MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 29 de novembro de 2015

Cinicamente, Lula joga todos os problemas do país na conta de Dilma.


Em evento em Valente, a 238 quilômetros de Salvador, que reuniu cerca de 2 mil pessoas, segundo a assessoria, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ajuda para o governo da presidente Dilma Rousseff. "Quero que vocês imaginem a pressão que essa mulher está sofrendo, as dificuldades que ela está sofrendo. Antes de criticar, se coloquem no lugar dela. Para vocês perceberem que nós temos que ajudá-la. Esse País só vai melhorar se cada um de nós virar hoje e agora deputado, presidente e governador e não deixar que os companheiros sozinhos arquem com a responsabilidade", disse. A matéria é do Broadcast Político.

No ato “Territórios em Movimento: articulação e gestão para o, desenvolvimento sustentável”, organizado pela Rede Nacional de Colegiados Territoriais, Lula também disse que prefere não se eximir da responsabilidade pelo mandato da sucessora. "Eu poderia dizer 'eu sou ex-presidente, não tenho nada a ver com isso', 'sou um cidadão comum, não tenho nada a ver com isso'. Mas a Dilma não é a Dilma. A Dilma não foi candidata porque ela quis ser. Ela foi candidata porque a gente precisava que uma mulher governasse este País uma vez na vida", afirmou.

Segundo o ex-presidente, quando está tudo bem, "todo mundo é pai da criança", o que não acontece quando a criança não é tão bonita. "Essa criança chamada Brasil é nossa e temos que cuidar dela", disse, nos minutos finais de um discurso de pouco mais de meia hora divulgado na íntegra pelo site do Instituto Lula.

Lula reconheceu que o Brasil não está vivendo um bom momento econômico, mas ressaltou que outros países, como Estados Unidos, Alemanha e Japão, também enfrentam problemas. Mas pediu que as pessoas não julguem a presidente antes do tempo. "Quando fui eleito, eu dizia: eu fui eleito para um mandato de quatro anos. Não me julguem nem por um dia nem por um ano", afirmou.

O petista não mencionou a crise política ou a prisão do correligionário Delcídio do Amaral (MS) e afirmou ser um "cidadão muito otimista". Ele pediu para que os integrantes do movimento levassem a Dilma e ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, "sobretudo otimismo e autoestima de quem acreditou e acredita na capacidade dos trabalhadores de construir uma nação diferentes da que vinha sendo construída".

O petista atribuiu os dados positivos da macroeconomia durante sua gestão à microeconomia, com concessão de crédito para pessoas mais pobres. Ele tem reiterado a necessidade de estimular o consumo interno, abalado pela crise atual. E afirmou que vale mais dar dinheiro aos mais pobres.

"Dilma, não acredita naqueles que vêm chorar no seu gabinete. Acredita no povo, porque as pessoas mais humildes não pedem nada, pedem respeito. E quando pedem alguma coisa, é uma quirela", afirmou, criticando a postura dos empresários que batem às portas do governo em busca de recursos. "Ele pega R$ 5 bilhões e, quando sai, a televisão pergunta: 'E aí, doutor, o senhor gostou?' E ele diz: 'Ah, não foi o que a gente precisava'. Agora pegue R$ 20 e dê para uma pessoa humilde comprar o pão de cada dia que ela vai ser agradecida pelo resto da vida porque ela não esquece quem é solidária com ela."

Lula ressaltou ainda a agenda social dos governos petistas e criticou a agenda negativa que toma conta do País. "Se algum de vocês fosse pego desviando uma pitomba, já teria sido manchete de jornal", afirmou. "Mas trabalhando, produzindo riqueza e organizando a sociedade, não espere, que não vai ter manchete. Porque esse País está neste momento histórico predestinado às coisas negativas, às insinuações, e não às coisas reais que acontecem neste País." O ex-presidente afirmou que Dilma deu uma pausa nas políticas sociais "para dar uma arrumada na casa", mas manifestou esperança de que a retomada aconteça já em 2016.

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