Alexandro Martello e Elisa Clavery
G1 / TV Globo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou neste sábado, dia 6, as mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na divulgação diária dos dados da pandemia do novo coronavírus.
Nos últimos dias, o boletim passou a sair no fim da noite, com menos informação que antes. O portal oficial do ministério ficou fora do ar e, ao ser restabelecido, também deixou de informar os dados acumulados da pandemia.
APELO – Maia participou de uma transmissão em rede social com o músico Tico Santa Cruz. Perguntado se o Congresso poderia fazer algo para reverter as mudanças, o presidente da Câmara disse ter feito um apelo ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
“Eu liguei para o ministro Jorge hoje, pedi a ele, fiz um apelo em nome da Câmara que o governo restabelecesse os dados, a transparência. É para nós termos a informação, isso é importante, mas é para que prefeitos e governadores com as informações do Brasil possam tomar suas decisões cada dia”, declarou Maia.
VERSÃO RESUMIDA – Até o início da semana, os dados nacionais sobre coronavírus eram divulgados no início da noite, a partir dos relatórios dos 26 estados e do Distrito Federal. Nesta sexta-feira, dia 5, o documento foi divulgado após as 21h30 em uma versão resumida – sem o acumulado de mortes e de contaminados, e sem os índices de infecção e de mortalidade na população.
Ainda sobre o tema, Maia disse que a própria Câmara dos Deputados ou o Tribunal de Contas da União (TCU) podem assumir a função de consolidar os dados – ou seja, emitir um boletim “paralelo”. Mas, segundo o parlamentar, o ideal seria que o próprio governo voltasse à divulgação original
TRANSPARÊNCIA – “Eu disse ao ministro Jorge que nós não queremos ter que criar uma estrutura para ter que consolidar informação. Até porque é o seguinte: essas são informações que não são do governo federal, são dos estados. Então, os estados vão divulgar de qualquer jeito, alguém vai consolidar. Vai ser a Câmara, vai ser o TCU? Alguém vai consolidar e vai dar publicidade a isso. Agora é muito ruim que a gente precise estar pedindo, está preocupado com um assunto como esse. É óbvio que a transparência é fundamental”, afirma Maia.
“Eu espero que o governo restabeleça isso no começo da semana para que o TCU ou a Câmara ou qualquer instituição que seja não seja obrigado a ter que consolidar informações. Que são informações estaduais, não são nem informações do governo federal. Então, não tem nem como o governo, mesmo que quisesse, esconder ou atrasar esses dados para a sociedade brasileira”.
NÚMEROS – Levantamento exclusivo feito pelo G1 com as próprias secretarias estaduais aponta que, até a tarde deste sábado, o Brasil já tinha atingido a casa de 35.456 mortes e 659.114 casos confirmados da Covid-19. Até as 19h30, o governo ainda não tinha informado os dados consolidados neste sábado – nem os das 24 horas anteriores, nem o acumulado desde o início da pandemia.
Questionado sobre ataques virtuais, o presidente da Câmara dos Deputados disse que julga ser o principal alvo do que chamou de “rede social radicalizada”. Maia afirmou que, ao defender a retirada de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural da reforma da Previdência, no ano passado, “pessoas extremistas” começaram a atacá-lo nas redes.
EQUILÍBRIO – “Depois, vi que era uma tática para tentar impor a posição de uma minoria em relação a um debate democrático. Pontos de vista distintos, mas o objetivo deve ser sempre um país mais justo ou igual. Não quer dizer que minha posição esteja certa ou a sua. É no parlamento que se encontra o equilíbrio entre o que governo quer pautar e o que a sociedade aceita pautar”, disse.
Ele avaliou, ainda, que há grupos que acham que o Supremo Tribunal Federal e o parlamento têm de dizer “amém” ao governo porque ganhou as eleições.
“E não é assim. Cada poder tem o seu papel. Ninguém é mais importante do que ninguém e ninguém governa sozinho. Tem movimentos que querem uma democracia autocrática um governo autocrático, que quem venceu leva tudo. E não é assim”, disse.
IMPEACHMENT – Maia também foi questionado sobre a possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A Constituição Federal define que cabe ao presidente da Câmara dar o “primeiro passo”, ou seja, acatar o pedido de abertura do processo.
Rodrigo Maia afirmou que “o ideal” é que o Brasil não passe por outro processo dessa natureza, e que “ainda” não vê crime de responsabilidade cometido pelo presidente.
“Mas, as ameaças preocupam a todos nós. Vou ter que tomar uma decisão, na hora adequada vou ter que decidir, mas a decisão vai ser tomada na hora adequada. Se aconteceu ou não crime de responsabilidade. Não tenho essa convicção ainda, hoje. Por isso não avaliei. Não gostaria que [o Brasil] passasse por outro processo de impeachment. Sou alvo [nas redes sociais], mas temos que unir o Brasil para sair dessa crise”, declarou.
