Segundo
a proposta, a arrecadação previdenciária também seria ampliada de forma
proporcional, com contribuição um pouco maior, mas mantendo a lógica
simplificada e o acesso aos benefícios do INSS.
Por que isso importa agora?
O congelamento do teto do MEI tornou-se um problema estrutural. Muitos empreendedores que não tiveram nenhuma expansão real de negócio
estão sendo penalizados pelo simples reajuste de preços para cobrir
custos operacionais, como aluguel, luz, combustível, matéria-prima e
transporte. Com isso, são empurrados para o Simples Nacional, um regime mais complexo e caro.
“É
um salto muito grande para quem ainda está se estabilizando. A pessoa
sai de um modelo simplificado para lidar com escrituração contábil,
declaração de impostos estaduais ou municipais, contador obrigatório... É
desproporcional”, explica André Charone.
Essa transição forçada gera dois problemas sérios:
- Muitos optam por encerrar o CNPJ e voltar para a informalidade, para evitar os custos da formalização.
- Outros simplesmente deixam de crescer por medo de ultrapassar o limite, o que trava o potencial produtivo desses negócios.
Entidades cobram aprovação ainda em 2025
A tramitação do PLP 60/2025 está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, aguardando relatoria. A proposta já conta com o apoio de entidades importantes, como o Sebrae, federações de comércio, e especialmente da AMCRED-Sul, que enviou ofícios ao Congresso pedindo a votação ainda em 2025.
A razão é clara: para que o novo regime entre em vigor em 1º de janeiro de 2026, o projeto precisa ser aprovado e sancionado até o fim deste ano. O texto é considerado de baixo impacto orçamentário e alto alcance social, o que pode favorecer sua tramitação política.
Quem será beneficiado?
O Super MEI é pensado para quem está em uma espécie de "zona cinzenta": fatura mais do que o limite atual permite, mas ainda não tem estrutura suficiente para bancar os custos e obrigações de uma microempresa. São, por exemplo:
- Prestadores de serviço que atendem com agenda cheia mas com baixa margem;
- Comerciantes que vendem produtos com reajustes inflacionários;
- Profissionais autônomos com pequena equipe de apoio (como cabeleireiros, costureiras, encanadores, etc).
“São
empreendedores que movimentam a economia local, geram renda e muitas
vezes até emprego. Negar a eles um regime intermediário é negar a
realidade do Brasil que trabalha”, comenta Charone.
Super MEI pode ser a ponte que faltava
Após mais de seis anos sem atualização, o teto do MEI virou um limitador para quem quer crescer com responsabilidade. O PLP 60/2025, de autoria da senadora Ivete da Silveira, representa uma saída prática e viável para corrigir essa distorção, e preservar a formalização de milhões de negócios no país.
“O
Super MEI respeita a lógica da formalidade com simplicidade, mas traz
realismo para quem está entre o MEI e o Simples. É uma ponte necessária.
Agora, é papel do Congresso atravessá-la com urgência”, conclui André
Charone.
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