Articulista
alemão enxerga com estranheza a simpatia do governo brasileiro para com
terroristas.
De: huffingtonpost em alemão - Robert Helbig
Dilma
Rousseff foi reeleita como presidente do Brasil. Em seu discurso de
abertura da Assembléia Geral da ONU, em setembro, a ex-guerrilheira
marxista tinha aconselhado que se insistisse em um diálogo com o Grupo
Estado Islâmico (ISIS) e criticou os ataques militares liderados pelos
EUA contra a milícia terrorista mais brutal dos tempos modernos. Quando
um avião de passageiros da Malásia foi abatido sobre o leste da Ucrânia a
partir de rebeldes pró-russia, em julho, a presidente Dilma permaneceu
em silêncio. Após sua reeleição espera-se medidas mais diretas
pró-oriente na política externa brasileira.
O
principal ideólogo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco
Aurélio Garcia, também havia apoiado a legitimidade de grupos rebeldes,
como o movimento guerrilheiro colombiano Farc. Eles preferem Havana como
uma referencia do que Washington. Economicamente o Brasil lidera um
alinhamento dos estados de esquerda do bloco do Mercosul, cujos membros
lutam há anos para bloquear um acordo de livre comércio com a UE.
Fora
da América do Sul o Brasil coopera com a África e potências como a
Rússia e a China. Isso completa a atual postura anti-ocidental da
política externa brasileira.
Controlada
em uma pequena sala no Gabinete Presidencial brasileiro utilizado por
Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores (PT), a política externa é
usada como ferramenta de campanha na falta de êxitos políticos internos
significativos. Diplomatas estrangeiros porém: cerca de vinte
embaixadores em Brasília - entre outros, o novo embaixador alemão –
esperam meses para tomar posse de suas credenciais.
A
presidente escapou por pouco de uma derrota. Menos de 52% dos eleitores
confirmaram a fé na atual política brasileira, baseada na ideologia, em
vez de no pragmatismo. O discurso político de "Dilma", como é chamada
pelos brasileiros, distinguiu-se mais por ataques pessoais, corrupção,
falta de soluções para os problemas econômicos. A falta de um programa
de política externa indica que não haverá mudanças significativas nessa
área.
A
presidente vai continuar a curso de seu governo e sinalizou o
compromisso brasileiro com as estruturas regionais e com os vizinhos
socialistas. Os países orientados para o mercado da Aliança do Pacífico,
incluindo Chile, Peru e Colômbia, permanece, assim, fora dos planos dos
brasileiros. Além disso, não é de esperar que Brasília promova relações
econômicas com os EUA e a União Européia. Isso já indicava a
aproximação de Brasília com Moscou, porque as suas relações comerciais
têm sido consideravelmente ampliadas pelo crescimento das exportações de
carne, milho e soja.
Além
da mudança na política econômica, Dilma vai continuar a trabalhar por
menos democracia, e mais para a estreita cooperação com os regimes
autoritários, como Cuba e Irã.
Esta
configuração é mais uma indicação de que a divisão com o Ocidente é
baseada não só na política econômica, mas também é impulsionado por uma
dimensão política.
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