O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ontem que o "caos vem aí"
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Por Guilherme Mazieiro, do UOL, em Brasília
O presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) disse ontem que o "caos vem aí". A fala
aconteceu em meio ao pior momento da pandemia, sob recordes de
desemprego e aumento da inflação em alimentos. "O povo não tem nem pé de
galinha para comer mais. Agora, o que eu tenho falado, o caos vem aí. A
fome vai tirar o pessoal de casa. Vamos ter problemas que nunca
esperávamos ter problemas sociais gravíssimos", disse o presidente em
vídeo divulgado por um canal de YouTube de apoiadores de Bolsonaro.
Em tom de ameaça, o presidente explicou que a consequência pode ser um momento ainda pior. O terreno fértil para a ditadura é a miséria, a fome, a pobreza, onde o homem com necessidade perde a razão. Estão esperando o que? Vai chegar o momento? Gostaria que não chegasse, mas vai acabar chegando esse momento Jair Bolsonaro No período da pandemia no Brasil, a inflação sentida pelas famílias brasileiras mais pobres foi de 6,75%. Além dos indicadores econômicos e sanitários, o presidente registra o pior momento em sua popularidade, segundo o Datafolha.
"Eu tenho mantido todos os meus ministros informados com o que vem acontecendo e ainda culpam a mim, como fosse insensível no tocante a mortes. A fome também mata", disse o presidente. Ele voltou a chamar o toque de recolher decretado por alguns estados como estado de sítio, usando de forma errada o termo (leia mais abaixo) para defender a ação junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a suspensão dos decretos dos governadores da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.
O presidente é contra o isolamento social e medidas de restrição, apontadas por especialistas em saúde como as medidas principais para minimizar a circulação do vírus e de novas variantes. Na pandemia, pelo 20º dia seguido o Brasil registrou recorde de mortes na média móvel de mortes. Durante a conversa com apoiadores, ele disse também que o valor do auxílio emergencial, entre R$ 150 e R$ 375, é "pouco, mas é o que a nação pode dar. São R$ 44 bilhões de endividamento".
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