Coluna de Alexandre Garcia, publicada diariamente pela Gazeta:
O deputado José Guimarães ficou conhecido como Capitão Cueca depois
daquela agressão dentro do avião, coisa de pessoa mal educada. Eu queria
dar meu testemunho porque eu estava naquele dia, no aeroporto de
Congonhas quando aconteceu o episódio.
O secretário de José Guimarães estava levando um dinheiro que teria
vindo do cofre do PT, que ia sofrer uma espécie de intervenção por parte
de Tarso Genro. O dinheiro estava sendo distribuído pelos estados,
aliviando os cofres do partido. Naquela época, o presidente do partido
era José Genoíno.
O dinheiro que saiu por rodoviária deu certo, mas o dinheiro que saiu
por Congonhas foi flagrado. Encontraram uma pasta cheia de dinheiro
nacional, o que não é nenhum crime, mas era tanto dinheiro que foi
solicitado que o portador fosse até o posto da polícia.
O delegado me contou que no posto da polícia pediu para ele sentar;
mas ele não queria. O delegado insistiu; ele sentou. Foi nesse momento
que o delegado percebeu que o secretário ficou alto demais na cadeira.
Com isso, o delegado deu a ordem: baixe as calças! A cueca dele
estava cheia de notas de dólares. Esse foi o episódio que eu posso
relatar porque eu estava lá e me contaram na hora.
Memórias do herói Villas Bôas
O general Villas Bôas foi transferido do hospital das Forças Armadas
para o Hospital Sírio Libanês. Ele está com ELA (esclerose lateral
amiotrófica), que é uma doença progressiva e degenerativa. Provavelmente
está em estado grave.
Eu queria dizer aqui a pedido da família: registrei entrevistas com
ele, memórias dele, para que ele fiquem compondo a história
contemporânea do Brasil, porque foi um herói. Esses materiais vão
constar no acervo do Instituto Villas Bôas, que será um instituto para
pensar o país. Provavelmente o lançamento vai ser no início de dezembro.
Estão perdendo a boquinha
O PCdoB está com 55 emendas procurando alterar a Medida Provisória
que cortou a renda da UNE, instituindo a carteira estudantil gratuita.
Esse era um grande rendimento da UNE e eles usavam isso para financiar
as grandes manifestações que faziam.
Foi a mesma coisa que aconteceu com o MST; depois que se cortou o
fornecimento de dinheiro, não houve mais invasões. Os partidos, depois
que deixaram de pegar dinheiro da Petrobras, do Ministério do Trabalho e
dos outros, estão querendo pegar dinheiro do fundo eleitoral. Mas não
se pega mais dinheiro de negociata de empreiteiras, de Petrobras,
empresas públicas e bancos públicos. Essa é uma transformação que a
gente está vendo no novo Brasil.
Os partidos não mandam mais em estatais e nem em ministérios porque
quem manda é aquele que recebeu os votos da maioria para chefiar o poder
Executivo - e está havendo uma chefia desse poder.
O poder Executivo não está se metendo no poder Legislativo e nem no
Judiciário. Está havendo uma mudança. Estamos caindo em uma democracia,
digamos assim, e é muito bom.
Podemos alimentar o mundo
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é do ramo e conhece o
ramo. Ela andou pelos países árabe e agora está saindo da Alemanha e
indo para a Suíça, garantindo um mercado que nós já temos, mas que pode
crescer bem mais.
A agroindústria brasileira tem condições de abastecer e alimentar o
mundo e de continuar trazendo divisas para o Brasil. O setor agrícola e
pecuário é que tem sustentado este país e suas contas externas.
Eu creio que o trabalho da ministra vai incrementar ainda mais o
comércio internacional dos nossos produtos agrícolas. Tem tanta gente
que bate no setor agrícola - talvez não saiba que a comida não sai do
supermercado e sim da terra.
Cada vez mais a gente tem uma produtividade maior. A produção cresce
muito mais do que a área plantada, portanto, está aumentando a
produtividade. Por isso, registro o débito que tem esse país para com o
setor agropecuário. Tomara que o país saiba administrar bem todas as
necessidades desse setor.
Aqui na minha cidade eu visitei uma indústria de primeiro mundo cujos
equipamentos que ela produz, que são de aço, praticamente estão a bordo
das colheitadeiras não apenas do Brasil, mas do mundo inteiro.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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