Animal foi apreendido em março e dona acionou Justiça para reavê-lo.
Vendedora do Recife soube da morte ao procurar Ibama nesta quinta (15).
saber da morte do bicho de estimação (Foto: Priscila
Miranda / G1)
Em março deste ano, a vendedora havia entrado com um pedido na Justiça para reaver a guarda do papagaio. Ele foi apreendido no mesmo mês por agentes da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) após denúncias anônimas de maus-tratos. Desde então, o bicho estava na sede regional do Ibama, no bairro de Casa Forte, para receber tratamento em cativeiro.
Depois da apreensão do animal, a vendedora ambulante procurou auxílio da Defensoria Pública, que acionou o Poder Judiciário. Na última sexta (9), o magistrado da 2ª Vara Federal, Francisco Alves dos Santos Júnior, concedeu a guarda do papagaio à Gedalia Valentim Ferreira. Ao procurar o Ibama na manhã de hoje para pegar a ave, ela foi informada da morte do animal, que ocorreu há mais de um mês.
De acordo com a veterinária do Ibama Cristina Farias, a necrópsia realizada no corpo do bicho apontou para uma infecção bacteriana agravada por quadro de desnutrição crônica. O animal morreu no dia 10 de julho. "Só realizei a necrópsia no dia 24 [de julho], depois que retornei das férias. Ainda haverá um laudo laboratorial realizado na Universidade de São Paulo", afirmou.
como centro de reabilitação dos animais apreendidos
(Foto: Priscila Miranda / G1)
Segundo o Ibama, o papagaio apresentava uma atrofia do músculo peitoral. "Ele tinha uma mutilação pélvica, provavelmente já desde o cativeiro doméstico", acrescentou a veterinária. O Ibama afirma que prestou todos os cuidados necessários para que o animal fosse reabilitado.
"A gente sabe que o animal vinha numa dieta [alimentar] mais humana do que uma adequada à espécie dele. No cativeiro, nós adequadamos a dieta dele ao que nós oferecemos aos psitacídeos [ordem de aves que inclui o papagaio]. Aqui ele estava se alimentando bem, porém tem toda uma fase de adaptação desse animal do cativeiro doméstico para o processo de reabilitação", explicou Cristina Farias.
Criando o papagaio desde filhote, Gedália conta que nunca tirou uma foto do bicho porque, segundo ela, "daria azar". "Eu tinha um gatinho que eu tirava fotos e ele acabou morrendo", relatou a vendedora.
Confusão de informações
A decisão da devolução do papagaio foi dada pelo juiz Francisco Alves na última sexta (9). De acordo com ele, o Ibama foi notificado da decisão esta semana. "Antes de ontem [terça-feira], o Ibama foi notificado oficialmente. Talvez o setor ainda não saiba, mas a instituição foi avisada sim", afirmou o magistrado. No entanto, a Superintendência do Ibama informou hoje que ainda não recebeu a notificação.
medida de reparação para a dona do papagaio
(Foto: Priscila Miranda / G1)
Procurado pelo G1, o juiz Franciso Alves disse que vai aguardar a notificação oficial sobre o falecimento do papagaio para tomar providências. "Vou comunicar ao Ministério Público Federal e se houve algum crime, vamos tomar medidas cabíveis. Vamos apurar essa morte", explicou o magistrado. Sobre o processo de guarda do papagaio, o juiz afirmou que será extinto por falta de objeto.
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