Pedro do Coutto (Charge do Nani)A reportagem é de Thaís Carrança e resulta de um levantamento realizado por técnicos e pesquisadores do poder de consumo de todas as classes sociais. O rendimento médio verificado assinala ima queda de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado de janeiro a agosto. Assinalou que o rendimento médio dos trabalhadores é de 2.300 reais e que a massa salarial global, aquela que resulta dos diversos tipos de contratos de trabalho, incluindo portanto os funcionários públicos, é de 209,9 bilhões de reais, índice que a meu ver destrói o conteúdo das posições conservadoras, porque está infinitamente abaixo do orçamento geral do país que atinge 3,4 trilhões de reais.
Vale acentuar que sobre a renda média atual não está considerada a inflação de 4% relativa a passagem de 2018 para 2019.
OUTRAS CAUSAS – Os salários, portanto, não podem ser a causa do desequilíbrio que envolve as receitas e despesas, como facilmente se pode constatar, revela o economista Tiago Xavier da equipe da Tendência Consultoria. Isso de um lado. De outro, o mercado de trabalho, praticamente reunindo 100 milhões de pessoas, está dividido entre os que têm vínculos empregatício e os que trabalham sem tal vínculo.
Os trabalhadores informais já se elevam a 44% da mão de obra efetiva. Entre estes, a renda média é de apenas 1.432 reais, pagamento sobre o qual não incidem as contribuições sociais nem as contribuições para o FGTS.
E A PREVIDÊNCIA? – Com isso o trabalho avulso não gera efeitos para aposentadoria, de vez que as pessoas físicas hipoteticamente podem até recolher sobre o mínimo, mas os empregadores não contribuem com nada. O próprio Produto Interno Bruto é prejudicado pelo fato de ter diminuído a renda do trabalho, que implica no cálculo do PIB e complica a vida profissional dos que trabalham neste país.
Foi importante a publicação desta matéria na edição de sexta-feira do Valor. Ela abala o mito de são os salários a causa principal das dificuldades econômico financeiras que existem no Brasil.
GUEDES ERRA – Não há como negar tal evidência, que é apresentada sempre pelo Ministro Paulo Guedes, que atribui a crise ao pagamento da cota previdenciária pelos empresários.
Sem consumo a produção se retrai, a receita dos impostos também e as perspectivas quanto a retomada dos investimentos desfaz-se como uma nuvem flutuando sobre o horizonte de uma recuperação da economia brasileira.
É preciso desmascarar o fato de o governo repetir que, ao diminuir os custos dos salários e das aposentadorias, haverá investimentos capazes de conduzir à retomada do processo de desenvolvimento.
Esta é a verdade dos fatos.
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