MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 8 de setembro de 2013

O DESCASO PELA SAÚDE NO BRASIL COMETE MAIS UM ASSASSINATO

Sem UTI, garota atingida por bala na cabeça tem morte encefálica em MT

Menina de 14 anos foi atingida às 17h de sábado (7) em Várzea Grande.
Após 22 horas sem UTI, ela teve morte encefálica na tarde deste domingo.

Do G1 MT

A família da adolescente Mirelle Santana da Silva, de 14 anos de idade, informou que a estudante teve morte encefálica às 15h da tarde deste domingo (8) no box de emergência do Pronto Socorro de Várzea Grande (PSVG), na região metropolitana de Cuiabá, após passar cerca de 22 horas sem o atendimento necessário de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A garota foi atingida na cabeça por um tiro de espingarga por volta das 17h do dia anterior. O suspeito é o próprio namorado, de 21 anos, que fugiu do local do crime e ainda se encontra foragido.
A morte encefálica foi informada pela irmã mais velha da adolescente, a também estudante Franciele Santana de Campo, 21 anos de idade. Segundo Franciele, a equipe médica registrou a morte encefálica de Mirelle às 15h.
Apesar da ausência de funções neurológicas, o coração da menina continua batendo e, segundo a irmã, a família não pretende desligar os aparelhos (ventiladores, que fornecem oxigênio ao órgão) no PSVG.
“Se levar um mês, vamos ficar um mês aqui”, resumiu a estudante. Ela ainda se encontrava na unidade quando falou por telefone com a reportagem, enquanto sua mãe teve de ser levada para casa passando mal devido ao estado da filha.
Busca por UTI
A morte encefálica da estudante foi precedida por uma busca frustrada por leitos de UTI na rede pública de saúde de Cuiabá e Várzea Grande. Atingida numa das mãos e na cabeça, a adolescente foi deixada no local do crime – a casa do namorado no Bairro Jardim Botafogo – enquanto o suspeito fugia. Somente duas horas após perder muito sangue um vizinho notou a situação e chamou o socorro.
Ao chegar em estado grave no PSVG, Mirelle recebeu os primeiros socorros e foi enfaixada. Contudo, constatou-se que ela precisava do atendimento de uma UTI, mas todos os leitos da rede na região metropolitana estavam ocupados.
Essa busca se estendeu da noite de sábado até a tarde deste domingo, quando a família chegou a providenciar um parecer neurológico para embasar um pedido de urgência à Justiça para internar a adolescente, em coma, em alguma UTI da rede hospitalar privada.
Não houve tempo suficiente, porém, para a transferência acontecer. Mirelle não resistiu aos ferimentos e suas funções neurológicas já estavam ausentes. A reportagem tentou, mas sem sucesso, contato telefônico com a direção do PSVG para falar a respeito do caso.

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