MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 7 de junho de 2020

Centrão quer Flávio Dolabella no lugar de Roberto Campos Neto no Banco Central



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Roberto Campos Neto está ameaçado de deixar o cargo
Pedro do Coutto
Reportagem de Natália Portinari, Naira Trindade e Gustavo Maia, O Globo de sábado, revela que a bancada do Centrão está pressionando fortemente o governo para nomear Flávio Dolabella para presidente do banco. Ele é que é analista do BC e está sendo indicado pelo PL, um dos partidos que formam a constelação da fisiologia projetada na Câmara Federal e também no Senado, porém mais fortemente na Câmara.
MUITOS CARGOS – O entusiasmo do Centrão assim parece não ter limites, além da conquista do DNOCS e do FNDE e já ter obtido 300 cargos nos segundos e terceiros escalões, ainda por cima quer também as presidências do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste. 
Para substituir Rubens de Souza, o indicado é Júlio Cesar Alves de Oliveira, funcionário do próprio BB. Como se constata, é a velha prática da fisiologia política escancarada, sem o menor compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país.
O Centrão parte para o que pode dizer seja um projeto de desmatamento administrativo. O Centrão segue em frente cada vez querendo mais posições, impulso que cresce na medida em que o governo Bolsonaro se enfraquece. Portanto, não se sabe quando vai acabar.
RUIM E PÉSSIMO – Por falar em processo de enfraquecimento, a Folha de S. Paulo de hoje publica matéria de Mauro Paulino e Alessandro Janone focalizando pesquisa do Datafolha concluída ontem, sobre a aprovação e a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro. Para 27% ele se encaixa no segmento que o acham entre bom e ótimo. Para 22% é regular. Para 50% o governo oscila entre ruim e péssimo.
Com base em um sistema por mim adotado de afastar a parcela regular e dividir o índice maior pelo menor, penso que o coeficiente negativo é praticamente de 3 por 1.
ANTIDEMOCRACIA – Em sua coluna, Globo de sábado, Ascânio Seleme acentua que o ex-presidente Lula recusou-se a assinar o documento pró democracia, com base no mesmo pessimismo que em 1985 proibiu aos deputados do PT que votassem em Tancredo Neves.
Para mim, Lula julga-se o dono do PT e agora assume um isolamento extremo com uma sinalização no fundo em favor de Jair Bolsonaro, Claro. Ele sabe muito bem que a esmagadora maioria do Partido dos Trabalhadores é contra o atual governo. E, no fundo da questão, espera obter qualquer tipo de simpatia pensando que assim se livra da condenação que lhe foi imposta de 17 anos de prisão.
Ledo engano. Não existe a mais remota possibilidade de o lance imaginado dar certo. Afinal de contas ele é o autor do mensalão de José Dirceu e do escândalo da Petrobrás que dividiu suas diretorias à base da indicação de bancadas partidárias no Senado e na Câmara Federal.
SEM  LIDERANÇA –  Lula passou e o PT  tem que estabelecer um novo tipo de atuação e de liderança. Esta é que é a verdade. Lula, realmente, foi o grande eleitor de Bolsonaro.
Demetrio Magnoli lembrou no sábado episódios racistas, o principal deles o assassinato de Luther King. Agora o de George Floyd, este um episódio repugnante, no plano da violência policial. Luther King foi o grande líder da igualdade racial. 
Em 1958 o estudante negro James Meredith, liderando um grupo de companheiros, recorreu a Corte Suprema para garantir o direito de seu ingresso na Universidade de Arkansas. O governador de Arkansas recusou-se a cumprir a decisão. O presidente Eisenhower decretou a intervenção federal e mobilizou o exército para fazer cumprir a decisão do Supremo Tribunal.
INTEGRAÇÃO RACIAL – Lembro bem da fotografia na primeira página de O Globo, do Correio da Manhã e do Jornal do Brasil. Os estudantes negros foram escoltados pelo exército doa EUA.
Naquele momento o presidente dos EUA transportou para a história uma das mais belas afirmações em favor da integração racial. Lembrou que havia comandado a invasão da Normandia que libertou a França do nazismo em 1944.
Disse que soldados brancos, negros e amarelos enfrentaram as metralhadoras inimigas ombro a ombro nas areias do tempo. Não é possível portanto que brancos e negros não possam sentar-se lado a lado nas universidades, nas escolas, nos transportes, nas praças de nosso país.

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