MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Oposição acha que a economia nacional pode prejudicar a Bahia


por
Lilian Machado
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Diante dos planos ressaltados pelo governador eleito Rui Costa (PT), de que terá uma equipe técnica apta para assumir as pastas, fazendo ajustes necessários, a oposição manda o recado ao lembrar que as medidas citadas pelo novo gestor já eram alertadas pelo grupo.
Deputados e lideranças dizem que os objetivos, que apontam para um governo mais técnico em todas as áreas, relatados por Rui “significam que não existia gestão”, no comando atual, do governador Jaques Wagner (PT).
Em repercussão a entrevista concedida pelo petista à Tribuna, eles trazem à tona os questionamentos sobre o “gasto excessivo” da máquina pública e considerações sobre as “indispensáveis atitudes”, como a redução no número de secretarias. 
“Tudo que alertávamos está acontecendo. A diminuição de secretarias, de cargos de confiança, os ajustes precisam ser feitos. Ou faz isso ou o estado perde o poder de investimento”, diz o vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa, Carlos Gaban (DEM).
O democrata faz questão de frisar que a economia do país não vai bem, divergindo sobre o cenário otimista pregado pelo governador eleito na entrevista.
O déficit previdenciário também é lembrado. “Se o estado não aportar recursos os aposentados não vão ter como receber o benefício. Wagner deixou o pepino do fator previdenciário. Será preciso desembolsar muito dinheiro para compensar o rombo, senão não terá como pagar os aposentados”, avisa.
A advertência do deputado não deixou de ser uma concordância com o pensamento de Rui que na conversa reiterou a sua preocupação com a previdência do estado. Gaban também acordou sobre a capacidade de endividamento do estado.
“Eu que concordo que está bom, ou seja, ele pode contrair mais empréstimos e vai ter mesmo que contrair pela situação que ele  vai encontrar. No geral tenho visto que ele defende o que há muito tempo a oposição vinha defendendo”, diz sem deixar de cutucar.
O cenário federal com a previsão de dificuldades na gestão econômica da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo os oposicionistas é o que pode atrapalhar os planos de Rui. O petista garantiu que Dilma tem afeição pela Bahia e que por isso o Planalto estaria de portas abertas para os projetos a partir de 2015.
“O governador eleito está com a razão, mas isso pode acontecer se for resolvida a questão econômica do país. Existe um rombo significativo nas contas o que interfere em mais recursos para os estados. Infelizmente vejo uma situação difícil, mas espero que dessa vez as coisas não fiquem apenas no papel”, enfatiza o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB).
O peemedebista cita, além da economia que segundo ele pode impactar nas relações políticas, as denúncias referentes à Petrobras que não param de surgir e o “desgaste a ser sofrido por Dilma para colocar a situação no eixo”.
O democrata Claúdio Cajado, também deputado federal afirma a torcida para que as obras federais que estão paradas ganhem novo ritmo e a Bahia possa ser ofertada com grandes projetos, mas também frisa que tal questão está associada a uma disposição para a mudança do quadro.
“É preciso que ajustes sejam feitos, pois houve elevados gastos públicos. Eu quero que as questões saiam, mas não vejo flexibilidade no orçamento. Não tenho visto agilidade em obras como o Porto Sul, Ferrovia Oeste-Leste e Transposição do Rio ao Francisco. Em entrevista a Tribuna, Rui destacou a meta de ver completa a transposição do eixo sul do rio São Francisco.
Cajado critica a lentidão das obras ao ressaltar que “falta competência na execução”. “Faz a linha férrea, mas não se contacta os fornecedores para entregar os trilhos. Há falhas elementares em licitações, por exemplo,” diz.
Aliados do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que no processo eleitoral mostrou o clima de divergência com o governador eleito Rui Costa (PT), reforçam a tese de que as adversidades políticas não podem atrapalhar administrativamente a cidade.
O vice-líder do governo na Câmara de Vereadores, Léo Prates (DEM), diz que a capital baiana espera um “diálogo propositivo”.
“Ambos estão iniciando no Executivo e fatalmente terão que dialogar. Assim ocorreu no processo envolvendo o metrô. Acredito que será tranquilo, pois estamos em uma democracia madura”, afirmou.
Rui disse que o palanque já havia passado, mas alertou sobre o fato de algumas questões aparecerem na imprensa antes de serem conversadas, como aconteceu com a declaração do secretário municipal da Fazenda, Mauro Ricardo, que se queixou na avaliação do quadrimestre que Salvador não teria recebido nenhuma verba do estado.
Ligado a Neto, Prates sinaliza o entendimento de apoio em projetos do governo que precisem passar pela Câmara de Vereadores. “Assim como apoiamos com a isenção dos impostos municipais do metrô”, lembrou. 
Gaban também fala sobre a expectativa de que “o bom senso prevaleça”.
“É o que fez Wagner e deu certo. A população quer ver são os benefícios chegando. Concordo que eleito tem que trabalhar para o povo e não trazer picuinha”, acrescentou.
Cajado também frisa a necessidade de entendimento. Espero que nessa obras (federais e estaduais) Salvador seja incluída. Que a postura seja republicana”, manda recado. Lúcio  Vieira Lima frisa que “ninguém vai querer penalizar Salvador”.
“Se for será um tiro no pé, pois terá depois um prejuízo eleitoral grande”, afirma.

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