Diego mora em unidade médica de Sumaré por conta de síndrome rara.
Ele se comunica com as sobrancelhas e precisa de aparelhos para viver.
"Ele depende da gente pra tudo né. Para erguer a mão, para pedir, para mexer a perna", conta a mãe do rapaz, Marinalva Xavier da Silva. No primeiro ano de vida ele foi diagnosticado com a Síndrome de Werdnig Hoffmann, que compromete os movimentos do corpo. Desde então, Diego nunca mais voltou para casa. O jovem passou 12 anos internado no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e já está há outros 12 em um quarto do Hospital Estadual de Sumaré.
Para Diego conseguir sair do hospital, é necessário montar uma estrutura com todos aparelhos utilizados por ele e serviços de enfermagem 24 horas. A família não tem plano de saúde e acionou a Justiça para tentar dar mais conforto ao rapaz. O processo contra a Prefeitura de Sumaré foi aberto há um ano, depois que outro paciente da unidade médica foi beneficiado com o tratamento em casa.
'Dói muito'
"Isso dói muito. Saber que depende de alguém pro seu filho poder ser feliz em casa", desabafa Marinalva. O rapaz passou a vida no hospital e os médicos se tornaram como uma família. "Todo o dia eu venho e falo: bom dia meu amor, bom dia, Di", diz a supervisora do serviço social Eli Alonso Costa.
Diego e a mãe no Hospital Estadual de Sumaré
(Foto: Sávio Monteiro / EPTV)
Segundo o médico pediatra Marcelo Conrado dos Reis, que acompanha o
jovem desde a internação dele há 24 anos, as pessoas acometidas pela
síndrome morrem ainda na infância. "Ele está vivo agora porque ele teve
um cuidado muito adequado nesses anos todos", afirma.(Foto: Sávio Monteiro / EPTV)
'Ele está deprimido'
Mesmo com todos os cuidados dos médicos, Diego se cansou de viver em um quarto de hospital. "Ele está deprimido, fica chamando a psicóloga porque quer conversar com ela, falando da espera de ir embora", conta a mãe Marinalva.
Segundo ela e o padrasto de Diego, Wilson Virtuoso dos Santos, o jovem deve se mudar para a casa da avó e de três tios, onde a sala será transformada da receber os aparelhos necessários. "Ele vai poder ir pra rua, tem uma praça aqui atrás e ele vai poder tomar um sol. Se eu for até no mercado, vou levar ele", diz o padrasto.
O processo de Diego ainda não foi julgado. A Prefeitura de Sumaré disse que não vai tomar nenhuma atitude até que a Justiça decida sobre o caso.
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