por
Matheus Fortes
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Reginaldo Ipê
Está difícil manter os hábitos de consumo
Embora os estudos do
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE), tenham apontado a queda no preço de muitos produtos da cesta
básica em Salvador, alguns itens registraram alta, como é o caso da
carne vermelha, que teve aumento de 0,35%, em outubro, relação ao mês
anterior. E seguindo a tendência nacional, a alta de preço acabou
influenciando no gosto dos consumidores baianos que agora tem dado mais
preferência as carnes de segunda.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias
de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sindicarne/BA), Júlio César de
Farias, esse é um caminho natural e até mesmo apropriado para o
mercado, na medida em que há equilíbrio econômico no consumo do produto.
“Com o maior consumo de carne de segunda, a diferença dos preços
diminui por conta da maior procura deste tipo e a menor procura da carne
de primeira”, explicou.
Em Salvador, o preço médio da carne de primeira está
entre R$ 17 e R$ 20, nos açougues, enquanto que as carnes de segunda
estão em aproximadamente R$ 12. Nos supermercados, as médias aumentam
entre R$ 22 e R$ 24, no caso dos cortes de primeira, e entre R$ 12 e R$
14, para os cortes de segunda. Nos últimos 90 dias, a alta de preço fez
com que o consumo da carne de segunda aumentasse em 25%, enquanto que a
de primeira tivesse uma queda dos mesmos 25%.
Segundo o presidente do Sindicarne, o aumento de preço
tem como influência as perdas do gado bovino durante o período de seca
que predominou em boa parte do ano no interior da Bahia e em estados da
região Centro-Oeste, culminando em um número menor de abates, e o
consequente aumento de preço das carnes. Um fator que, de acordo com
Júlio César, deve demorar de três a quatro anos, para se normalizar.
Enquanto isso, ainda há estabelecimentos no qual a corte
de primeira – e seus derivados, como alcatra, filé mignon, e contrafilé
– ainda são os produtos mais comprados. No Largo Dois de Julho, por
exemplo, a carne de primeira ainda é a favorita de muitos clientes dos
açougues da região. “Eu ainda prefiro pagar mais caro, pois é uma carne
da qual posso aproveitar mais, não tem a mesma quantidade de gordura do
que a de segunda”, explica a servidora pública Vitória Silveira.
“Durante os dias úteis, a carne de segunda costuma ser a favorita dos
clientes, mas, com a chegada do final de semana, a demanda por carnes
de primeira é muito maior, principalmente pelas opções que fazem parte
de celebrações como jantares e churrascos, e que tornam estas as mais
adquiridas do estabelecimento durante as sextas e sábados”, comentou o
proprietário de açougue, Cosme Souza.
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