G1 / TV Globo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou neste sábado, dia 6, as mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na divulgação diária dos dados da pandemia do novo coronavírus.
Nos últimos dias, o boletim passou a sair no fim da noite, com menos informação que antes. O portal oficial do ministério ficou fora do ar e, ao ser restabelecido, também deixou de informar os dados acumulados da pandemia.
APELO – Maia participou de uma transmissão em rede social com o músico Tico Santa Cruz. Perguntado se o Congresso poderia fazer algo para reverter as mudanças, o presidente da Câmara disse ter feito um apelo ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
“Eu liguei para o ministro Jorge hoje, pedi a ele, fiz um apelo em nome da Câmara que o governo restabelecesse os dados, a transparência. É para nós termos a informação, isso é importante, mas é para que prefeitos e governadores com as informações do Brasil possam tomar suas decisões cada dia”, declarou Maia.
VERSÃO RESUMIDA – Até o início da semana, os dados nacionais sobre coronavírus eram divulgados no início da noite, a partir dos relatórios dos 26 estados e do Distrito Federal. Nesta sexta-feira, dia 5, o documento foi divulgado após as 21h30 em uma versão resumida – sem o acumulado de mortes e de contaminados, e sem os índices de infecção e de mortalidade na população.
Ainda sobre o tema, Maia disse que a própria Câmara dos Deputados ou o Tribunal de Contas da União (TCU) podem assumir a função de consolidar os dados – ou seja, emitir um boletim “paralelo”. Mas, segundo o parlamentar, o ideal seria que o próprio governo voltasse à divulgação original
TRANSPARÊNCIA – “Eu disse ao ministro Jorge que nós não queremos ter que criar uma estrutura para ter que consolidar informação. Até porque é o seguinte: essas são informações que não são do governo federal, são dos estados. Então, os estados vão divulgar de qualquer jeito, alguém vai consolidar. Vai ser a Câmara, vai ser o TCU? Alguém vai consolidar e vai dar publicidade a isso. Agora é muito ruim que a gente precise estar pedindo, está preocupado com um assunto como esse. É óbvio que a transparência é fundamental”, afirma Maia.
“Eu espero que o governo restabeleça isso no começo da semana para que o TCU ou a Câmara ou qualquer instituição que seja não seja obrigado a ter que consolidar informações. Que são informações estaduais, não são nem informações do governo federal. Então, não tem nem como o governo, mesmo que quisesse, esconder ou atrasar esses dados para a sociedade brasileira”.
NÚMEROS – Levantamento exclusivo feito pelo G1 com as próprias secretarias estaduais aponta que, até a tarde deste sábado, o Brasil já tinha atingido a casa de 35.456 mortes e 659.114 casos confirmados da Covid-19. Até as 19h30, o governo ainda não tinha informado os dados consolidados neste sábado – nem os das 24 horas anteriores, nem o acumulado desde o início da pandemia.
Questionado sobre ataques virtuais, o presidente da Câmara dos Deputados disse que julga ser o principal alvo do que chamou de “rede social radicalizada”. Maia afirmou que, ao defender a retirada de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural da reforma da Previdência, no ano passado, “pessoas extremistas” começaram a atacá-lo nas redes.
EQUILÍBRIO – “Depois, vi que era uma tática para tentar impor a posição de uma minoria em relação a um debate democrático. Pontos de vista distintos, mas o objetivo deve ser sempre um país mais justo ou igual. Não quer dizer que minha posição esteja certa ou a sua. É no parlamento que se encontra o equilíbrio entre o que governo quer pautar e o que a sociedade aceita pautar”, disse.
Ele avaliou, ainda, que há grupos que acham que o Supremo Tribunal Federal e o parlamento têm de dizer “amém” ao governo porque ganhou as eleições.
“E não é assim. Cada poder tem o seu papel. Ninguém é mais importante do que ninguém e ninguém governa sozinho. Tem movimentos que querem uma democracia autocrática um governo autocrático, que quem venceu leva tudo. E não é assim”, disse.
IMPEACHMENT – Maia também foi questionado sobre a possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A Constituição Federal define que cabe ao presidente da Câmara dar o “primeiro passo”, ou seja, acatar o pedido de abertura do processo.
Rodrigo Maia afirmou que “o ideal” é que o Brasil não passe por outro processo dessa natureza, e que “ainda” não vê crime de responsabilidade cometido pelo presidente.
“Mas, as ameaças preocupam a todos nós. Vou ter que tomar uma decisão, na hora adequada vou ter que decidir, mas a decisão vai ser tomada na hora adequada. Se aconteceu ou não crime de responsabilidade. Não tenho essa convicção ainda, hoje. Por isso não avaliei. Não gostaria que [o Brasil] passasse por outro processo de impeachment. Sou alvo [nas redes sociais], mas temos que unir o Brasil para sair dessa crise”, declarou.
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