MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Com fratura, professor aguarda há 6 dias por cirurgia em hospital do DF


Procedimento é sempre desmarcado por falta de anestesista, diz mulher.
Secretaria de Saúde diz que atendimento será normalizado com hora extra.

Do G1 DF
Perna quebrada do professor de educação física Rivaldo Sousa e o raio X que mostra a fratura (Foto: Cleyde Sousa/Arquivo pessoal)Perna quebrada do professor de educação física Rivaldo Sousa e o raio X que mostra a fratura (Foto: Cleyde Sousa/Arquivo Pessoal)
O professor de educação física Rivaldo Sousa, de 37 anos, está internado há seis dias no Hospital de Paranoá, no Distrito Federal, à espera de uma cirurgia na perna, fraturada no último dia 31 em um acidente de moto. Ele tem passado os últimos três dias de jejum para a realização do procedimento, mas a cirurgia é sempre desmarcada, afirma.
De acordo com a mulher dele, a servidora pública Cleyde Sousa, a alegação do hospital é de que faltam anestesistas. Nesta quinta, dois profissionais da especialidade estavam no quadro da unidade. A mulher de Sousa disse que outros pacientes também aguardam por cirurgias ortopédicas no Hospital do Paranoá.
“Ainda não tem previsão para a solução desse problema. Tem três dias que falam para ele: 'Fica em jejum'. Ele passa o dia todo em jejum e depois falam: 'Não vai mais ser hoje'. Ele depende da perna, é professor de capoeira. Fica com a perna parada e aí atrofia. Como que tira o sustento?”, disse a mulher.
“Tem muito paciente esperando há vários dias por uma cirurgia ortopédica. Eles falam que é falta de profissional e, principalmente, anestesista. O governo não está pagando hora extra, está um abandono total”, declarou.
Rivaldo Sousa está internado há seis dias aguardando cirurgia na perna no Hospital do Paranoá (Foto: Acervo pessoal)Rivaldo Sousa, que está internado há seis dias aguardando cirurgia na perna no Hospital do Paranoá (Foto: Cleyde Sousa/Arquivo Pessoal)
Na semana passada, o GDF proibiu a realização de horas extras para os profissionais de saúde. Nesta semana, voltou atrás. A Secretaria de Saúde informou, por meio de nota, que o atendimento na rede, independentemente da especialidade, será normalizado. A secretaria não se posicionou sobre a fila de espera por cirurgias no Hospital Regional do Paranoá até a última atualização desta reportagem.
Falta de médicos
Segundo o Sindicato dos Médicos do DF, anestesiologia é uma das três especialidades médicas que mais faltam profissionais na rede pública – as outras são pediatria e clínica médica. A entidade diz que o DF tem hoje 376 anestesistas registrados pelo Conselho Regional de Medicina. Desses, 280 são servidores da Secretaria de Saúde.
Quando os aprovados no último concurso público assumirem o cargo, serão 36 anestesistas a mais na rede. Mas, segundo a médica e diretora de imprensa do sindicato, Adriana Grazano, a questão não se restringe ao número de médicos.
"Não basta só fazer concurso público se você não oferece condição. Não é só a falta de anestesistas, a gente tem falta de material e de sala também. Às vezes é uma questão de espaço físico ou então de recurso humano. Eu preciso de cinco profissionais [para uma cirurgia]: instrumentador, técnico de enfermagem, enfermeiro, cirurgião e anestesista. Se um desses elementos está ausente, não pode funcionar”, disse.

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