Associação diz que aguarda há quatro anos e não há resposta.
Concessionária Santo Antônio Energia afirma que construção está em estudo.
Carga de coco e melão caipira sendo levada para barco
(Foto: José Melo/Divulgação)
A várzea do Rio Madeira, que teve a fertilidade comprovada por um estudo, é o local propício para produção de frutas tropicais e regionais. Também é ideal para a instalação de agroindústrias para o beneficiamento desses produtos. Cinco empreendimentos para esse fim foram prometidos como compensação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, mas ainda não foram entregues.(Foto: José Melo/Divulgação)
“Desde quando começaram as obras da usina nós, ribeirinhos, ouvimos a promessa desta construção, mas até agora não vimos nada sendo feito”, conta o presidente do Conselho das Associações e Cooperativas do Médio e Baixo Madeira (Conacobam), José Wilson de Melo. Ele reclama da falta de interesse da Concessionária Santo Antônio Energia e da demora para o início das obras das indústrias..
“Temos que ter garantia do que será feito por nós, que dependemos da natureza e da agricultura para sobreviver, já que não sabemos o efeito que a usina nos trará depois que tudo estiver funcionando”, explica José. Ele conta também que a preocupação está em garantir mercado para vender os produtos produzidos. “É muito difícil entrar no mercado de grande porte e se tivermos uma indústria fica mais fácil, porque a produção será maior”, diz.
José Melo garante que matéria prima não falta. “Nossa capacidade produtiva é enorme, às vezes temos produtos estragando por falta de mercado consumidor ou vendemos a mercadoria a um preço bem mais baixo para o atravessador que revende para outros estados do país para beneficiar nossos produtos”, conta.
Ribeirinhos querem indústria de beneficiamento
para produtos como o açaí em pó
(Foto: Larissa Matarésio/G1)
Açaí em pó para produtos como o açaí em pó
(Foto: Larissa Matarésio/G1)
Melo exemplificou esta situação com o açaí, que segundo ele é um dos fortes produtos do estado. “Nós temos produção de açaí, mas veja, hoje existem pessoas que compram o açaí em pó pela praticidade e o ganho em cima disto é enorme. Um quilo de polpa de açaí produzida aqui custa em torno de R$ 5 a R$ 7, um pacotinho de açaí em pó com 150 gramas beneficiado no sul do país é revendido para nós por um preço de R$ 25, a agregação de valor é enorme”, ressalta.
Santo Antônio Energia
Procurada, a Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela usina hidrelétrica, garante que as indústrias serão construídas, mas que não há uma data prevista para a finalização do trabalho, uma vez que, para a implantação de um empreendimento deste porte é necessário um estudo de desenvolvimento econômico e um trabalho de base social.
Segundo a concessionária, está sendo feito um trabalho de mobilização da população para capacitar os produtores ribeirinhos, o apoio à associações e cooperativas, a identificação da cadeia produtiva desde o agricultor ao mercado consumidor e de articulação institucional em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater).
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