Peças e motor foram preservados e carro ainda funciona.
Dono quer transformar veículo raro em museu itinerante.
Fabricado em Olten, na Suíça, pela indústria Berna, o carro foi adaptado e utilizado para transportar judeus aos campos de concentração e câmaras de gás, em 1943. "Ele foi feito para Hitler. Apesar da Suíça se considerar neutra, ela entrava na guerra não com soldados, mas dando todo suporte logístico", comenta o colecionador, que é também fascinado pela história.
Caminhão modelo Berna é de 1943
(Foto: Rayssa Natani / G1)
O veículo raro foi comprado há quatro anos de um comerciante de Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre. Arquilau acredita que, após a guerra, os alemães queriam se ver livres dos objetos que lembrassem o Holocausto [termo usado para se referir à perseguição e ao extermínio de grupos contrários ao regime nazista, especialmente os judeus].
“Como em Cruzeiro do Sul os primeiros padres eram alemães, eles
utilizavam esse caminhão, a princípio, para serviços da diocese e,
posteriormente, venderam ao comerciante que me repassou”, conta.(Foto: Rayssa Natani / G1)
O colecionador procurou conservar as peças originais do veículo. Segundo ele, até mesmo o motor ainda é original de fábrica. "Apenas a carroceria de madeira que foi se deteriorando e os faróis tiveram que ser trocados", comenta. Pelo menos três vezes por semana o carro é ligado e a manutenção é realizada regularmente.
Caminhão foi usado pelo Exército alemão na 2ª Guerra Mundial (Foto: Rayssa Natani / G1)
Museu itineranteMotivado pelo desejo de contar histórias e mostrar os costumes de diferentes épocas com a ajuda dos objetos antigos, Arquilau pretende criar um museu sobre rodas no Acre. “É uma forma de viajarmos um pouco e nos entendermos como gente”, destaca.
Entre lampiões, porongas, máquinas de escrever, vitrolas e até as primeiras ferramentas utilizadas pelos seringueiros para extração do látex, está o Berna 1943. Os objetos reunidos fazem uma conexão histórica e econômica entre o Acre, produtor e exportador de borracha para os países aliados, e a Segunda Guerra.
O projeto do museu itinerante já foi escrito e o idealizador aguarda pela abertura de um novo edital da lei de incentivo à cultura para colocá-lo em prática. “Pretendo conseguir levantar verba para fazer isso, porque obviamente tem um custo. Mas se não conseguir, uma hora vou me zangar, pegar esse caminhão, levar para a praça junto com esses objetos e começar os trabalhos”, brinca.
Andei num desses lá em Cametá era da diocese..
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