Peregrinos visitaram Santa Cruz dos Milagres para pagar promessas.
Agricultores pedem ajuda divina para a volta da chuva ao sertão.
Agricultores pedem chuva na região do semi-árido do estado (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Cerca de 80 mil fiéis participaram da romaria no santuário de Santa Cruz dos Milagres,
localizado a 181 Km deTeresina, no Sul do Piauí. Agricultores
aproveitaram para pedir ajuda divina para a volta das chuvas ao sertão
piauiense. Na cidade, a estiagem castiga o rebanho e a lavoura.Segundo o agricultor Bartolomeu de Sousa Araújo, falta pasto e água para o gado. Muitos animais estão morrendo e as lavouras de milho e arroz não resistiram ao forte calor. “A tristeza é grande. Não tem escapatória, o jeito é apelar para a ajuda divina mesmo”, relatou.
Bartolomeu de Sousa Araújo, agricultor
(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Aos 63 anos, o romeiro Raimundo Nonato Rodrigues encarou o sacrifício
de viajar da cidade de Novo Oriente, no Ceará, para o santuário,
percorrendo uma distância de cerca de 220 quilômetros na esperança de
ver dias melhores no sertão.(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Raimundo Nonato Rodrigues viajou 220 quilômetros
pela fé (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
“Vim até Santa Cruz para pedir para Deus mandar chuva para os animais e
para nós. Tudo que a gente pede com fé, nosso senhor Jesus Cristo, com a
intercessão da Santa Cruz, vai nos ajudar”, falou.pela fé (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Os peregrinos aproveitam para acender velas, soltar foguetes e depositar suas ofertas na igreja onde são celebradas as missas durante todo o dia. Para a romeira Audineia Germana Araújo, o momento é a oportunidade que todos têm para renovar a sua Fé.
“Quando nos encontramos durante esse evento religioso em Santa Cruz dos Milagres, renegando o demônio e louvando para Jesus, as coisas ficam mais claras na alma”, destacou.
Para o padre Francimilson Gonçalves, setembro é um mês especial em que os fiéis relembram Jerusalém e muitos nem se preocupam como ficam hospedados. “Essas pessoas que frequentam o santuário, são aquelas que vêm para agradecer ou fazer pedidos à Santa Cruz. Todos abrem mão do luxo por alguns dias em nome da fé e da devoção”, disse.
Comércio religioso
Comércio em tempo de romaria no município é sinônimo de economia aquecida. Os setores formais e informais da economia experimentam o pico nas vendas, com os dias da festa. Comerciantes apostam no aumento de até 40% das vendas.
Walter de Paulo Ferreira, vendedor
(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
A maior parte das vendas acontece neste período, principalmente com a
chegada dos romeiros e também porque os fiéis deixam para realizar as
compras quase na volta para casa. Desde o início do festejo em Santa
Cruz dos Milagres, no último final de semana, que é constante a chegada
de devotos na cidade, na maior romaria do estado.(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Os setores do comércio que mais vendem neste período é o de variedades e artigos religiosos. Além disso, o de confecções e alumínios também têm um aumento significativo nas vendas.
Segundo o vendedor Walter de Paulo Ferreira, de Canindé, no estado do Ceará, as vendas devem aumentar em mais de 40%. "É o período de fazer também promoções e colocar na frente da banca produtos para atrair o romeiro. O comércio informal chega a ser um dos mais aquecidos.", afirmou.
Ele comenta que são mais de mil informais nas ruas, entre vendedores de todos os estados e regiões. “Tem gente de todo canto do país com um só objetivo, que é vender seus produtos. O lucro é bom e vale a pena percorrer mais de 500 quilômetros para vir até aqui vender”, finalizou.
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