
Palácio do Planalto para que as investigações saiam do papel. "Nós vamos
apoiar a convocação de Ministério Público, de CPI, de tudo que vier a jogar luz
sobre essas questões. Tudo para cuidar da Petrobras e punir quem efetivamente
usou de expediente impróprio", afirmou Campos ontem em São Paulo.
O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), disse que
o partido não deixará de apoiar a comissão. "Estamos diante de fatos
graves, temos que dar luz a uma empresa que é patrimônio dos brasileiros",
afirmou.
Pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) lidera o movimento pró-CPI. Se a comissão mista (formada por Senado e
Câmara) não se viabilizar, a oposição vai tentar criar comissões de inquérito
separadas, uma na Câmara e outra no Senado. "Instalaremos a CPI na Câmara,
no Senado ou a mista no primeiro lugar em que alcançarmos o número
mínimo", disse Aécio.
Campos e Aécio, os dois principais adversários de Dilma nas
eleições de outubro, têm dado sinais de que usarão como um dos motes da
campanha a exploração da polêmica compra da refinaria de Pasadena --que custou
US$ 1,18 bilhão e teria dado um prejuízo significativo aos cofres da Petrobras.
Na Câmara, a oposição reuniu 113 das 171 assinaturas necessárias em caso de CPI
mista. Dos 76 deputados do PMDB, principal aliado do governo, 28 já aderiram.
Apenas 5 dos 23 deputados do PSB deram aval à investigação até agora.
No Senado, já há 20 assinaturas das 27 necessárias. O
governo tem procurado todos os líderes das bancadas dos partidos aliados para
conter as adesões à CPI. Além da CPI, a oposição vai tentar aprovar uma série
de convocações e convites a autoridades e envolvidos no caso Pasadena para
apresentarem explicações no Congresso Nacional. Ontem, a oposição no Senado
conseguiu aprovar convites para a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o
ministro Edison Lobão (Minas e Energia) falarem sobre o caso. (Folha de São
Paulo)
BLOG DO CORONEL
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