*Por Wilson Pedroso e Bruno Soller
Durante
muito tempo, pesquisas eleitorais foram vistas como oráculos com
poderes de prever o futuro e instrumentos de campanha supostamente
capazes de influenciar diretamente os votos dos eleitores. Candidatos
corriam atrás dos institutos em busca de boas manchetes, acreditando que
um bom resultado em números resolveria também o desempenho prático nas
urnas. Mas os tempos mudaram. E as formas de uso das pesquisas
eleitorais também se transformaram.
Representantes
da velha política, que costumavam apostar todas as fichas de suas
candidaturas nas pesquisas eleitorais, hoje têm acreditado que os
levantamentos perderam o valor. Mas esse é um grande equívoco. O que
mudou foi o papel que elas ocupam dentro de uma estrutura moderna de
campanha. Na prática, o que vemos é que, atualmente, quem despreza as
pesquisas costuma andar às cegas. E quem as usa apenas para mostrar que
está “na frente”, geralmente não está.
Políticos
inteligentes, que caminham na vanguarda dos tempos atuais, já
compreenderam que a pesquisa não é mais um fim. É um meio. E que, quando
usada com inteligência estratégica, ela continua sendo uma das
ferramentas mais poderosas para a construção de uma imagem forte junto à
opinião pública.
Pesquisas
de qualidade, feitas com rigor e leitura correta, ajudam a ajustar
discurso, entender o que o povo realmente quer ouvir e definir onde a
campanha deve concentrar energias e injetar investimentos — seja no
digital ou na rua.
Nos
dias atuais, os levantamentos de intenção de voto precisam dialogar com
dados, narrativas e timing. As pesquisas não devem ser avaliadas
isoladamente, mas, sim, adicionadas a um arcabouço maior de informações,
que ajudarão o núcleo estratégico das campanhas a entenderem tendências
do comportamento do eleitor e do cenário político como um todo.
Além
disso, as pesquisas de hoje devem ser mais abrangentes. Elas não devem
consultar os eleitores apenas sobre suas intenções de votos, mas
levantar também suas opiniões sobre temas decisivos para construção de
planos de governo e dos discursos dos candidatos.
Em
tempos de redes sociais, inteligência artificial e comunicação em tempo
real, a pesquisa certa é aquela que ajuda a pensar, e não só aparecer.
Por si só, ela não vence eleição, mas garante os subsídios estratégicos
que levarão o candidato à vitória.
*Wilson Pedroso é analista político, consultor eleitoral e sócio estrategista do Real Time Big Data
*Bruno Soller é cientista político e sócio fundador do Real Time Big Data
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