Empresários investem na confecção de vestidos personalizados em MG

Relatório da Fiemg aponta Divinópolis como polo de confecção no estado.

Marina Alves e Valquíria Souza Do G1 Centro-Oeste de Minas

Segmento de alta costura é grande oportunidade
de negócio (Foto: João Calazans/Divulgação)

Um relatório divulgado anualmente pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) apontou que Divinópolis é responsável por 21,4% da produção de confeccionados do estado. Percebendo a força deste mercado, empresários têm investido em vestidos personalizados na cidade. Três estilistas da cidade contaram ao G1 como entraram e conseguiram se firmar no mercado das roupas exclusivas.
Há dois anos e sete meses o economista Pierre Vasconcelos identificou na moda festa e noiva uma oportunidade de negócio que ele gostaria de atuar. Ele já tinha consciência de que desejava ter o próprio negócio, e montar um ateliê foi o caminho após um levantamento de mercado da cidade.
Segundo ele, a opção pela moda personalizada não foi só pela questão de preço, mas porque existia uma demanda para roupas exclusivas. "O mercado de moda festa e noivas existente não absorve toda a demanda do mercado. Ainda existe espaço, uma vez que a maior parte das empresas é de pequeno porte", disse.

Além de exclusivos, vestidos são confeccionados de acordo com corpo da cliente (Foto: Atelier PVasconcelos/Divulgação)

A experiência como gestor contou muito, aliada ao ambiente acadêmico e de administração ao qual Pierre já estava acostumado. Desta forma foi possível pensar a administração do negócio já com um foco pré-definido. "Trabalhamos com profissionais capacitados para atuar com a moda festa e técnicas diferenciadas de costura. Lembrando que não é alta costura propriamente dita, pois este termo é até protegido. Mas, com certeza uma moda diferenciada, exclusiva, desenvolvida por designers, que foge da escala comercial", explicou.

A criação das peças produzidas é bastante personalizada, praticamente artesanal. "Ser filho e neto de costureira contou para que eu fizesse a escolha por esse setor. Mas, a bagagem profissional de administrador é o que garante o diferencial de competitividade”, relatou.
O designer Ed Rodrigues conta com mais de 20 anos de experiência. O começo da carreira foi quase que um acaso. "Logo no início minha mãe precisou de um vestido para um casamento e me aventurei a produzi-lo, mesmo sem muita experiência. No final o resultado foi muito bacana e imediatamente percebi que meu talento era nato e vi meu futuro profissional", recordou.

Cada detalhe é pensado para que contar uma
história (Foto: Studio Ed Rodrigues/Divulgação)

Para Ed, o mercado está em expansão na cidade. O conceito de exclusividade tem expandido por um número maior de classes econômicas. "O que é tido como artigo de alto-luxo pode ser oferecido com custos adequados a nossa realidade, devido a materiais mais acessíveis que possibilitam custos mais baixos. Porém conservando a qualidade”, disse.
Vestidos exclusivos, confeccionados com delicadeza e que contem histórias. O que o designer deseja é ter o seu nome associado ao trabalho autoral. "A chave do sucesso está exatamente na preocupação em entregar às minhas clientes um produto com alma, que ao serem observadas possam notar que o vestido seja uma extensão da personalidade de quem está usando", afirmou.
Desde os 12 anos, o estilista João Calazans se interessa pelas roupas de festas e noivas. Recentemente ele esteve em Paris, onde participou de mais um curso voltado para a moda. "Estou sempre fazendo cursos para me reciclar, ficar por dentro do que acontece no mundo da moda e trazer isso para os vestidos", contou.
Alguns vestidos são confeccionados em dois ou três dias. Outros levam até uma semana, dependendo da complexidade do modelo. E o estilista está com a agenda lotada até fevereiro de 2014.

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Dependendo da complexidade do vestido, ele leva até uma semana para ser confeccionado (Foto: João Calazans/Divulgação)

Segundo João Calazans o sucesso deste segmento está na exclusividade. "Além das pessoas quererem algo único, outra questão é o modelo ser adaptado ao corpo da cliente. A modelagem de vestidos comerciais é de um jeito e o corpo da brasileira tem vários tamanhos. O vestido exclusivo segue o corpo da cliente, não um padrão da indústria", concluiu