Uma
decisão inédita, surreal e exdrúxula provocou uma onda de protestos e
revolta na Índia. O juiz Sharad Arvind Bobde presidiu nesta
segunda-feira (1) sessão para avaliar a liberdade sob fiança de um
funcionário do governo, acusado de estuprar uma estudante, menor de
idade. Na audiência ele soltou a seguinte pérola: “Se você quiser se
casar com ela, podemos te ajudar. Se não, perderá seu emprego e irá para
a prisão”. Assim que a notícia se espalhou, uma onda de protestos
ganhou o país pelas redes sociais, atingindo até a Europa. Indignados,
defensores dos direitos humanos enviaram uma carta aberta pedindo a
demissão do juiz. Mais de 5 mil pessoas já assinaram, de acordo com a
defensora dos direitos da mulher Vani Subramanian. “Ao sugerir que este
estuprador se case com a vítima, você, o juiz mais importante da Índia,
quis condená-la a uma vida de estupros, entregando-a ao carrasco que fez
com que ela tentasse acabar com a própria vida”, afirma a carta. O juiz
Sharad Arvind Bobde é a autoridade máxima do Supremo Tribunal da Índia.
No país, entre outras coisas, o estupro dentro do casamento não é
considerado um crime. “Este comentário [do juiz] não só autoriza
qualquer forma de violência sexual, física e psicológica por parte do
marido, como também normaliza a tortura que mulheres indianas sofrem há
anos dentro do casamento sem nenhum amparo legal”, complementa a carta.
Até o momento a corte não se pronunciou a respeito.
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