São Paulo, 10 de junho de 2021 - Desde
o início da pandemia da Covid-19, pessoas com doenças crônicas estão em
maior risco de contraírem o vírus e sofrem mais complicações dessas
infecções. Os hipertensos estão entre os grupos que mais necessitam de
observação atenta no quadro evolutivo da doença e tratamento criterioso e
individualizado. Entretanto, desde o início da pandemia, muitos estudos
indicaram adequações aos procedimentos inicialmente sugeridos.
O
cardiologista Marcelo Sampaio, da BP – A Beneficência Portuguesa de São
Paulo, esclarece alguns dos mitos e verdades mais disseminados sobre a
relação entre a hipertensão e a Covid-19.
1 - Pacientes hipertensos devem descontinuar o uso de medicamentos de controle da pressão para evitar agravamento da Covid-19
Mito
De
acordo com o doutor Marcelo Sampaio, cardiologista da BP – A
Beneficência Portuguesa de São Paulo, no início da pandemia do
coronavírus, muito se especulou sobre a probabilidade de que os
medicamentos inibidores da
enzima de conversão da angiotensina (ECA) e os bloqueadores dos
receptores de angiotensina (BRA) aumentassem a probabilidade de
agravamento da Covid-19. “Estudos foram evoluindo e chegou-se à
conclusão que os
danos cardiovasculares da retirada desses medicamentos representariam
tanto risco à vida quanto os casos de agravamento da Covid-19. Assim, o
hipertenso jamais deve descontinuar o uso dessas medicações”.
2 - A hipertensão aumenta a suscetibilidade à Covid-19
Verdade
O
paciente hipertenso tem sim maior predisposição a uma evolução agravada
da Covid-19, em função da imunidade debilitada pelos fatores
circulatórios, por exemplo no caso da disfunção endotelial, cardiopatia
em que os grandes vasos sanguíneos na superfície do coração se contraem
em vez de se dilatarem.
Casos
graves da Covid-19 são frequentemente caracterizados por
hiperinflamação, desequilíbrio do sistema
renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), que controla a pressão arterial,
e uma forma particular de vasculopatia, microangiopatia
trombótica e coagulopatia intravascular.
“Com
a hiperinflamação progressiva, uma microangiopatia sistêmica pode levar
à síndrome da disfunção de múltiplos órgãos, em especial o coração, os
rins e o cérebro”, explica Sampaio.
3 - A hipertensão tem aumentado com a pandemia
Mito
A
hipertensão é uma doença genética, hereditária. Ela não é gerada pela
inflamação provocada pela Covid-19. “O que pode ocorrer é que a pressão
arterial do paciente hipertenso sofra elevações transitórias da pressão
arterial em função do isolamento, estresse e outros fatores. Isso pode
fazer com que ele precise ajustar a medicação algumas vezes”.
4 - A queda da pressão em um hipertenso diagnosticado com Covid-19 é alarmante
Verdade
O
paciente hipertenso, diagnosticado com Covid-19 deve ser observado com
muita atenção, pelos motivos já mencionados. A análise criteriosa do
acompanhamento desses casos é muito importante, já que que a pressão
baixa é um indicativo de evolução ruim.
5 - A pressão alta pode ser controlada apenas com a redução do consumo de sal
Mito
Nem
todo hipertenso é sal sensível. Assim, a restrição ao consumo de sal
pode não ser suficiente para o controle da pressão arterial.
Fala-se
muito em reduzir a quantidade de sal na alimentação para a prevenção de
episódios gerados por hipertensão, porque no Brasil se consome o dobro
da quantidade de sal recomendada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Mas este recurso não funciona com indivíduos que não têm a
sensibilidade ao sal e vão, necessariamente, precisar de medicação para o
controle.
É
importante que pacientes crônicos mantenham a rotina de acompanhamento
médico, mesmo durante a pandemia. Consultas e exames podem ser
realizados na BP Medicina Diagnóstica, com segurança.
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