Mas quem são estes digníssimos cidadãos e cidadãs? Haddad, FHC, Flávio
Dino, Huck, Caetano Veloso, Boulos, Paulo Coelho, Petra Costa, Jean
Wyllys, Cristovam Buarque, tutti quanti. Alguém realmente acredita que
essas pessoas representam o povo brasileiro e a democracia? Artigo de
Lucas Gandolfe para o Instituto Liberal:
O Movimento pela Ética na Política de 1992 nasceu de um grupo de
pessoas que se reunia na UFRJ. Eram sindicalistas, universitários,
militantes de partidos, pessoal das ONGs e dos direitos humanos. Dando
“nome aos bois”, tínhamos desde ex-presidente da OAB até Lula, Herbert
de Souza (o Betinho), Marilena Chaui, José Dirceu, Genoíno, Frei Betto,
tutti quanti.
A “Campanha pela Ética”, liderada pelo PT, dava a genérica impressão
de estar lutando pela “ética” no sentido geral e corrente, isto é, pelo
bem e pela decência, combatendo todo e qualquer elemento corrupto na
administração pública, firmando-se como paladino da honestidade nacional
e movimento suprapartidário. As provas de corrupção no governo de
Fernando Collor, suscitando fartas demonstrações de indignação moral,
tornaram a ficção do movimento verossímil, permitindo que o moralismo
atávico dos brasileiros fosse imediatamente canalizado para o colo da
esquerda.
Será que o ilustre Partido dos Trabalhadores, cujos principais
membros encontram-se atualmente condenados pela Justiça por inúmeros
crimes, estava mesmo defendendo a “ética” relacionada à honestidade,
moralidade, etc.? Evidentemente que não. Eles defendiam o “Estado
Ético”, nada mais, politizando a “ética” e colocando à luta de classes
acima do bem e do mal, o que, num futuro bem próximo, inverteria
totalmente aquilo que pregavam.
No fim, toda a farsa da “ética” terminou por ser usada como
instrumento para a longa viagem da esquerda – do PT, para dentro do
aparelho de Estado. Pois bem, e depois? A ética foi finalmente
implantada no Brasil, expurgando os “ratos que roem nossa bandeira
nacional” e vivemos felizes para sempre? Como desgraça pouca é bobagem,
descobrimos que, frente ao que estava por vir, o Brasil até que era bem
ético.
Passadas mais de duas décadas, eis que a mesmíssima farsa ressurge. A
esquerda acaba de lançar o movimento “Estado Juntos”, acompanhado de um
manifesto que apenas deseja dar uma bela rasteira na democracia, esta
ainda muito incompreendida pelos companheiros.
O manifesto começa apresentando os signatários e suas intenções.
“Somos cidadãs, cidadãos, empresas, organizações e instituições
brasileiras e fazemos parte da maioria que defende a vida, a liberdade e
a democracia”. Ora, quem seria louco o bastante para ser contra a vida,
a liberdade e a democracia, não é mesmo?
Mas quem são estes digníssimos cidadãos e cidadãs? Haddad, FHC,
Flávio Dino, Huck, Caetano Veloso, Boulos, Paulo Coelho, Petra Costa,
Jean Wyllys, Cristovam Buarque, tutti quanti. Alguém realmente acredita
que essas pessoas representam o povo brasileiro e a democracia?
Aliás, afirmar que são “a favor da vida” é o cúmulo do descalabro, já
que é notório que a esquerda é veemente defensora do aborto e se mostra
incapaz de derramar uma lágrima pelas milhares de vítimas assassinadas
pelos criminosos que tanto afagam.
O segundo parágrafo do manifesto afirma “somos a maioria”. Que
maioria, cara-pálida? Em 2018 a maioria elegeu o governo que vocês
justamente desejam derrubar sem qualquer apoio popular, ao mobilizar,
exclusivamente, os antigos membros, apoiadores e beneficiários de
dinheiro público da era petista.
Vocês representam apenas a si próprios!
“Somos muitos, estamos juntos e formamos uma frente ampla e diversa,
suprapartidária”. Se isso não é subestimar a inteligência do brasileiro,
não sei o que seria. Cínicos e mentirosos! A desonestidade desse
movimento mede-se pela amplitude megalômana das suas afirmações de
imparcialidade.
Continua, dizendo que “trabalha para que a sociedade responda de
maneira mais madura, consciente e eficaz”. Ou seja, da sua torre de
marfim, entendem que o povo não sabe se portar de maneira “madura,
consciente e eficaz”. Ora, além de mentir descaradamente, avocam-se o
direito de passar um pito no brasileiro.
“Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem […] a
ética […] a verdade”. Primeiro, que direita? Só se considerarmos o
Lobão, o que seria cômico. Outra mentira em vários níveis é colocar na
mesma frase “esquerda, lei, ordem, ética e verdade”. Guilherme Boulos,
líder do MTST, defende a lei e a ordem ao invadir a propriedade dos
outros? O PT de Haddad, Caetano e Petra Costa agiu de acordo com a lei e
a ordem no Mensalão e Petrolão? Ética? Só se for do Estado Ético de
Antonio Gramsci e da revolução, em que os fins justificam os meios mais
terríveis. Verdade? Só se for a mesma do “gópi”.
O manifesto é cheio de palavras que foram, ao longo do tempo,
incutidas na mente das massas como programas de computador para acionar
nelas automaticamente as emoções desejadas pelo programador, fazendo com
que amem o que deveriam odiar e odeiem o que deveriam amar.
É sempre aquela coisa do 1984: democracia é ditadura, liberdade é
restrição, verdade é mentira. Debate é imposição, imposição é debate.
Responsabilidade na economia é socialismo, socialismo é responsabilidade
na economia. Liberdade de imprensa é censura e censura é liberdade de
imprensa.
Asinum asinus fricat, já observavam os romanos: um burro coça outro
burro. A mídia, mais que rapidamente, sai gritando aos quatro ventos que
a democracia ressurge no manifesto, composto por ilustres
representantes de todas as vertentes políticas nacionais, que, juntas e
imparcialmente, combaterão o autoritário e impopular governo Bolsonaro.
Ora, não existe ética, não existe moral onde não existe amor à
verdade. Levado pelo discurso insano desses acadêmicos, político,
artistas semiletrados, o Brasil desgarra-se do eixo do mundo, errando
num espaço sem fundo onde todas as proporções se embaralham, onde os
juízos morais mais óbvios suscitam escândalo e onde o disforme e o
obscuro se tornam a medida de todas as coisas.
Duplicidade, diversionismo, camuflagem são o cerne mesmo da alma
dessas lideranças. O manifesto é apenas um utensílio – tão descartável
quanto uma tira de papel higiênico – que, evidentemente, busca, única e
exclusivamente, o retorno da esquerda para dentro do Estado.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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