Largar o tabagismo depende de força de vontade e paciência do fumante.
Neste Dia Mundial sem Tabaco, veja histórias de quem se livrou do vício.
Antônio deixou de fumar há 12 anos, mas antes de parar de vez, já tinha parado e voltado. "Eu passei cinco anos sem fumar, um belo dia resolvi experimentar e voltei a fumar. Passei mais cinco anos fumando até parar de vez", recorda o engenheiro agrônomo, casado há mais de 20 anos com a representante comercial Cleide Mendonça.
O Dia Mundial sem Tabaco foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, o número de fumantes vem caindo no Brasil. Em 1989, o percentual de pessoas com 18 anos ou mais no país que fumavam era 34,8%, enquanto em 2013, de acordo com pesquisa mais recente para essa mesma faixa etária em áreas urbanas e rurais, este número caiu para 14,7%.
A conscientização que o cigarro não faz bem fez parte do processo da juíza Eliane Ferraz para conseguir parar de fumar após 39 anos com o tabaco. "Quando deixei, eu estava já diminuindo e já tinha tentado duas vezes parar. Tomei até medicação. Eu comecei a colocar na minha cabeça que fazia mal. Pedia a Deus muito que não deixasse acontecer nada, descobrir uma doença para ter que parar", lembra a juíza, que ganhou motivação para parar de fumar após os netos, Maria Eduarda e João Vitor, pedirem diariamente.
A parada de fato aconteceu depois de um momento de estresse. Após fumar três carteiras de cigarro em um dia, Eliane acordou se sentindo indisposta. Acabou conseguindo ficar o dia todo sem fumar. "Então, se eu consegui parar um dia, podia conseguir mais. Falar sobre isso [nas redes sociais] me ajudou muito. A cada mês que fico sem fumar, eu posto como uma vitória. Estou há 11 meses", relata.
Sintomas físicos
Parar de fumar parece apenas uma questão de força de vontade, mas vai além disso. Há casos em que as pessoas chegam a ter sintomas físicos de abstinência. Foi o caso de Cleide, que viu o marido parar de fumar e tentou acompanhá-lo. "Fiquei muito nervosa, eu tremia. Sentia dor de cabeça. É abstinência mesmo, você fica bem ruim mesmo. Nas primeiras tragadas, fiquei até um pouco tonta, mas logo estava normal. Ele me acalma", explica a representante comercial.
Para casos como esse, o acompanhamento médico é essencial, assim como encontrar uma alternativa e evitar os gatilhos que levam a fumar, explica a pneumologista. "Aquelas pessoas que fumam muito às vezes precisam de uma ajuda medicamentosa, além do aconselhamento médico. É importante também a pessoa tentar praticar uma atividade física, como caminhar, por exemplo, manter uma alimentação saudável, tomar bastante líquidos. Na hora da vontade, tomar ou comer alguma coisa, fazer alguma atividade relaxante ajuda", acrescenta Rita de Cássia Ferreira.
de fumar (Foto: Vitor Tavares / G1)
Depois de conseguir deixar o cigarro, a alimentação também foi sendo modificada, mas por outro motivo. "Mudei toda a minha alimentação, porque passei a sentir o gosto da comida. Consigo coisas que não conseguia antes, caminho, corro. Isso tudo me deu força para não pensar em voltar", diz Eliane.
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